Prémio internacional de teatro para Portugal

O Marcelo Lafontana é, provavelmente, o mais vila-condense dos brasileiros e é, há vários anos, a alma do Teatro de Formas Animadas. O espectáculo Prometeu recebeu o prémio de melhor espectáculo para a infância da XV Feira de Teatro de Castilla y León. Não sei se Portugal o merece, mas o Marcelo, graças ao que faz pelo teatro em Portugal e devido à qualidade com que o faz, merece, também, este prémio, tal como todos aqueles que são seus cúmplices nestas andanças.

Por falar em cúmplices, a fotografia que ilustra este texto é do Pedro Martins. A seguir ao corte, têm direito, ainda, à notícia sobre o prémio, à ficha técnica do espectáculo e a um vídeo. Aqui é de graça; quando puderem, não percam o privilégio de pagar bilhete.

 

COMPANHIA DE TEATRO DISTINGUIDA EM ESPANHA

“PROMETEU” RECEBE PRÉMIO EM CIUDAD RODRIGO

Portugal foi distinguido com o prémio de melhor espetáculo para a infância da XV Feira de Teatro de Castilla y León, galardão atribuído ao espectáculo Prometeu da companhia Lafontana – Formas Animadas, de Vila do Conde.

O certame, que anualmente transforma a localidade fronteiriça de Ciudad Rodrigo na “Cidade do Teatro”, reuniu 31 companhias de 5 países, organizado pela Junta de Castilla y León. Trata-se de um projeto cultural sólido, uma referência importante para o sector de artes cénicas na Europa. Desde a sua criação, tem vindo a reforçar as relações culturais entre Portugal e Espanha, ao abrir novas vias de difusão artística, incrementando a distribuição das propostas teatrais junto de programadores de toda a Europa.

A peça Prometeu, produzida em parceria com a Casa da Música do Porto e o Festival Internacional de Curtas Metragens, apresenta-se como uma performance multimédia inspirada na tradição do teatro de sombras Indonésio, conhecido como Wayang Kulit. O espetáculo, que recorre a novas tecnologias de carácter experimental, foi objecto de estudo no pioneiro mestrado Arte do Ator Marionetista, concluído em 2012 na Universidade de Évora. As personagens são representadas por silhuetas articuladas, manipuladas sobre uma mesa translúcida retroiluminada. A cenografia utiliza como recurso principal a manipulação de areia sobre esta superfície, criando desenhos e texturas que sugerem espaços e ambientes visuais. As cenas resultantes são captadas em vídeo, tratadas informaticamente ou misturadas com outras cenas pré-gravadas, sendo depois projetadas numa tela. A sonoplastia original acompanha todos os momentos da narrativa, as vozes e ações, sublinhando os movimentos das personagens. Para além da música gravada, o som também é executado ao vivo por um sistema robótico, controlado pelo computador. O teatro, a música e a expressão audiovisual (cinematográfica, até) fundem-se em cena, criando uma única linguagem performativa.

O espectáculo esteve já em cena na Casa da Música do Porto e no Teatro Municipal de Vila do Conde, sendo posteriormente apresentado em Évora, Redondela e Barcelona. Nesta edição da Feria de Teatro de Castilla y León, de entre dezenas de espetáculos apresentados, recebe finalmente o reconhecimento de público e crítica, que conferiu à companhia vilacondense esta distinção internacional. O galardão será entregue solenemente aquando da próxima realização do festival.

Agora, a companhia tem prevista uma digressão por várias cidades de Espanha, integrando igualmente um projecto de formação de espectadores

Ficha técnica e artística

Encenação e Interpretação: Marcelo Lafontana

Dramaturgia: José Coutinhas

Musical: José Alberto Gomes (apoio de Paulo Rodrigues e músicos da Casa da Música)

Assistente de encenação e operação: Sílvia Fagundes

Desenho de personagens: Luís da Silva

Desenvolvimento do sistema multimédia: Luís Grifu

Direção técnica: Pedro Cardoso

Fotografia de cena: J. Pedro Martins

Captação de vídeo: Paulo Agra

Coprodução: Lafontana – Formas Animadas

Casa da Música do Porto

Festival Internacional de Curtas Metragens de Vila do Conde

Patrocínio: Câmara Municipal de Vila do Conde

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