O vídeo que o Helder deixou ali mais abaixo é de visionamento obrigatório. Está nele dissecado o que se passa e o que se não passa nas PPP, nas rendas de rendimento garantido pelo estado, nas fundações privadas e na corrupção. Depois dos 52 masoquistas minutos que dura o vídeo, volta a familiar sensação de os mafiosos terem tomado conta do poder em Portugal. Desde a banca que nomeia os seus fiscalizadores, ao parlamento como centro de negócios e passando pelos escritórios de advogados que fazem as leis, a malha de extorsão fiscal, que tira aos pobres para dar aos ricos, como é dito no programa, é tecida por aqueles que supostamente nos representam.
Não há acasos nesta realidade. Aqueles que se apresentam a votos são escolhidos pelos os partidos, levando a que o nosso primeiro-ministro chegue ao poder por opção de uns poucos milhares de militantes. Este facto molda toda a realidade, já que os que o podem fazer não optam pelo harakiri das mudanças que abanariam o seu quadrunvirato da eleição / obra / financiamento partidário / enriquecimento pessoal.
De entre os assuntos abordados no programa há um que, para mim, era menos familiar, pelo que aqui fica a transcrição.
«Porque é que a administração fiscal, que é tão efectiva na fiscalização, porque nós estamos na média da União Europeia em termos de economia paralela, que é uma coisa que não se diz e eu tenho aqui os dados – Itália tem 27%, a Belgica tem 22, Portugal tem 23, a Dinamarca, que é dos países com menos do mundo, tem 18%, porque que este fire power todo não é virado para o estado, para os 13740 organismos públicos dos quais só 1724 apresentaram contas? Porque é que eles não pegam nisso e não começam a fiscalizar o próprio estado? Só nisso, provavelmente resolviam o défice em 6 meses se fizessem fiscalizações e se fizessem responsabilização. E se fizessem responsabilização como fazem por exemplo no sector privado, que tem normas de fraude fiscal iguais ou quase iguais às de homicídio.» Tiago Caiado Guerreiro, jornalista
parabens pelo artigo!
valeu a pena esperar para ler uma abordagem interessante sobre a descoordenação que o estado tem sobre a sua propria estrutura e que podia dar o exemplo fiscalizando-se a ele próprio:
porque não faz chegar esta informação ao Tribunal constitucional? seria interessante a resposta e se os dados que apresenta bom seria que dispusesse do detalhe ou seja, das instituições que escapam ao controlo!
um abrço pois o seu a seu dono!
um leitor assiduo do Aventar
E depois dizem-nos que não há alternativas aos cortes na função pública! Cambada de gatunos!
Uma teia bem tecida