Almançor

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Interior da Grande Mesquita de Córdoba

No apogeu do Califado Omíada de Córdoba e extensão máxima do território muçulmano na Península Ibérica, governou o Al-Andalus o hajibe Abu Amir Muhammad Ibn Abdullah Ibn Abi Amir, de cognome Al-Mansur, “o vitorioso”, conhecido pelos cristãos pelo nome de Almançor.

Homem extremamente ambicioso, determinado e implacável, político hábil e grande estratega militar, foi senhor absoluto da corte de Córdoba, remetendo o Califa em exercício para um papel de mera figura decorativa. Levou a cabo 57 campanhas militares contra os reinos cristãos do Norte, durante as quais nunca conheceu a derrota, fixando a fronteira ao longo do vale do Douro. Dos seus feitos contam-se os ataques a Barcelona, Santiago de Compostela, León e Pamplona.

A audácia e coragem de Almançor granjearam-lhe um enorme prestígio entre os muçulmanos da sua época e um correspondente temor e ódio por parte dos cristãos, como ilustra uma passagem da Crónica Silense sobre a sua morte:

“Mas, no final, a divina Piedade se compadeceu de tanta ruína e permitiu erguer a cabeça dos cristãos, pois passados doze anos foi morto Almançor na grande cidade de Medinaceli, e o demónio que havia habitado em si foi para os infernos.” (Cronica Silense, in WIKIPEDIA, página electrónica citada)

Calahora 1

A Calahorra de Córdoba, fortaleza que domina a ponte da cidade

Oriundo de uma família Árabe do Yemen estabelecida em Algeciras desde a conquista muçulmana da Península, Abu Amir nasceu no ano de 938 em Torrox, na região de Málaga. Estabelece-se ainda novo em Córdoba como estudante de direito e literatura, iniciando após os seus estudos uma carreira na administração do Califa Al-Hakam II. Numa primeira fase assumindo importantes cargos administrativos, seguidamente como intendente do general Galib Al-Nasiri, seu futuro sogro.

A morte prematura de Al-Hakam II em 976 coloca no trono o seu filho Hixam de apenas 11 anos e Abu Amir vê aí uma oportunidade de se acercar do poder. Nesse mesmo ano é nomeado tutor do jovem Califa com a ajuda da sua mãe, uma cativa basca de nome Subh, que, segundo consta, se tinha tornado sua amante.

Dois anos mais tarde Abu Amir assume as funções de hájibe ou primeiro-ministro, expulsando Al-Mushafi, que ocupava anteriormente o cargo. No ano seguinte, aproveitando uma conspiração contra o Califa, consegue uma delegação de poderes absolutos por parte de Hixam II, que o nomeia defensor do Califado.

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A cúpula do Mihrab da Mesquita de Córdoba

Segue-se um período de afastamento e assassínio dos seus opositores. Entre eles o general Galib Al-Nasiri, a própria Subh, mãe do Califa, o seu primo Askaladja e o almirante da frota do califado Ibn Al-Rumahis.

De seguida opera uma reestruturação radical no exército Omíada, expulsando os mercenários eslavos que o integravam e dispersando as chefias tribais que o compunham, minorando as possibilidades de conflitos internos e também de revoltas. Paralelamente recruta cerca de 20.000 berberes que traz pessoalmente de Marrocos, e instala essas tropas em pontos estratégicos do território. Os Sanhaja em Elvira, os Maghrawa na Serra Morena, os Banu Birzal e Banu Ifran em Jaén. As chefias do exército ficavam assim sob o seu estrito controlo.

Garantido o apoio do exército, Abu Amir procura uma fonte de receitas e um apoio de retaguarda. Nessa altura os Fatimitas mantinham a sua influência em Marrocos por mãos da tribo dos Ziridas, que controlavam as rotas do comércio do ouro e dos escravos. Almançor apodera-se dessas rotas utilizando as tribos que lhe eram leais, nomeadamente os Zenata, Sanhaja, Maghrawa, Banu Ifran e Miknasa. Fortifica as cidades costeiras marroquinas, com destaque para Ceuta, e conquista Sijilmassa, o principal centro de chegada das caravanas ao Sul de Marrocos. Com o comércio do ouro e dos escravos sob o seu controlo, Abu Amir dispõe dos meios financeiros para manter o seu poder e empreender as acções que pretendia.

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Vista aérea de Córdoba

A capital do Califado Omíada, Córdoba, era no início do século X uma metrópole de grandes dimensões, extremamente povoada e dotada dos equipamentos e infra-estruturas mais avançadas da época. Com uma extensão de 24 quilómetros no sentido Nascente-Poente e 6 quilómetros no sentido Norte-Sul, contava com mais de 350.000 habitações e uma população entre 500.000 e 1 milhão de habitantes.

