Quando numa casa onde ainda há pouco se defendeu uma intervenção dos coronéis caso a Syriza ganhasse as últimas eleições gregas se tenta argumentar com a contabilidade de vítimas das ditaduras que por alma e graça do divino espírito santo se atribuem à esquerda (incluindo como de costume o Cambodja), entramos na incapacidade argumentiva mais básica.
Primeiro porque se o assunto é comigo, era bom que encontrassem uma linha onde tenha defendido qualquer um dos carniceiros citados ou um regime seu aparentado. E segundo porque as ditaduras não são uma operação contabilística quantitativa e se o fossem conviria utilizar percentagens, ou acabamos a meter o China dentro da Chile, e se calhar não cabe, de resto não há números fiáveis para nenhuma ditadura, nem a Alemanha hitleriana contabilizou as suas vítimas. Um morto chega perfeitamente para enumerar criminosos, a morte é irreversível independentemente das convicções religiosas de cada um e uma ditadura é sempre um modo insuportável de se viver, excepto para os opressores. Basta ter experimentado a portuguesa para dar por isso.
Não é que me arrependa de ter deixado a ressalva em relação aos insurgentes de que “nem todos defendem o Pinochet“, não tenho por hábito esquecer-me de que só a verdade é revolucionária e sei muito bem que as aberrações humanas se distribuem pela esquerda e pela direita, mais para lá do que para cá, mas também as tivemos. Não me venham é com ignorância histórica onde se refere a “actuação económica” de Pinochet como positiva, ou caímos na argumentação patética que defende Estaline com os progressos económicos e sociais da URSS, que também os teve.
À falta de argumento, usam a boçalidade que os caracteriza, pensando que ainda convencerão alguém através desse basismo retórico que tão bem caracteriza quem o usa.
Um abraço.
João José, você não é ião importante como julga. Ficava-lhe bem descer uns degraus do pedestal para onde subiu, querendo-se pôr, imeericidamente, acima de muitos que valem mais do que o meu amigo.
Aterre, pf.
Eu nem pedestais, nem pódios, nem varandas, meu caro. Tenho vertigens nas alturas.
Não me parece, amigo. Nunca ouviu dizer que ninguém é bom juíz em causa própria?
Afirmação que subscrevo. Não vejo é relação nenhuma com o assunto, mas lá está, não serei eu a ajuizar das dioptrias que me faltam nos óculos.
É natural que os insurgentes estejam assim tão sem argumentos, estão a ver o regime pseudo democratico neo liberal deles a ruir.
“chafurdar na lama com porcos” é um desporto arriscado! É que este é um tipo de raciocínio infantil a que a extrema direita está muito apegada. Vê-se que alguns deles até estudaram, com o intuito mais do que provável de exercitar a boçalidade.
Bora lá falar grosso.O menino é um escarro.Nem vale de nada estar a passar~lhe cartão. Eu fui aquele blogue ranhoso ( o insurgente),e aquilo só dá asco,é nauseabundo, e esse Botelho não passa de merdoso a por-se em bicos de pès.Quando um fdp,escreve, : – se houve matança de inocentes a culpa é dos comunistas-……,está tudo dito.
agora vão passar a tarde de domingo entretidos a apagar comentários. Mais um dia do blogue da LIBERDADE.. asco
Se realmente “Um morto chega perfeitamente para enumerar criminosos” então porque razão a extrema esquerda continua a idolatrar os camaradas Stalin e Mao, bem como defendê-los com unhas e dentes? Onde está a indignação do assassinato em massa do povo russo e chinês em prol do bem maior desses regimes autoritários? Onde estão as críticas à campanha de assassinatos políticos perpetrados pelo suposto bom nome do comunismo?
Arranje-me lá um exemplo de defensores desses dois. Eu sei que o MRPP ainda existe, mas parece-me que extrema-esquerda é um bocadito mais do que isso.
E já agora, assassinato em massa dos povos russo e chinês é um bocado vago. Nos últimos 100 anos andaram entretidos nisso japoneses, alemães, franceses, ingleses, norte-americanos, etc. etc. Um verdadeiro passatempo mundial.
Isso é que se chama vestir as palas. Quando se fala em Stalin e massacre do povo russo, ou Mao e o massacre do povo chinês, é bastante claro que massacres e que criminosos estamos a falar. Não há que enganar. Mas parece que a miopia política e dogmatismos do João José Cardoso o impedem sequer de encarar que esse proverbial elefante está presente na sala, e entretanto lã vão puerilmente apontando os dedos aos outros. Até fica-se com a impressão que “Um morto chega perfeitamente para enumerar criminosos” , mas umas vítimas são menos humanas que outras. Certo?
Ó Jovenal, as palas não se vestem, metem-se ao lado dos olhos dos animais de carga. E não respondeu à minha pergunta. Aliás, ou nem leu o que escrevi, ou nem ler sabe.
Você deve ter uma k7 ligada ao teclado. Ou um mp3, em loop, Um formato em que desconhecia a existência de música fúnebre.
e porque não, para serem coerentes os repudios a genocidios perpetrados pelo cristianismo, pelos descobrimentos, pela monarquia e pelo colonialismo? E isto só em Portugal. A dificuldade que as pessoas tem em compreender que o problema não são a organizações, não são as crenças ou a ideologia, mas a existência de homens sem moral no seio delas.
Ironicamente podemos exemplificar como as melhores relações de Portugal com o governo “comunista” chinês tem sido aparentemente com este governo de direita radical que nos governa.
“o problema não são a organizações, não são as crenças ou a ideologia, mas a existência de homens sem moral no seio delas.”
Pelo que se depreende que Marx, Lenine, Trotsky e afins são homens sem moral. Não é que não seja verdade. Mas sendo assim, porque os defendem? Talvez fosse bom ler o que eles escreveram em vez de debitar disparates.
Não sendo um teste, até porque estou de férias, a que organização pertenceu Marx, tirando aquele episódio da efémera I Internacional?
É simples curiosidade e, confesso, tipo confirmação das desgraças que os mercados já provocaram no ensino superior das Letras em Portugal.
O Comité Comunista de Correspondência ou A Liga Comunista? Francis Wheen escreveu uma bela biografia de Marx, onde o retrata como o burguês que era. A ver pelos seus escritos, o esquerdismo fez muito pior às Letras em Portugal. Eu não estou de férias, mas a resposta ao seu post mais recente vai a caminho.
Não sei se apagou o meu comentário ou se neste post tem moderação activada, mas eu já tinha respondido e não aparece o comentário. Aqui vai novamente: O Comité Comunista de Correspondência ou a Liga Comunista? Pelo que vejo dos seus escritos, o esquerdismo fez muito pior às Letras em Portugal.
Aqui não se apagam preventivamente comentários, o Akismet pode retê-los pelos algoritmos que lá entende. Depois disso cada autor é livre de tratar dos seus. Pergunte ao Nuno.
Isto é grave. Não é que concordo consigo? Tenho de ler de novo a bula dos medicamentos é o que é.
Lá no fundo, vocês amam-se todos, não é ?
Depois de Abril deram de frosques ou passaram a ser democratas mas com esta “democracia” voltam a ser o que sempre foram …
Quem é que abriu as portas a esta vaga revanchista e pedradora? Quem voltou a entregar o poder económico e político aos mesmos de sempre?
Lavar as responsabilidades de quem nos governou nas últimas décadas, esquecer o que foi e é o bloco central de interesses, ignorar esta aliança entre a troika externa e a interna é continuar a caminhar para o abismo.
Desculpem. é “vaga revanchista e predadora”