O medo das alterações às leis laborais nos trabalhos portuários – ou – Raios Partam as Greves

Os “trabalhadores portuàrios” de alguns portos Nacionais (Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro estão completamente parados) estão em greve.
Como de costume no Porto de Leixões não há greve. Talvez por isso tenha lucros e seja apetecível colocá-lo ao mesmo nível dos outros. Quem trabalha e tem sucesso não raras vezes tem guerra declarada pelos que o não fazem nem o têm.
Por causa desta greve, mais esta, já vários barcos que se dirigiam à capital, mudaram o seu destino e terão ido aportar a Espanha. Se fossem inteligentes (os mandantes) teriam ido para Leixões, onde se trabalha, já que os nosso vizinhos, que já têm a austeridade à porta, também ameaçam com greves (embora tudo não passe de manifestações de solidariedade sem fundo efectivo), estendendo-as aos portos de toda a Europa, tudo por causa, imagine-se, do Governo Português.
É verdade que sou contra as greves, embora não o seja contra o direito a fazê-las, mas isto é de doidos. Quando precisamos de trabalhar, cada vez mais, fazemos greves e damos os negócios que muita falta nos fazem aos outros.
Para os defensores deste tipo de acções, é uma medida inteligente, para mim, é uma tremenda burrice, digna de quem tem a cabeça só para criar piolhos. Mas isto sou eu a dizer, que destas coisas percebo menos que nada.

Ah, e por falar em greves, amanhã há mais … CP, Metro, Carris e STCP (também amanhã, a Metro do Porto não entra).

“P’rá frente Portugal!

Comments

  1. Pisca says:

    O postador na sua ansia de descobrir coisas, nem atina no que coloca como Grande Descoberta:

    Assim afirma;
    “Como de costume no Porto de Leixões não há greve. Talvez por isso tenha lucros”

    de facto o que a noticia diz:
    “Nos primeiros sete meses de 2012, o porto de Leixões viu o volume de mercadorias movimentadas crescer 4%, o que se traduziu por um total de 9,8 milhões de toneladas transportadas. ”
    não se fala em lucros em lado nenhum, lendo tudo o resto

    Depois remata com a grunhice do costume ao nível do Medina ou parceiro amigo:

    “É verdade que sou contra as greves, embora não o seja contra o direito a fazê-las,”

    Resumindo, sou contra ( quem a fizer leva nos cornos ou é uma besta”

    Mas “não sou contra o direito a fazê-las”

    Coisas de fazer posts depois de almoço dá nisto

  2. nightwishpt says:

    Deviam era estar quietinhos à espera do despedimento ou da redução de ordenado, como bons servos… Perdão, empregados.
    É que a banca (estrangeira) precisa de manter os lucros, e isso é que é importante para o pais.

  3. Jose Cruz says:

    Uma coisa e certa, o Porto de Setubal apresentou 300 milhoes de lucro no fim do passado ano…, mas “a conta de quem”??? O Sr. Magalhaes sabe, so a titulo de exemplo, que, pelo menos em Setubal, se trabalha “a jorna”…, exactamente, a jorna… Com a simples diferenca para “o tempo da outra senhora” que agora os estivadores nao estao “aglomerados” aos portoes “da estiva”, usam uma linha telefonica (vivam as novas tecnologias) para saberem se o “seu numero” foi escalado para trabalhar esse turno…, e como e claro, nao ha “ordenado”, que isso e para “os Magalhaes” deste Pais, nao senhor, se nao trabalha, nao ganha…, muito de acordo com a forma como pensa!!!
    Claro que tem o direito a ter a sua opiniao, mas deixe-me perguntar-lhe uma coisa, ja alguma vez “recusou” qualquer beneficio ou direito conquistado pela via da greve (por quem a faz)? Acho que nao, apesar de ter vivido “bons anos” com as conquistas colectivas dessa “gentalha da esquerda”…

    • 300 milhões, sr Cruz? ups…. e eu a pensar que tinham sido 5,3 milhões os lucros dos portos de Setubal e Sesimbra. As minhas desculpas sim?

      • Jose Cruz says:

        5,3 milhoes “em comparacao com o mesmo periodo do ano anterior”…, sejam 5, 50 ou 300, pelos vistos voce continua a “apoiar” a ideia do trabalho “a jorna”…, ja agora porque nao “rescuscitar” a “FNAT” ?
        Ja em relacao aos direitos e regalias que “voce” e todos os “voces” tem auferido ao longo dows anos, com a conquista “dos outros”, nem uma palavra… E o normal…

  4. Realmente, caros comentadores, tem-se conseguido tanto com as greves! Está à vista de todos: ele é o emprego a aumentar, ele é as condições laborais e sociais a melhorarem, ele é os preços a estabilizarem, ele é o aumento da produção e da exportação, ele é o crescimento da qualidade de vida, etc., etc.!