Em Córdoba foram criados inúmeros centros de ensino, com destaque para a Universidade de Córdoba, vários centros de pesquiza e 70 bibliotecas, a mais importante das quais possuía uma colecção de mais de 400.000 volumes e incluía uma secção de tradução e outra de encadernação. Foram construídos hospitais e centros de tratamento psiquiátrico. Córdoba tinha 700 mesquitas e 3.000 banhos públicos dentro dos limites da cidade. As ruas eram pavimentadas, existia iluminação pública e um sistema de recolha de lixos.

“Ao torná-la sua capital, os Califas omíadas fizeram da cidade e da região um centro cultural e intelectual que contrastava fortemente com o obscurantismo vigente no restante do continente europeu, sob domínio cristão. Sob os omíadas, judeus, cristãos e muçulmanos conviveram em harmonia. E foi este ambiente de tolerância que possibilitou um florescimento cultural, científico e económico e a criação de uma rica cultura cosmopolita e secular.” (MUÑOZ MOLINA, 2002, obra citada)

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Interior da Grande Mesquita de Córdoba

António Muñoz Molina escreve a propósito da Córdoba Omíada que “é um labirinto de ruas e colunas e palácios fechados e também de rostos e de idiomas, uma cidade mestiça onde os cristãos e os judeus falam e escrevem em árabe apesar de conservarem a sua língua e onde ninguém, nem sequer os mais altivos aristocratas cuja linhagem remonta às tribos primitivas, podem imaginar uma impensável limpeza de sangue”. (MUÑOZ MOLINA, 2002, obra citada)

Este clima de tolerância que caracterizou o Al-Andalus até à chegada das chamadas dinastias berberes, Almorávidas e Almóadas, crucial para o desenvolvimento cultural e científico, teve como base um grande respeito pelos direitos e identidade das várias comunidades e uma grande estatura cultural e moral dos príncipes Omíadas. “…o esplendor da Córdoba omíada, (foi) protagonizado por Abd Ar-Rahman III, primeiro califa do Al-Andalus, e Al-Hakam II, “o senhor dos livros”, dono de uma biblioteca comparada com a de Alexandria.” (MUÑOZ MOLINA, 2002, obra citada)

Borges Coelho refere que “o califa Aláqueme II ultrapassou todos os seus antecessores no amor da literatura e das ciências que ele próprio cultivou com sucesso e encorajou nos sues domínios (…) acumulou tal colecção de livros que é impossível calcular, mesmo aproximadamente, quer o seu valor, quer o seu número, declarando alguns autores que atingiu 400.000 volumes e que quando foram transferidos do palácio se gastaram seis meses na operação.” (COELHO, 1989, pág. 178)

A comunidade judia Sefardita conheceu em Córdoba a sua “idade do ouro”, com uma grande prosperidade económica, importância social, cultural e científica.

A Córdoba afluem e em Córdoba surgem figuras das artes e ciências, apadrinhadas pelas autoridades Omíadas, com uma relevância tal para o desenvolvimento futuro do próprio conhecimento e desenvolvimento, que seria redutor tentar sequer abordar o tema no âmbito deste artigo.

Mesquita de Cordoba 2

Interior da Mesquita de Cordoba

Desde o ano de 940 que os Califas viviam numa cidade-palácio construída pelo primeiro Califa Abd Ar-Rahman III a 8 quilómetros a Oeste da cidade de Córdoba, na base da Serra Morena, chamada Medina Azahrá, cujo significado tanto poderá ser o de “Cidade da Flor” como de “Cidade Luminosa”. Reza a lenda que o nome desta cidade-palácio fora escolhido pelo próprio Abd Ar-Rahman III em homenagem à sua mulher favorita Fatima Zahra. A cidade cumpria as funções de residência da corte Omíada e capital administrativa do Califado. Esta espécie de “Versailles” Omíada tinha 112 hectares de área e sobreviveu durante 80 anos. Segundo Ibne Calicane, “media 2.700 côvados de largura este -oeste e a extensão de norte a sul era de 1.700 côvados. (1) Contavam-se nela 4.300 colunas e 500 portas.” (COELHO, 1989, pág. 170)

Ibne Haiáne refere que Medina Azahrá demorou 40 anos a ser construída, e que “empregaram-se diariamente 6.000 silhares de pedra, grandes e pequenos, polidos ou sem desbaste, de todas as formas e tamanhos, fora os especiais que se usavam para pavimentar, etc. O número de bestas empregadas no carreto destes materiais ascendia a 400, alguns falam em mais, sem referir os 400 camelos pertencentes ao sultão e 1.000 mulas alugadas à razão de 3 míscales por mês, o que fazia um total de 3.000 míscales mensais. Em cada três dias empregavam-se 110 cargas de barro e gesso.” (COELHO, 1989, pág. 171)

