Encerramento das escolas, fecho do país

Em vários jornais, foi ontem notícia o encerramento de 239 escolas do Primeiro Ciclo. Como é habitual no discurso dos ministros da Educação, Nuno Crato afirmou que a importância dessa medida está relacionada com as vantagens educativas, considerando que, em comparação, a poupança alcançada é pouco importante, embora não tenha revelado o valor dessa mesma poupança.

Tal como os anteriores detentores da pasta, Nuno Crato afirma que todo este processo decorre com a anuência das autarquias, embora uma rápida incursão pela internet pareça desmentir tal asserção, quando passamos por Leiria, Gouveia, Estremoz, Odemira ou Elvas.

Confrontado com as críticas que o PSD teria feito, anteriormente, ao processo de encerramento de escolas iniciado por Isabel Alçada, Nuno Crato disse que “há encerramentos de escolas e encerramentos de escolas”, o que, convenhamos, não chega a ser argumento, sobretudo se a qualidade dos centros escolares não for a anunciada, se os alunos perderem demasiado tempo em transportes ou se o processo contribuir para acentuar o processo de desertificação em curso.

Espera-se que a imprensa, nos próximos tempos, proceda às necessárias investigações e que os jornalistas não sirvam apenas para segurar em gravadores e para transcrever declarações.

Ainda a propósito da imprensa, seria importante que houvesse uma maior atenção à escolha de títulos: a bem do rigor, o título da Lusa deveria incluir CONFAP no lugar de Associações de Pais, porque pode dar-se o caso de que algumas destas não se sintam representadas por aquela.

Comments

  1. MAGRIÇO says:

    “há encerramentos de escolas e encerramentos de escolas”, Tradução: “os outros fecham escolas porque são burros e incompetentes, nós fechamos escolas porque somos espertos e pedimos equivalências para termos créditos”.

  2. Vinte valores é quanto vale essa sua tradução, caro Magriço!

    • MAGRIÇO says:

      Obrigado, Isabel. Ás vezes a ironia serve de escape à raiva… 🙂

      • António Fernando Nabais says:

        Subscrevo a avaliação da Isabel. Com estas duas referências, penso que já pode requerer a equivalência a um curso de tradutor-intérprete 🙂

  3. Isabel Branco Pires says:

    Fechem as escolas muitas escolas do interior e juntas de freguesia e construam cemitérios.
    Já que nos estão a matar, é um produto de interesse nacional e de 1º necessidade .-(

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