A estratégia de Portugal

José-Manuel Diogo

Pedro Passos Coelho tem repetido até à exaustão, em todos os palcos possíveis, nacionais e internacionais, que Portugal não precisa de nem mais um tostão de ajuda externa para voltar aos mercados e sair da crise.
E o primeiro ministro tem razão. Apesar do desemprego aumentar, apesar de as empresas falirem, apesar de muitas as famílias entrarem em insolvência. O caminho escolhido pelo governo de Portugal foi e é o único possível.
Basta perceber o que aconteceu na vizinha Espanha quando o recém eleito Mariano Rajoy decidiu dar ares de toureiro e dizer em voz alta que “só para o ano que vem” diminuiria o défice. Caíram-lhe os mercados em cima e, daí para a frente, tudo piorou no pais de “nuestros hermanos”. A cotação da dívida pública, o rating, dos bancos. Mas pior. Espanha destronou Portugal no lugar de dama de honor no caminho para o “default”. Agora a imprensa internacional fala da Grécia , de Espanha e da Itália. Portugal desapareceu do coro dos PIGS.
A agência financeira “Moody’s” a primeira a atirar-nos para o “Lixo”, veio dizer esta semana que Portugal está no bom caminho. Que, a continuarmos assim, poderemos voltar a ter a confiança dos mercados. Ora isto está nos antípodas do discurso vigente para a Grécia e longe das preocupações com Espanha e Itália. Portugal passou a fazer parte da solução para a Europa. Um problema pequeno é sempre mais fácil de resolver.
Todos os portugueses sabiam que era preciso empobrecer (Passos ganhou as eleições dizendo-o) e, mesmo apesar da brutalidade do ajustamento, esta noção tornou possível o caminho escolhido pelo atual governo. Com considerável paz social, sintonia nos partidos políticos da coligação e o Partido Socialista refém do acordo que ele próprio assinou com a Troika.
Passos Coelho foi pragmático na forma como estrategicamente conduziu a sua politica. Um país pequeno, endividado e sem mercado interno não tinha outra opção que não dizer que sim. Doesse o que doesse. Foi isso que ele fez. Provavelmente serão os mercados a dar-lhe razão.
É por isto também que folhetins como o de Miguel Relvas, apesar de tudo, também têm uma componente lúdica que ajuda à missão principal: a de distrair a opinião pública do foco essencial. Melhor mesmo só sermos campeões europeus.

Comments

  1. os abutres não dormem – apenas descansam “encostados” a uma esquina – vamos ver – agora temos algo aparentemente diferente para nos entreter – os maçons de olhar parado e fixo e fixado – rais parta a Tv – se tivesse dinehiro comprava o canal 1 para ter TV decente – mas se não é ter

  2. RTP2-o economista Costa está a dizer que vai exigir responsabilidades até esclarecer tudo – e também do seu irmão da CML – o espião tem um ar de “matador” – e vamos ver se Duarte Lima é, como se espera e anda a construir, ilibado mesmo que o Brasil ande a fazer tudo para não se bem como o seu advogado português que anda na TV a falar demais –
    estas vedetas actuais – ofuscaram Catarina Furtado

  3. RTP2-22:15H-30 maio 2012- o PSD Capucho volta à ribalta e fala na “nebulosa” e do triângulo, mas prefere falar no quadrilátero incluindo a maçonaria – ai nem há já pachorra – mas 3 grandes ministérios deviam ser remodelados e estão a ser mal geridos e que o 1º não tem razão para demitir ninguém dos serviços de informação e não concorda e deviam demitir os serviços todos até à estaca zero e não confia em serviço nenhum – estes relatórios miseráveis sobre Balsemão – é preciso remodelar para dar crédito – estive em sede paralemntar horas seguidas e os 230 deputados deviam ser 180 e sabendo-se filmados pelas TV teatralizaram e o 1º vitimizou-se + Rosa Mendes + o adjunto + Teresa Morais essa xata e a sua promoção + quero acreditar em relvas que se dedicou de corpo e alma etc-

  4. Fernando says:

    Pois prefiro viver com menos do que ser submisso, escravo, e levar com o chicote seja de quem for, que posso eu dizer não fui educado para ser servo… Contudo, compreendo que a psique é fraca, muitos vivem em negação, diria até que boa parte da população sofre de síndroma de estocolmo…

  5. patriotaeliberal says:

    “Todos os portugueses sabiam que era preciso empobrecer (Passos ganhou as eleições dizendo-o)”

    Onde é que isso foi dito?

    Obrigado, desde já, pela resposta.

  6. patriotaeliberal says:

    Ou sou eu que estou com PDI ou é és tu, José-Manuel Diogo.

    Pá, ouve lá isto. Mas há mais.

  7. patriotaeliberal says:

    José-Manuel Diogo, mostra lá o contraditório, sff.

    Se não te der muito trabalho.

  8. A ironia é uma categoria do humor que está ao alcance de poucos

  9. patriotaeliberal says:

    Não há nada no seu texto que possa ser considerado de ironia, meu caro. Está a escrever para um público lato e não para um grupo restrito de amigos que possam entendê-lo como irónico.

    Assim sendo, esta “ironia” supõe um distanciamento com o leitor, não sendo possível estabelecer com clareza o significado pretendido pelo emissor.

    O que me faz concordar consigo no seguinte: “A ironia é uma categoria do humor que está ao alcance de poucos”

    Para terminar, e baseando-me no seu conceito e prática de ironia, estaríamos a ser governados por um grupo de estilosos.

    O pessoal é que não entende a ironia da coisa e é pouco polissémico. Porque a polissemia também está ao alcance de poucos – os polissémicos.

  10. patriotaeliberal says:

    os metro já eram.

    vivam os retro.

  11. patriotaeliberal says:

    A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exactamente oposta à desejada pelo emissor.

    José- Manuel Diogo (este hífen no nome é o mais irónico de tudo o resto), rapaz, continua a tentar….insiste e lê.

  12. Está bem, pronto.
    É (só) ironia…
    De mau gosto, pronto.

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