Ao tomar o poder, Abu Amir manda construir no ano de 978 uma outra cidade-palácio para si, nas margens do Guadalquivir, a que chamou Medina Azahira, a “Cidade Resplandescente”. A sua localização precisa nunca foi determinada. O hájibe mantinha o Califa Hixam II fechado e vigiado na Medina Azahrá, com uma função meramente protocolar, transferindo o centro do poder para a sua Medina Azahira. A opção de construir Medina Azahira e de deslocar para aí a administração do Califado e as principais guarnições militares de Córdoba mostra bem a desconfiança que Abu Amir nutria pelo Califa e a gente que o rodeava, e o temor que tinha em relação a um eventual não reconhecimento da sua autoridade.

“Mohamed Ibne Abu Amir chegou, pois, a ser igual ao califa em todas as honras e era tratado como tal. Não havia entre eles outra diferença senão na relativa ao nome, colocado à cabeça das cartas por ele emanadas. Tal era o alto, o supremo grau de glória, de honra e de poder a que havia chegado.” (Al Bayano L-Mogrib citado por COELHO, 1989, pág. 187)

Mesquita Medina Azahar

Vestígios da mesquita da Medina Azahrá

Entre 977 e 1002 Abu Amir empreende cerca de 57 campanhas contra os reinos cristãos, semeando o terror nas suas terras e aumentando os territórios muçulmanos, fixando a fronteira do Al-Andalus no vale do Douro. Com essas campanhas ganha o cognome de Al-Mansur, “o vitorioso”. Almançor nunca conheceu a derrota em todas as suas batalhas.

“De facto, tratava-se de incursões rápidas e devastadoras, realizadas durante os meses da primavera e verão, que tinham como objectivo semear o terror entre os habitantes dos reinos cristãos do norte peninsular.” (COELHO, 1989, pág. 192)

Atacou Salamanca e Cuellar em 977, derrotou os exércitos coligados de Ramiro III de Leão, Garcia Fernandez de Castela e Sancho II de Navarra nas batalhas de Gormaz, Langa e Estercuel nesse mesmo ano e na de Rueda em 978. Arrasou Sepúlveda em 789. Saqueou Barcelona em 985. Arrasou Coimbra em 987, cidade que ficaria desabitada durante 7 anos, vindo a ser reedificada e ocupada por ismaelitas. Atacou León e Zamora em 988. Atacou Osma, e Montemor em 990. Pena de Aguiar no Sousa em 995. Braga e Astorga em 997.

Almançor

Conquistas e ataques de Almançor

Mas o seu feito mais extraordinário foi a destruição de Santiago de Compostela em 997, na qual apenas poupou o sepulcro do apóstolo Tiago.

“A igreja de Santiago é para os cristãos como para nós a Kaaba. Invocam-na em seus juramentos e vão lá em peregrinação dos países mais distantes, incluindo Roma e mais para lá. Pretendem que a tumba nela visitada é a de Tiago, que era dos doze apóstolos o que gozava de maior intimidade de Jesus. Diz-se que era seu irmão, porque estava sempre a seu lado, e alguns cristãos crêem que era filho de José, o carpinteiro. Está enterrado nesta cidade e os cristãos chamam-lhe irmão do Senhor – que Allah seja exaltado e desvaneça tal crença!” (COELHO, 1989, pág. 189)

As tropas de Almançor saíram de Córdoba, passaram por Coria e fizeram uma paragem em Viseu, capital da Galiza. Em Viseu juntaram-se-lhe vários nobres cristãos dispostos a acompanhá-lo. Ao mesmo tempo uma esquadra Omíada sai do porto de Alcácer do Sal com tropas de infantaria, armas e víveres. Chega ao Porto, sobe alguns quilómetros do Douro e junta-se a Almançor, dirigindo-se então o exército para Santiago, tendo arrasado diversas povoações no seu caminho.

Os habitantes de Santiago haviam abandonado a cidade “e os muçulmanos apoderaram-se de todas as riquezas que nela acharam e derribaram as construções, as muralhas e a igreja, de tal maneira que não ficaram vestígios. No entanto, os guardas colocados por Almançor para fazer respeitar o sepulcro do santo, impediram que o túmulo recebesse qualquer dano.” (COELHO, 1989, pág. 191)

Santiago_de_Compostela

Santiago de Compostela . foto Yearofthedragon

No ataque a Santiago, Almançor utilizou vários nobres cristãos que se haviam tornado seus vassalos. Segundo vários autores, no regresso fez uma paragem em Lamego, onde repartiu com eles parte do saque que a empresa rendera.