    E depois, tudo o que foi conquistado pelas greves, nunca teve nada a ver com jogos de interesses, nem com políticas sub-reptícias de compensação para o lado do capital, nem com ludíbrios e muito menos teve a ver com o sábio e verdadeiro ditado “com papas e bolos se enganam os tolos”!

    Caro José Magalhães, é sempre um prazer ler pessoas de sensatez!

    P.S. – A todos, comentador e aventadores, os desejos de umas boas férias ou de um bom regresso ao trabalho, conforme o caso! Eu, pessoalmente, estou já no fim das férias e de volta ao Aventar para lhes moer o juízo! 🙂

    • Maquiavel says:

      Realmente, cara Isabel, tem-se conseguido tanto näo fazendo greves! Está à vista de todos: ele é o emprego a aumentar, ele é as condições laborais e sociais a melhorarem, ele é os preços a estabilizarem, ele é o aumento da produção e da exportação, ele é o crescimento da qualidade de vida, etc., etc.!

      Por coincidência, os únicos trabalhadores a fazerem greve (os “malandros da Funçäo Pública”) säo os únicos a manterem algumas regalias… os dos privados, que nunca fizeram greve, säo os mais precários.

      Aaaaaaaaaaah, mas esta gente “sensata” é que a sabe toda!

      Entretanto, nos países onde há e sempre houve mais greves, como Alemanha e França, é também onde os trabalhadores têm mais direitos e mais dias de férias… nah, é só coincidência, na Estónia e EUA é que é bom!

      • Ay, iyan ay isang error.? says:

        há quem escreva diz cursos polliti e há quem os leia

        e há quem leia slogans básicos e se reveja neles

        há xéxés e bébés pra tudo…
        (adupla a cem tua a são num é primitida na língua ardente
        ao bafo de onça da escura voz..
        a língua é fogo ardente
        da patria com t de todos nós
        maldito quem loucamente etc etc etc

  5. Corrijo: “P.S. – A todos, comentadores e …”

  6. eyelash says:

    Que saudades que já tinha do sr. Magalhães, da sua fobia aos trabalhadores e da sua paixão pelo kapital!

  7. eyelash says:

    Hoje é mais um dia particularmente feliz para o sr. Magalhães: o desemprego subiu, o PIB baixou, mas os de sempre devem ter aumentado a sua riqueza.

  8. Miguel says:

    Concordo com o Magalhães. Deve haver um equilíbrio em tudo. Na minha opinião estas constantes greves, principalmente as da CP é só para encher o próprio umbigo.

  9. Konigvs says:

    Eu ainda não percebi por que é que este governo ainda não proibiu as greves visto que tem sido tão fácil cagar em cima da Constituição…
    Esta questão de ser anti greve faz-me lembrar a discussão estéril do aborto. Quem não quer abortar que não aborte, da mesma forma quem é contra as greves, que vá trabalhar, e já agora que trabalhe 12h por dia, sábados, domingos e feriados, e que nas horas vagas que vá pedir para a igreja para angariar dinheiro para pagar o défice, porque parece que mesmo a roubar os trabalhadores as coisas não estão a correr lá muito bem aos amigos do Gaspar.

  10. fernando says:

    ser bloguista, comentador ou o que seja é muito fácil, basta mandar umas papaias, uns opinanços e já se julgam os maiores.

    talvez por acharem ter já um curriculo, uma cultura geral acima da média, uma posição de barbela presunçosa, que lhes permite, levianamente, tomar posição mediante vivências de escritório.

    estão porventura por dentro da realidade dos portos?

    conhecem a realidade do porto de leixões? como funciona?

    os portos têm tido lucros, continuam a dar milhões, numa altura destas de crise, em que os portos dão lucros, as exportações a crescerem, vem o governo falar em reestruturação, porquê?

    por acaso leram o projecto lei chamado draft, para aplicar nos portos nacionais, com a tal reestruturação tão falada?

    se a tivessem lido, entenderiam (o porquê da greve) que de reestruturação tem pouco. a reestruturação, básicamente resume-se a fazer uma limpeza nos estivadores actuais, que no meu caso ganho 1500 euros, para no meu lugar porem trabalhadores precários e a ganhar 500 ou 600 euros mês.

    esta é a grande reestruturação que o governo quer implementar.

