Um problema complicado

Uma aluna fez-se substituir na realização dos exames do secundário. No caso utilizou como expediente “um comprovativo do pedido de Cartão de Cidadão”, mas se calhar nem precisava de tanto. É que as fotos do CC são mesmo muito pequenas, nem sempre nítidas, e é preciso muito zelo por parte dos professores vigilantes, ainda para mais perante examinandos que estando numa fase de crescimento facilmente “enganam”.

Não estou a criticar os cartões em si, mas se calhar daqui a uns anos vamos precisar de uma solução tecnológica para este e outros problemas de fraude (como o dos telemóveis que facilmente se podem utilizar numa ida à casa de banho…).

Comments

  1. Konigvs says:

    É interessante o artigo do Público falar que a jovem admitiu à SIC a fraude, quando a própria SIC à pouco tempo passou um documentário sobre um jovem que nos Estados Unidos um jovem fez o exame de dezenas de outros alunos a troco de uma boa quantia de dinheiro, creio que sempre superior a 500 dóllars. E a ideia com que fiquei com vi a reportagem no “sessenta segundos” foi precisamente, olha que bela ideia que estarão a dar a muito boa gente!
    Acho que esta miúda demonstrou sem dúvida iniciativa e proatividade, num cenário de dificuldade, conseguiu contornar o problema. Com esta iniciativa digna de constar no seu currículo já terá por certo equivalência a umas quantas cadeiras do curso que pretende tirar!! Quem sabe se daqui por uns anos não a veremos à frente de um qualquer ministério!!

  2. A solução tecnológica já existe, e é falta de vontade que conste das regras: os leitores de CC são baratos (pouco mais de 15€), e de certeza que se arranja um portátil para cada sala (ou um para a escola inteira, se for caso disso, com um funcionário a transportá-lo debaixo do braço, tipo “pica”). O comprovativo de pedido, tenham lá paciência: volta cá na segunda fase.

    Mas o problema nem é tanto impedir a fraude; é mais incutir aos alunos, desde pequeninos, que a fraude é uma coisa má. Seja na escola (essas aulas de cidadania já faziam falta ontem), seja, sobretudo, em casa.

    • Do existir ao ser adoptada (e neste momento todas as salas é suposto terem um pc ligado em rede), vai a diferença. Não é o custo, mas os responsáveis andam mais preocupados com garrafas de água e outros truques do seu tempo.

  3. Judite says:

    Durante um exame é de todo impossível ir à casa de banho. Mesmo que acabe o exame antes do final, não pode sair da sala. Nem os alunos, nem os professores vigilantes. Os telemóveis são sempre um problema, mesmo na sala… A única possibilidade é aparecer uma tecnologia que “apague” o sinal, naquela zona da escola, durante um certo período de tempo. Contudo, este “incidente” só vai fazer apertar ainda mais a vigilância sobre os examinandos. Até agora, alunos com documentos sem foto, teriam de ser, posteriormente, identificados junto do secretariado. Neste caso, algo deve ter falhado…

    • Não, Judite, não é. Leia o que está em vigor, e depois veja a possibilidade de as escolas terem funcionário(as) em cada corredor e a hipótese de cumprirem o que lhes é pedido.
      Há mínimos, sexualmente falando, e não me parece decente exigir que um trabalhador seja contratado com a cláusula de ser naturista.

  4. Não há sistemas perfeitos. Vai ser sempre possível contornar as defesas instaladas. No limite o puto pode decorar a matéria na véspera, para esquecer dois dias depois, não lhe chamam cabular mas o efeito é rigorosamente o mesmo. Ou seja, não vale a pena gastar mais dinheiro em soluções miraculosas.

    O importante mesmo é mostrar aos putos que cometer fraudes destas é errado. O importante é ter um sistema de ensino onde o futuro do aluno não seja decidido em duas ou três horas de exame-papão. Atenção, penso que os exames têm a sua importância e que devem existir, penso também que nós, portugueses, lhes damos importância demais.

    • M. Abrantes says:

      O exame no fim de cada ciclo é indispensável para prover alguma justiça às avaliações no sistema de ensino que temos. Há escolas onde os directores dão ordens explícitas aos professores para que não chumbem ninguém e atribuam notas elevadas, de modo que a classificação no exame nacional não reprove os alunos. Os paradigmáticos casos Sócrates/Relvas são também bons exemplos do que podem as avaliações ser em Portugal, na ausência de um controlo supra.

  5. António Duarte says:

    Já agora, assinalo que nesta invenção socratina, por alguns considerada modelar em termos de design, o tipo de letra usado é de todo desadequado.
    Reparem por exemplo nos caracteres que indicam a altura da rapariga, e comprovem que o 6 e o 8 são quase iguais. A legibilidade deste documento é inferior à dos velhinhos bilhetes de identidade, como qualquer professor vigilante de exames, confrontado com os dois tipos de documentos, e tendo de confirmar, por exemplo, os números de identificação, facilmente constata.

    • De acordo quanto ao formato visível do cartão. Não tenho nada contra o dito, até acho que a senhora fez um bom trabalho em actualização tecnológica, mas é um cartão digital. Soluções existem, o GAVE tem é de pensar nisso.
      Tirei o meu CC o mês passado, e ainda me perguntaram se me interessava a assinatura digital.
      As boas ideias em Portugal morrem sempre numa má prática qualquer.

  6. Konigvs says:

    Obviamente acima queria dizer “Sessenta minutos” e não sessenta segundos.
    http://youtu.be/dfqFEiP10_E

  7. chatice says:

    É preciso inovar como disse no comentário ao artigo anterior. Esta aluno teve uma ideia brilhante, acho que temos de lhe dar os parabéns, usou uma subempreitada.

  8. maria celeste ramos says:

    Tão pequeninos mas já tão aldrabõesinhos e irresponsáveis – que tão depressa aprendem a fazer mal a eles próprios – Mesmo de trombas os meus 68 alunos da turma ABC (3 turmas de linguas) ou DEF (3 turmas de 15 ou 20) em dia de texte deixavam no chão ao pé da minha mesa – todas as carteiras – e não havia xixi nem me lembro de pediram (mas ser-me-ía difícil dizer não embora soubese como descobrir a “cópia” – o que me dava muito trabalho e dezenas de horas a rever em casa, mas descobria, e a quem copiava ou deixava copiar dava um belo 4 – Tinham 20 anos – cheios de vicios – mas acabaram por perceber o essencial – foram 20 anos e cada ano a partir de certa altura, era cada vez menos bem preparado do ensino médio – que diferença de degradação – dava aulas só ao 2º ano de curso de 3 anos – tenho saudades mesmo das dificuldades e daquela querida juventude e genica dos 20 anos – Quando já profissionais as encontrava como stweart na Alfa ou na TAP reconheciam-me e faziam-me uma festa e eu ficava contente e reconciliada por ter sido tão “exigente” mas foi como fui educada e não me fez mal

  9. Copiar faz parte da aprendizagem, o primeiro passo, é ser mais esperto que o professor, devemos aprender aptidões, até porque os conhecimentos, testados ou não, valem o que valem, quando evoluem noutra coisa diferente (para curso: haverá sempre possibilidade de trocar créditos numa universidade privada).

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