“Nesta campanha repartiu, entre os príncipes cristãos e muçulmanos que se tinham distinguido nela, 2.285 peças de seda bordada, 21 vestidos de lã merina, 2 de ambarí, 11 de seda bordada com ouro, 15 panos rameados, 7 tapetes de brocado, 2 peças de brocado romano e peles de alfeneca.” (COELHO, 1989, pág. 191)

Conta-se que obrigou os prisioneiros de Santiago a transportarem até Córdoba os sinos da catedral e as portas da cidade.

Lamego

Lamego

Segundo Helena Catarino, a ocupação por parte de Almançor de posições estratégicas no actual Portugal entre os rios Mondego e Douro permitiram preparar com dois anos de antecedência o ataque a Santiago, como é o caso de Aguiar da Beira (Hisn Aqilar), Lamego, Viseu (Madina Galisya ou Baliqya), Valadares (Falataris) ou Trancoso (Tarankusa), ou cidades mais de retaguarda como Condeixa (Qubdiyaysa), Montemor o Velho (Munt Mayor) ou Coimbra (Medina Qulumrya), contando para isso com o apoio das fortes comunidades moçárabes da região. A marca da campanha de Almançor está ainda viva em topónimos como Almansor (existente em vários locais) ou Ribeira de Mansores.

Para esta autora terá inclusivamente sido Viseu a grande base logística das operações de Almançor no Norte de Portugal e o local onde dividiu o saque de Santiago com os condes moçárabes.

Cava de Viriato

Localização da “Cava de Viriato” na cidade de Viseu

Especialmente intrigante é a chamada “Cava de Viriato”, uma estrutura defensiva octogonal situada na área urbana de Viseu, visível através de fotografia aérea, que podia albergar cerca de 25.000 homens. A “Cava de Viriato”, segundo Vasco Mantas, pode “corresponder a um acampamento militar de Almansor, relacionado com as campanhas contra Leão, Astorga e Santiago de Compostela.” (CATARINO, 2002, pág. 132)

Catarino acrescenta que a “Cava de Viriato” é uma estrutura muito semelhante aos “amsar”, cidades-acampamento utilizadas pelos árabes nas zonas de guerra do Próximo Oriente. “A Cava de Viriato, situada numa zona periférica de Viseu, deve também corresponder a uma qal’a ou cidade-acampamento de época islâmica, seja da conquista do século VIII ou do período de Almansor (…) Tendo oito lados regulares, com cerca de 250 m cada, numa extensão de perímetro com mais de 2 km, a sua área aproximada seria de 32 a 36 hectares, pelo que aí podia permanecer um numeroso contingente militar e cativos de guerra (…) o fosso ainda é perceptível, melhor visível de dois lados, e tinha ligação com o Rio Paiva e a Ribeira de Santiago, que correm no exterior. Para além destes cursos fluviais, a existência de minas de água e de poços levam a pensar que a estrutura amuralhada também estava relacionada com um bom sistema de aproveitamentos aquíferos, o que reforça a hipótese de estarmos perante uma obra defensiva e, ao mesmo tempo, de engenharia hidráulica, associação bem típica de fortificações de época islâmica.” (CATARINO, 2002, pág. 132-133)

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A Plaza Mayor de Medinaceli. autor desconhecido

No ano de 1002, no seguimento de um ataque a San Millan de la Cogolla, Almançor é ferido em combate, vindo a morrer dos ferimentos no dia 11 de Agosto em Medina Salem, ou Medinaceli, como era conhecida pelos cristãos.

De Almançor ficou uma imagem do poder militar dos Omíadas e da coragem dos muçulmanos do Al-Andalus. Segundo o historiador Árabe Ibn Idari, foi gravado o seguinte poema na sua sepultura:

“As suas pegadas sobre a terra te mostrarão a sua história,

Como se a visses com os teus próprios olhos.

Por Deus, que jamais os tempos trouxessem outro semelhante,

Que dominasse a península e conduzisse os exércitos como ele.”