    os trabalhadores portuários têm vindo a adaptarem-se ao desenvolvimento tecnológico nos portos, navios, cargas. há ainda mais capacidade de adaptação e para o qual estamos abertos, mas não há diálogo com este governo, nem é isso que pretendem.

    se pusessem o teu trabalho, que desempenhas correctamente, em risco, o que farias?

    vais pensar, isto da greve é muito mau para Portugal (com certeza que é), mas entretanto nada fazes e estás no desemprego. claro, podes continuar com a mesma linha de pensamento, porque sabes que tens o teu lugar, cargo, seja o que fôr, assegurado.

    sou trabalhador portuário, há 22 anos, com muito orgulho. raramente faço greve (hoje fiz), dei tudo a esta profissão, que gosto, prescindindo de terminar um curso, como tal vou lutar por ela até ao fim, podendo para alguns não ser a melhor maneira, possívelmente não teremos outras armas.

  11. Continua a reinar a ideologia da contra-produção – penso até que faz parte dos manifestos sindicais – e que depois se transforma na leviandade de protestos sem quaisquer propostas de medidas e alterações de consequência, nem uma real e estoica análise para com a presente situação.

    Mas lá está… é o que eu chamo de antítese do feudalismo.
    O problema não passa pela greve em si, passa sim pela instrumentalização – muita dela feita à base de demagogia, pura e crua – que se vai criando por entre as classes trabalhadoras.

    Muitos pedidos de responsabilidade se pedem, muitas acusações se fazem, hoje em dia… estranho, no entanto, ninguém avaliar – com rigor – as consequências originadas pelas decisões dos sindicatos.

  12. Maquiavel says:

    Numa coisa esta Isabel tem razäo: em Portugal näo foram as greves que deram os direitos laborais (à greve, a férias pagas, a subsídios de Natal) aos trabalhadores. Foi um gajo maluco, por decreto. Um tal de Vasco Gonçalves.
    E por isso quando hoje em dia o PPC rouba subsídios e direitos aos trabalhadores a maioria näo reclama. É que lá no fundo no fundo esses sabem que nada fizeram para os ter, logo näo têm de se queixar.

    Vasco Gonçalves fez mal. Se os trabalhadores portugueses quisessem direitos que os pedissem e lutassem por eles. Mas näo. Ele ofereceu-lhes tudo em troca de nada. Pois claro que era maluco!!!

  13. se no Porto de Leixões e no Metro do Porto não fazem greve é bom sinal. é porque não precisam. é prova de que existem ainda empresas públicas com boas políticas laborais. os maquinistas do metro do Porto até são sócios do mesmo sindicato dos maquinistas da CP.

  14. Maquiavel says:

    Gregos juntam-se a espanhóis e ameaçam paragem nos portos europeus
    “À semelhança dos espanhóis, também os estivadores gregos escreveram uma carta ao ministro da Economia Álvaro Santos Pereira, criticando as alterações na legislação do trabalho portuário que o Governo português quer aprovar ainda este mês.”
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=573361

    Há quem entenda que näo há portugueses nem gregos nem alemäes, há quem trabalha e quem explora!

  15. Ay, iyan ay isang error.? says:

    aqui 3 camionistas partiram ontem para a europa…mais distante aqui da áfrica
    são mais 3 vagas para os 500 camionistas no desemprego e sub-emprego que passam a ser só 497

  16. Mário says:

    Enfim; Não temos direitos, só deveres:
    Sou trabalhador portuário (eventual), ou seja estou sempre de telemóvel na mão a espera de ser colocado, não tenho direito a baixa médica, muito embora desconte tanto como qualquer outro trabalhador, em caso de acidente pagam-me 65% do salário (apanhado dos últimos 3 meses).
    Greve claro que sim, se se informarem bem querem colocar os Estivadores a laborar só a bordo dos navios; Ou seja 4 a 5 pessoas, pessoal de terra desemprego (12 a 15).
    Esta é a única forma de luta que nós temos, em Portugal só somos cerca de 1000; Com a nova lei talvez 300 a 400, eu como sou eventual rua! Se concordam com isso ok. Salários enormes: -Se concordam que 1000€ é muito ok, no meu caso desloco-me 100km para trabalhar e mais 100 para regressar a casa, sou casado, esposa sem trabalho e sem subsidio algum, filha a estudar no 10º Ano; Com quarenta Anos sou velho no nosso país pois ninguém dá trabalho!
    Isto é só um desabafo, depois de ler certas barbaridades que foram aqui expostas.
    Muitos dos que falam ponham-se no meu lugar.
    Obrigado.

    • amalia says:

      muito bem dito…estou na mesma situaçao e por este caminho nao vai faltar muito para o desemprego..a unica mer… que ainda temos direito

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