Nada como um director atento, venerando e obrigado

Sobre esta decisão ministerial, entre o delírio e a anedota, faltava uma cereja sobre o bolo:

Ambos acreditam que, “para se protegerem, alguns directores venham a indicar como tendo horário zero muitos professores que até poderão vir a ser necessários nas escolas”. Filinto Lima, dirigente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) afirma não ter dúvidas de que “isso vai acontecer”: “Professores com muitos anos de carreira, que já nem sabem o que é apresentarem-se a concurso, vão ver-se nessa situação, com graves prejuízos do ponto de vista psicológico e emocional”, realça. Este dirigente, contudo, diz não poder “criticar o MEC”: “Idealmente pedir-nos-iam estes dados mais tarde, mas temos de aceitar as indicações do ministério”, disse.

Vamos por partes. Se o dirigente Filinto tivesse lido o Decreto-Lei n.º32/2012 de 27 de junho (saiu a semana passada mas era conhecido o seu conteúdo) saberia que “os docentes são ordenados de acordo com a sua graduação profissional”, ou seja, o poder discricionário dos directores pelo menos por uns tempos acabou. Mas cerejinha é essa de “não poder criticar o MEC”. Que está obrigado a cumprir uma determinação superior, claro que está, mas que o pode fazer sob protesto pode. De resto uma boa forma de salvaguardar a tempestade que  lhe pode cair sobre a cabeça.

Comments

  1. maria celeste ramos says:

    Mas que leis se cumprem em Portual ?? e quem faz as “novas” leis de acordo com o “necessariamente conveniente para a ocasião” ??

  2. Diretor não parece ser mau emprego, espero que as escolas estejam a ensinar as novas gerações nessa oportunidade de sucesso.

  3. Atento, venerador (venerador) e obrigado…
    Estou farto de corrigir. Era assim que mandava o protocolo da epistolografia (s.XX, início e meados).

    • Obrigado pela correcção, já aprendi alguma coisa hoje. Infelizmente não se podem corrigir títulos de artigos, mas fica registado, há sempre uma próxima.
      Atento, venerador e obrigado…

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  1. […] Tomaram posse as Comissões Administrativas Provisórias  dos novos mega-agrupamentos, algo a que ninguém queria pertencer, mas cuja exclusão é agora motivo para reclamações e afins. Nada que espante. […]

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