Oferta de Emprego para a Vera Pereira

Confesso que pensava já ter visto tudo, mas há sempre uma surpresa a caminho.

Então o IEFP divulga uma oferta de emprego com o nome do destinatário?

E, para melhorar a situação o IEFP comenta que foi um:

“lapso registado no procedimento” mas afirma que “a situação identificada é perfeitamente normal”

Eu, tal como a notícia de serviço público da RTP, apetece-me perguntar como é que um candidato faz para poder mudar de nome?

Comecem por visitar uma Conservatória e mudar, então, o nome para Vera Pereira. Têm é que andar depressa para ir a tempo de apanhar a oferta…

Nota (23h): parece que a coisa não é, afinal, o que parece. O diz que disse e o explica sem explicar vai já em várias versões… Até próxima informação fica a informação disponível no Jornal Público.

Comments

  1. maria celeste ramos says:

    Ajudem-me a conservar alguma sanidade mental pois que ao saber do que falam e do que oiço na informação e leio em jornais e vejo por aí duvido do que leio e do meu estado de consciência

  2. E quem está inscrito nos centros de emprego com que ânimo fica depois de ouvir isto? O facto de estar desempregado num país em que não existe trabalho já é desencorajador, mas saber que à partida qualquer lugar que fique disponível será ocupado por cunha e que as ofertas do Centro de Emprego são um logro diz bem de como o POLVO tem os seus tentáculos bem distribuídos.
    “Contactada pelo PÚBLICO por telefone e por email enviado às 9h46, a directora de comunicação do Instituto do Emprego e Formação Profissional, Fátima Cerqueira, respondeu por email, às 11h05, que a sua equipa estava “a apurar o que se passou”, remetendo mais tarde a nota de esclarecimento.”
    Este palavreado não convence, o lugar já tinha destino.

  3. Caro João Paulo, apesar de caricato o procedimento é legal e utilizo-o na minha empresa quando contrato pessoas… isto não é um concurso público é uma admissão para uma empresa privada que admite quem quiser… O que eu faço é: coloco anúncio, entrevisto as pessoas, escolho, pergunto se estão inscritos no Centro de Emprego há mais de 6 meses e se a resposta for sim, contacto com o CE e digo-lhe que escolhi aquela pessoa e que a quero contratar… é mais fácil e rápido do que ao contrário… e nunca contratei nenhuma cunha… Abraço

    • Maquiavel says:

      E você näo vê a diferença disso para o que aconteceu aqui?
      Você próprio diz que primeiro “coloco anúncio” e depois é que “se a resposta for sim, contacto com o CE”. Aqui é ao contrário: o anúncio foi colocado depois da selecçäo, o que é obviamente uma piada de mau gosto, se näo mesmo ilegal, já que näo se podem discriminar candidatos EPAF.

      • Caro Maquiavel, eu coloco os meus anúncios sem recorrer ao Centro de Emprego… às vezes se tenho C.V. suficientes em carteira nem coloco anúncios. Aparentemente os CE são “obrigados” a publicar estas ofertas mesmo se a escolha final já foi feita… já me aconteceu ser contactado por candidatos do CE após a minha escolha estar feita. O que lhes digo é que o processo de selecção já está concluído e peço para enviarem o CV para uma próxima oportunidade.

    • omaudafita says:

      Tem a sua razão e está no seu direito. O grande problema é o tipo de oferta. Na área da educação não deviam ser permitidos estes tipos de contratações porque quando concorrem para ofertas do estado a graduação profissional conta para o número de ordem. Estas pessoas acabam por furar a fila. O patrão contrata quem quer e o estado contrata supostamente os mais capazes. Por uma questão de justiça a experiência e tempo de serviço no privado não deviam contar para a 1ª prioridade nem para a graduação nas listas dos concursos de professores.

