Pensem no assunto

Um episódio a somar-se às bem conhecidas beneditinas limusinas, “ajudas de renda” de casa própria, viagens à conta, menus de estalo com porcos alimentados a bolota, despesismo de representação e outras tantas mordomias típicas desta satrapia disfarçada de democracia semi-parlamentar semi-presidencial. PSD, PS, CDS, PCP, BE, MPT, PND, cada vez mais iguais nas formas de procedimento, na reserva mental e total falta de discernimento.

O país precisa urgentemente de mudar de rumo. Precisamos de um Parlamento mais darwiniano, abolindo-se a farsa da eleição de lista de comparsas e instaurando-se o sistema uninominal que tanta apavora a partidocracia. Precisamos de uma Câmara Alta que inclua os “poderes de facto” – aqueles que não vão, nunca foram ou irão a votos – como academias, o mundo do trabalho e do capital e institutos públicos  capazes de supervisão das grandes opções do Estado que no caso histórico português, jamais foi ou poderá ser liberal. Uma Câmara Alta que coloque um travão ao populismo distributivo de rendas sob a forma de laboratórios de opinionismo de amigos, obras públicas ruinosas e sem futuro, parcerias desastrosas, desastre educativo, destruição do ambiente e do património. Consequentemente, eliminemos as excrescências fiscalizadoras de vários Supremos que apenas confirmam a hegemonia do clientelismo e o descarado comprometimento com o desvario a que chegámos.
Agrade ou não agrade a hipótese, também deveremos abolir a decrépita, escusada, falaciosa e comprometida partidariamente forma de representação do Estado dito republicano. Basta. Ou isto, ou uma desnecessária revolução de ruptura violenta. Podem não acreditar, mas ficam avisados.

Comments

  1. Amadeu says:

    (a ser lido como o Mário Vigas o sabia fazer)

    Camara alta essa, já agora, encabeçada pelo, mais coisa menos coisa, Dom Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança.

    Darwinicamente falando, está-se mesmo a ver que umas das primeiras medidas poderia ser acabar com os ciganos … e os coxos… sempre se poupavam logo mais uns milhõesitos em rendimentos sociais.

    E os porcos da bolota bem poderiam ir para a Academia do Paço de Vila Viçosa, onde a dita Câmara Alta se passaria a reunir com a devida dignidade.

    Ó tempo, volta pra trás.

  2. Realmente o sistema político português…
    Abrem a boca deputados nomeados por um chefe que já não existe, e mais, que o eleitorado distituiu. Em nome de quem essas alminhas titubeiam?….

    Um grupo de deputados, de diferentes partidos(!), juntou-se por causa de uma, discutível, “equidade”, enfim…
    Independentemente de tão “nobre” gesto, o caso é que até ficou patente, aqui e acolá, alguma fibra, cultura, ânimo, impaciência, inconformismo ….

    Pois bem Srs e Sras. Deputados. Cá vai o desafío:
    -Querem saber quão independentes são, em relação aos partidos?.
    -Querem saber até aonde vai o grau de confiança que têem no V/ próprio valor?.
    -Querem demonstrar -nomeadamente os mais jóvens- a V/ repulsa por uma vida de triste servilismo e mútuo permanente morde canelas?.
    Enfim:
    -Querem assumir o estatuto de representantes legítimos de um eleitorado?

    Pois bem, é simples:
    Juntem-se, outra vez, um grupo transversal de deputados.
    E submentam uma V/ Lei Eleitoral que permita a V/ candidatura, NOMINAL, nas próximas eleições para a AR.

    Até lá, enquanto não realizarem este teste -a vós mesmos- por muito inteligentes, cultos e tudo mais que julguem que são, …não esperem que ninguém vos leve a sério.
    Nem vós mesmos.

  3. jorge fliscorno says:

    As nossas eleições são uma farsa que começa na formação nas listas que vão a votos.

  4. Pedro Marques says:

    Quando alguém quer enfiar todos os Partidos no mesmo saco, diz logo tudo! Diz logo sobre a sua ignorância política, e social.

    • Nuno Castelo-Branco says:

      Diz? Então antes de escrever, leia a notícia nos jornais. Estão lá todos.

  5. A ideia de “meter todos os partidos no mesmo saco” até que tem algum encanto… Depois, colocava-se no saco uma pedra (pesadita!) e mandava-se ao Tejo.
    O sistema “democrático” português está inquinado. Só não vê quem não quer! Parece que as cadeiras de S. Bento contaminam com um não sei quê que afasta os “representantes do povo” do dito e os transforma em papagaios de telejornal… Afinal ainda vivemos em monarquia. Somos governados pela dinastia do absurdo.

  6. ze da serrra says:

    Esta coisa de meter todos os partidos no mesmo saco, é o mesmo que não saber distinguir um penico duma panela. Um dia acaba cagando no próprio prato.

    • Nuno Castelo-Branco says:

      Estão mesmo todos no mesmo penico. Leia a notícia, surge em quase todos os jornais e as siglas bem impressas preto no branco. Todas elas de todos eles.

  7. O problema é mesmo esse. É que em vez de Deputados -entenda-se pessoas, 230 indivíduos, representantes responsáveis- temos 6 partidos -6 rebanhos- de voto disciplinado.

    Basta ouvir aquelas alminhas a vociferarem uns com os outros. Não discutem, como campeões, as suas causas.
    Apenas defendem ridícula e irrisoriamente as suas capelinhas.

    Mas claro, isto é coisa que os pró-exclusividade dos partidos, e por isso mesmo, nem percebem.
    Que vivam e sejam muito felizes.

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