(Ibn Idari in WIKIPEDIA, página electrónica citada)

Mas para a História ficou sobretudo como um tirano com evidentes responsabilidades “na aparatosa desintegração do Califado”, iniciada com a guerra civil que ocorreu após a sua morte e que mais tarde daria origem ao aparecimento dos Reinos de Taifas. As cidades-palácio de Medina Azahrá e Medina Azahira foram arrasadas, a última de forma implacável, conforme decisão de Muhammad Al-Mahdi, o Omíada rebelde que destronou o Califa Hixam II:

“…ordenou destruir a cidade, derrubar os seus muros, arrancar as suas portas, desmantelar os seus palácios e apagar os seus vestígios”. (BARIANI, 2003, obra citada)

Notas:

(1) O côvado é uma medida de comprimento antiga baseada na distância entre a extremidade do dedo médio ao cotovelo, correspondendo a 45 a 50 centímetros

Bibliografia:

BARIANI, Laura. “Almanzor”. Editorial Nerea. 2003

CATARINO, Helena. “A marca inferior em Portugal na época de Almansor: hipóteses de trabalho e os exemplos de Viseu e Coimbra”. La Peninsula Ibérica al filo del año 1000. Separata do Congresso Internacional Almanzor y su época. Córdoba, 2002

COELHO António Borges. “Portugal na Espanha Árabe”. Editorial Caminho. Lisboa, 1989

MUNÕZ MOLINA, António. “Cordoba De Los Omeyas”. Editorial Planeta. Barcelona, 2002

WIKIPEDIA. “Almançor”. Página modificada em 2016

Comments

  1. maria celeste ramos says:

    Sevilha Córdova e Granada – o triângulo do Oiro árabe – que beleza + os Jardins do Generalife e o Pátio das Leoas – e a água trabalhada parada – lagos – ou em movimento repuchos e a arte dos ornamentos dos palácios derivados da sua criatividade com a descoberta e desenvolvimento da geometria utilizada como arte – mas a Mesquita de Mértola é maravilhosa, bem restaurada e devolvida ao turismo pelo senhor que conduziu os trabalhos Carlos Brandão Lucas, depois de todas as escavações arqueológicas – as colunas da mesquita árabe que virou católica sem qualquer destruição, também tem uma “floresta” de colunas e situa-se nas margens do Gaudiana onde foi o último porto do Mediterrâneo – lugar maravilhoso e belo e de informação de tantos povos que por ali “passaram”

  2. tirando o sefradita....cá por mi says:

    e sefardita está escrito sefradita

    • Frederico Mendes Paula says:

      Agradeço a chamada de atenção para essa gralha. Já está corrigida

  3. José Manuel says:

    Recentemente alguns autores têm defendido que a conhecida “Cava de Viriato” perto de Viseu poderia ter sido o acampamento de Almansor

    • Frederico Mendes Paula says:

      Caro José Manuel. Esse é um tema interessantíssimo e que encerra um mistério por desvendar. De facto a “cava de Viriato” (assim designada apesar do Viriato nunca ter estado em Viseu) é uma construção admirável do ponto de vista de dimensão e cuja origem não é pacífica. É um octógono com 30 hectares de área e 2.000 metros de perímetro constituído por muros de terra e fosso que atingem os 15 metros do lado do fosso e 6 metros do lado interior. A sua origem tem sido atribuída aos romanos, mas cada vez mais ganha adeptos a ideia que terá sido um fortim de origem islâmica criado para albergar as tropas de rectaguarda do exército de Almançor nas suas incursões na Galiza e no Reino de Leão. Só a arqueologia poderá fazer luz sobre este caso.

    • Frederico Mendes Paula says:

      Para além disso, Viseu localiza-se numa zona de fronteira, entre o Mondego e o Douro, que nunca esteve realmente nas mãos de cristãos ou muçulmanos, já que mudava constantemente de lado. Só nos 50 anos que se seguiram à conquista de Almançor foi de facto território do Al-Andalus e nessa altura Viseu era a base mais importante para os ataques à Galiza e ao Reino de Leão. Apesar de Almançor contar com o apoio dos Moçárabes da zona, os tais nobres cristãos arabizados, necessitava de manter no local forças arabes. Digo arabes e não muçulmanas porque é sabido que nos territórios de fronteira não eram utilizadas tropas berberes. Há descrições que apontam para que a cava de Viseu fosse um arrabalde da cidade (ainda hoje é perfeitamente visível no google earth do lado NE de Viseu) onde as tropas se concentravam e aí tinham alguma segurança

  4. José Manuel says:

    Sobre a questão da Cava tem interesse este artigo da investigadora Helena Catarino que analisa precisamente esta problemática:
    https://woc.uc.pt/fluc/getFile.do?tipo=2&id=7453

    • Frederico Mendes Paula says:

      É verdade. Um artigo muito interessante. Já o tinha lido e dá uma perspectiva bastante completa sobre a região da fronteira no período de Almançor e sobretudo das cidades de Coimbra e Viseu. obrigado

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