      • caro “omaudafita” se reparar bem (e convém reparar bem antes de comentar) isto não é uma contratação do estado. É uma contratação de uma entidade privada (uma ipss). Parto do princípio que o Centro Social e Paroquial fez o seu processo de escolha e escolheu a Vera por ser a mais capaz. A oferta não devia era ter sido publicitada à posteriori, mas aparentemente é obrigatório nestes casos… e já agora uma alfinetada: o que é que garante que os que são “mais graduados” são os mais capazes?

        • omaudafita says:

          Parece que não entendeu… Vou dar um exemplo: dois colegas recentemente licenciados com um curso via ensino tentam entrar para o mercado de trabalho. Um deles, com média de 11 valores tem um «conhecido» que lhe arranja um contrato de seis meses numa escola privada (em que o patrão é que manda). O outro, com média de 16, mas sem amigos, não arranja. No concurso nacional do ano seguinte o melhor aluno concorre em 2ª prioridade enquanto o seu amigo, com uma média de relva, tem acesso à 1ª prioridade, e acredite, muitos mil os separam… Não tenho nada contra as contratações dos privados, concordo com a máxima “naquilo que é meu mando eu”, só acho que tem que haver uma separação de águas entre o privado e o público. Por último, tem razão, os mais graduados não serão necessariamente os mais capazes, e o inverso também se aplica… Contudo não é essa a norma aplicada para medicina, tanto no público como no privado. Passe bem.

  4. Bruno says:

    O patrão contrata porque como bem fala, vai atrás do dinheiro que o Estado dá nos apoios. Rico patrão, só falta dizer quanto paga de salário, quanto declara ao fisco de rendimentos da empresa e com quanto guito fica para ele investir ou para seu próprio proveito que o mereçe. E quanto gasta na frota automóvel com apoios do Estado. Assim eu enriquecia a dar aulas com tanta benesse.

    • Caro Bruno, se não existissem patrões não existiam empregos não é verdade? Qual é o problema dos patrões aproveitarem os incentivos ao emprego para contratarem?

      • Pisca says:

        Errado, essa permissa é a que nos querem vender, a economia funciona apenas e só porque há gente que produz, trabalhadores e gente que compra, produtos ou serviços, nada mais, um patrão sozinho com dinheiro apenas é uma inutilidade, nem vento consegue produzir, a não ser mexa um bocadinho
        Quando muito o patrão/empreendedor/investidor apenas e só se aproveita do conjunto, não é o Deus na terra

        • Não, não é Deus na terra… é apenas aquele que tem uma ideia, que arrisca, que se endivida perante a banca, que hipoteca tudo o que tem de seu e que cria 20 postos de trabalho com salários acima da média nacional… que nos últimos anos tem aumentado toda a gente menos a si próprio… e que se a coisa corre mal vai ficar a morar na rua… felizmente e por enquanto a coisa tem corrido bem com a ajuda e empenho dos empregados…

  5. jorge fliscorno says:

    Não, não, isto não pode ser normal. Isto é uma estupidez de todo o tamanho.

    a) se seleccionar e entrevistar obriga na mesma à publicação do anúncio no CE, então esta publicação é só um pro-forma e um engodo para quem está desempregado. Neste caso há muita treta legislativa que precisa de ser revista.

    b) se a publicação não é um pro-forma, então o processo de selecção está todo inquinado.

    Não me ocorre nenhum motivo que possa levar alguém a dizer que isto é normal. Exceptuando, claro, os spin-doctors.

  6. Bruno says:

    O problema é que depois aparecem a dizer que as contas do Estado estão furadas por causa dos funcionários públicos. Eu também crio riqueza mas não me baixam a minha taxa de contribuição para a SS. E as ipss não recebem dinheiro do estado para viverem? Os mais capazes tanto podem ser os que tem média de 20 como o de 10, mas nunca entendi porque apoios à contratação. Isso é viciar algo, pois se há apoios contrata e se não houver já não contrata? Afinal precisa de trabalhadores ou não? Ou só quando há benesses fiscais?

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