Finalmente fui ao arquipélago das Berlengas!

Assinalo no meu mapa de Portugal alguns dos locais visitados nestas férias: Peniche, a Berlenga, a praia da Consolação, a praia de S. Bernardino e outros.Que bem passados esses dois dias em Peniche, pequena cidade muralhada com pedras do século XVI, erguendo-se numa península onde o peixe e o vento são reis! Que o digam os surfistas que acorrem às suas praias. Peniche é, por isso, sinónimo de mar e barcos.

No Guia American Express (Portugal), descubro agora a foto do barco Cabo Avelar Pessoa que nos levou à Berlenga,12 km a poente da costa e a cerca de 30 a 40 minutos de Peniche. O nome do barco não me dizia nada até ler a placa em mármore que se encontra no Forte de S. João Baptista: “Homenagem da Escola do Exército ao Cabo António de Avelar Pessoa. Aqui neste local no ano de 1666 apenas com 28 soldados portugueses defrontou gloriosamente em luta épica a esquadra castelhana do Almirante Ibarra com 15 naus e 1500 homens. Do seu esforço valentia e patriotismo ficará eterno exemplo”.

A ilha principal, a Berlenga Grande, é irresistível. À medida que nos aproximamos (já tínhamos ganho a viagem ao ver meia dúzia de golfinhos!), avistamos o Forte mandado construir pelo rei D. João IV como posto de defesa do território português. Em 1847 foi abandonado, mas no século XX restaurou-se e reconverteu-se em pousada. Por ocasião da Revolução de Abril em 1974, de novo foi «esquecido». Graças à associação «Amigos das Berlengas», o Forte é hoje uma estalagem onde se pode pernoitar por bom preço. Imagino que é única a experiência de dormir ali: o silêncio e o bater do vento e das ondas do Atlântico!

Revejo cada foto que somos impelidos a fazer naquele encantador lugar: a pequena e deslumbrante praia do Carreiro; o descarregar do barco de bebidas, gelados, batatas e outros mantimentos para o único restaurante da Berlenga, o Mar e Sol, o farol, a gaivota em pose fotogénica entre centenas que vivem na Reserva, as coloridas tendas no Parque de Campismo, a paisagem composta pelo verde dos «chorões» e o Forte. Depois da caminhada de regresso à «aldeia dos Pescadores», recortada por breves paragens para beber um pouco de água e fotografar aquela beleza que desejámos «levar para casa», não resistimos ao banho. Soube tão bem.

Para terminar: a Ilha das Berlengas é Reserva Natural desde 1981 e a Unesco classificou-a como Reserva Mundial da Biosfera em Junho de 2011!Não adie por muito mais tempo este passeio fabuloso a uma linda ilha que é nossa!

(publicado no suplemento Fugas/Público, 8 /9/2012 e Dicas dos leitores Fugas)

 

 

 

 

Comments

  1. maria celeste ramos says:

    Foi o meu colega Nuno Lecoque que classificou a ilha como área Protegida – a 1ª do pais deque ele foi administrador e salvou das selvajaria – espero que as gavinas (e não gaivotas) vivam em paz e que os visitantes não deixem, como de costume os lixos e plásticos habituais – uns gozam e estragam o trabalho alheio – local exemplar e santuário das gavinas devia ser reserva total e interdita a viajantes que sempre poluem e pisoteiam – e quanto aos “chorões” – a planta preferida dos grandes engºs civis para estradas etaludes e até Cabo da Roca – é planta daninha e invasora trazida da áfrica do sul – devia ser erradicada para permitir a presença das plantas endógenas – elogiar o chorão ou acácia ou eucalipto é DEMAIS – exótica e invasora mesmo que a achem bonita – mas é o belo que engana aqui como noutros lugares e outras alarvidades – coitado do Cabo da Roca, ali onde a terra acaba e o mar começa – a introdução de exóticas acabou com as plantas do local como os peixes introduzidos incluindo o camarão vermelho do Guadiana que há uns anos até comiam a terra ddas margens do rio – são crimes e ignorância para com os ecossistemas próprios ++ etc e quando são universitários a fazê-lo como os engºs civis o que dizer do resto – as universidades da merda

    • xico says:

      Tem toda a razão, mas nem todos são iguais. Sou engenheiro civil e, na minha actividade, tenho enorme respeito por essas questões. Já tive de corrigir muita asneira feita por arquitectos paisagístas que deveriam saber um pouco mais sobre essa matéria do que os engenheiros civis. Agora a moda são as casuarinas, que em arruamentos, para além de darem cabo dos passeios, podem causar sérios danos nas redes de esgotos, isto para não falar do resto que não sei por não ser a minha área.

  2. maria celeste ramos says:

    Há saberes de ecologia que deviam ser aprendidos por todos como é o português – a ecologia é a linguagem das paisagens e não a saber dá “chorões” e outras coisas piores como o FOGO e enxurradas e depois fala-se na desgraça do clima com que não se sabe lidar e prever para minimizar as violências da natureza que são sempre tornadas mais violentas e devastadoras pela ignorância humana e recusa de aprender – recordo como Bush quando governava disse a peopósito de FOGO na Califórnia que se arrancassem toda a floresta já não ARDERIA NADA – boa ! agora em Portugal falta arder aldeias porque a mata é de maerial altamente combustível sem ordenamento florestal pra controlar, naturalmente, a invasão do fogo a velocidade incontrolável que o vento ajuda até o “vento” provocaso pela diferença do calor relativamente ao clima local e da casião em que se dá o fogo espontâneo ou fogo posto – é mesmo brincar com o fogo – pobres animais da floresta que morrem sem remissão tornando tuto mais pobre e infértil e se for recuperável quantas centenas de anos levará – se entretanto não ficar o deserto com já está no alentejo e os sobreiros definhados fora os que morreram alé do olival que em Portugal já tem mais de 3500 anos quando os gregos o introduziram sendo de Sanatré o olival mais velho e antigo do país – aí onde eu nasci nessa terra que chegaria para alimentar TODO o país e ainda sobraria – FOGO e ÁGUA se não entram no planemanto e projecto de ordenamento e protecção do ambiente, nem vale a pena gastar dinheiro com bombeiros – os urbanos têm de saber coisas da terra mesmo que não vivam lá senão teriam de recuar a 1143 para saber que é afonso henriques e egas moniz – basta ler nos livros que deveriam conter, nos primeiros anos de escolaridade, noçºoes básicas pois as crianças aprendem se houver quem as ensine — “certo” e não “opiniões”

  3. xico says:

    Vivo a poucos quilómetros de Peniche. Nunca fui às Berlengas. Imperdoável.

    • Maria do Céu Mota says:

      Xico, ainda vai a tempo! Vale mesmo a pena. O sentimento que tive foi: como foi possível demorar tanto (aos 40) para lá ir!!! Fui com os meus filhos e não custou nada, mesmo a viagem de barco que, dizem, costuma ser difícil. Esteve um dia maravilhoso.

      • Ana Leal says:

        Olhe que bem que fazia falta um elevador naquela subida do forte he he he

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