O direito ao sucesso não tem retorno. É eterno.

Paulo Guinote saiu do Umbigo por um dia e tem um “post” no público (sem link porque, por agora, só está disponível na versão em papel) que questiona o espaço da avaliação nas aprendizagens dos alunos, procurando refletir sobre as consequências de ter uma avaliação das aprendizagens distinta da avaliação de outro tipo de dimensões, nomeadamente das atitudes.

Sou, à Esquerda, dos que não tem qualquer problema em assumir que a Escola Pública de hoje não está a prestar um bom serviço aos mais desfavorecidos porque não lhes está a exigir o que eles têm que dar, sendo que também não tem tido, a escola pública, politicamente, as condições necessárias para o fazer.

Como o Paulo, também acho que hoje, pelo menos até ao 6º (realidade que conheço melhor), “se eles se conseguirem sentar e comer à mesa, passam.

Partidos políticos, sindicatos, professores e investigadores colocados mais à esquerda têm uma imensa dificuldade em abordar duas temáticas:

– aprendizagens dos alunos, sucesso, insucesso e toda esta esfera de temáticas. Quase sempre desculpa-se tudo, exige-se zero e engana-se o pobre com uma mão cheia de nada.

– indisciplina (entendida como algo diferente de violência).

E a questão resolve-se, também aqui concordo com o Paulo, com a autonomia dos professores, a tal que é como o Pai Natal.

Como professor, a questão coloca-se de forma muito simples: quero as condições e depois eu exijo aos miúdos tudo o que eles têm para dar! E estou certo, vão aprender! Pobres e ricos, feios e bonitos. Todos.

Mas exijo autonomia! Pedagógica e científica. Nada mais. São estas as condições!

Querem um exemplo de autonomia? Dou dois!

Autonomia é o contrário disto:

– no decreto que regula a avaliação dos professores podemos ler esta estupidez: “4 — O relatório de auto -avaliação deve ter um máximo de três páginas, não lhe podendo ser anexados documentos.”

–  famoso passos para uma reunião bem sucedida http://adduo.blogspot.pt/2010/10/passos-para-uma-reuniao-bem-sucedida.html, um documento do ME que é impossível descrever. Só visto.

Acabem lá com as experiências e deixem quem sabe, fazer o que tem para fazer.

Mas há uma coisa que me deixa dúvidas – a Esquerda quer autonomia?

Comments

  1. Oh carago?... says:

    é mentira só 25% dos desfavorecidos chumbam repetidamente

    dantes chumbavam 85% era muito peor…só chegava um Taveira de quando em quando ao topo da escola técnica
    ou ao 7º ano dos lyceus

    excepto em Castelo Branco onde desde o Ramalho Eanes ao
    mais semi-remediado Vasco Lourenço chegava quase tudo ao 7º ano do lyceu desde que passasse na 4ª classe e no 1ºano do curso dos lyceus

    atão a maioria era pobrezinha classes altas e médias fora de lisboa só meia dúzia de lavradores por conselho ou con celho

  2. Está de acordo. Nos EUA basta saber cantar o hino para passar.

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