Descobri esta página, sempre graças ao trabalho do João Roque Dias. O projecto é louvável: levar as crianças a contactar com a realização cinematográfica.
O facto de se estar a lidar com crianças, aliás, deveria obrigar a um cuidado redobrado com o uso da língua. Os autores optaram por escrever segundo o chamado acordo ortográfico (AO90): em parte, conseguiram (maio, ação); por outro lado, esqueceram-se (didácticos, acção); finalmente, graças a uma reforma ortográfica pessoalíssima, retiraram o hífen de “público-alvo” e arremessaram para longe o “c” de “ficção”, inventando uma arrepiante “fição”.
A verdade é que a inconsistência do AO90, pervertendo a relação entre pronúncia e escrita e gerando grafias facultativas, só podia dar origem a confusões, ainda mais num país em que o ensino da língua materna tem estado sujeito a modas e caprichos. Melhor seria, a propósito, que a busca de um vago prestígio internacional da língua cedesse lugar à preocupação com o prestígio nacional da língua.
Ao caso do pacto transformado em pato segue-se, portanto, a fissão da ficção. Já se sabe que o AO90 não preconiza o desaparecimento de consoantes pronunciadas, embora admita grafias facultativas (e sabe-se lá que pronúncias poderão vir a ser inventadas para transformar um antigo erro numa palavra ortograficamente impecável). A verdade é que o AO90 trouxe erros que não existiam e isso resulta da imprevidência e da leviandade tão características da prática lusa, como António Emiliano acaba por demonstrar, com a clareza costumeira.
Um individuo normal conclui que no INATEL não atualizaram os corretores ortográficos.
Um nabo conclui que os erros de ortografia pós AO90 existem porque o AO existe.
Ainda bem que percebeu: há erros que surgiram depois do AO90. Há muita gente a escrever “fato” em vez de “facto”, por exemplo. A confusão é tal que, diante de grupos consonânticos, as pessoas resolvem retirar uma das consoantes. Fico contente por tê-lo ajudado a perceber isso.
eu não tiro coisa nenhuma – estou farta de anoramis e de brasilês mas não se ganha com isso porque as crianças são obrigadas a andar para trás – e se calhar até os professores – alguns pelo menos – andamcheios de raiva pois emendar exames agora levará mais tempo e é mais complicado – estes governantes são completamente anormais – só há anormalidades e inutilidades – só sabem fazer “rotundas” jamé
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