– Que convocar dezenas de manifestações no Facebook chega a pessoas que nem computador têm. Parece que os portugueses ainda falam uns com os outros.
– Que bem se pode lançar na imprensa uma campanha de medo e intimidação somada a um pesado silêncio sobre a realização de manifes. Como canta Liliana Filipe Nos tienen miedo porque no tenemos miedo.
– Que o número de portugueses que ainda acreditam na suposta “ajuda” da troika minguou. Para nada servem os mentirosos compulsivos que enxameiam as televisões. Apanham-se talvez mais devagar que os mancos, mas apanham-se.
– Que na PSP a indignação assume uma fantástica originalidade portuguesa: actuar com profissionalismo, ponderação e paciência perante manifestações que , pelo número de manifestantes, teriam sempre riscos de violência pontual. Este governo deixou de ter polícia, e desconfio que tropa nunca teve.
– Que já se pode confiar na PSP para contabilizar manifestantes. Note-se que foram muito raras as divergências no meio de tantas manifestações.
– Que ainda há social-democratas no PSD e democratas-cristãos no CDS. Gente de esquerda no PS já sabia, mas não imaginava que seriam tantos.
– Que há esperança. Os portugueses são muito pacientes, mas detestam mentirosos e assaltantes.
– Que os meninos neoliberais andam a fumar coisas maradas, embora alguns comecem a perceber o óbvio: o neoliberalismo é incompatível com a democracia. Legalização da canabis, já.
– Que é muito mais mobilizador cada um manifestar-se onde vive do que encher autocarros a caminho da capital. Isto por acaso já se sabia desde o 11 de Março, mas há quem insista.
Aprendi mais coisas. Vi gente como não via desde 1974. Coisas muito bonitas. Mas sobre isso se escrevesse seria um poema, e falta-me para tal o engenho e a arte.
Face Bokk – 57 mil comentários num dia – RTP1-20:30H-16 setembro
Depois de ouvir o Marcelo Rebelo de Sousa há pouco, senti que o governo está por um fio, apesar de ele ter dito o contrário. Só o seu ar agastado já disse muito.
Parece que o povo deste país acordou. Oxalá não se deixe entorpecer de novo por gente que tem tanto de ambicioso como de medíocre.
…ambiciosa…
Estava a pensar em alguém em particular.
vai adiantar muito… estamos falidos e não há volta a dar… vai ser preciso cortar uns 5 a 8 % da despesa publica, o PIB vai encolher outro tanto, a generalidade da população vai perder 5 a 10% do rendimento. Pode ser distribuido este esforço de diferentes formas, mas não se conseguirá fugir a ele, nem que fossem 10 milhões a manifestar-se.
E pior que este governo foram os governos que nos meteram no buraco em que estamos. Se hoje pagamos a conta é porque alguém fez a despesa… e lá diz o ditado, compra fiado, paga dobrado. Vale para a mercearia da aldeia ou para um pais inteiro.
Se pagarmos um dívida feita de juros usurários, claro que estamos falidos.
Subscrevo o texto “Coisas que aprendi numa semana” – evidenciando também a ponderação, bom-senso e paciência da polícia de choque (por definição, o braço repressivo do estado).
E agora…? Agora, acredito que o povo português não se deixe adormecer e entorpecer. Se for necessário voltar a sair à rua, fá-lo-ão (até porque muitos que nunca tinham ido a uma manifestação, foram, gostaram e viram o peso que tiveram).
Que o governo sai enfraquecido, é óbvio, mas se depender do CDS a coligação mantém-se (Paulo Portas quer o poder e quer agora iludir o povo fingindo estar na oposição). Do Cavaco não o estou a ver a dissolver o governo (quando muito uma remodelação de ministros – que apenas seria uma operação de estética). Eleições antecipadas, também não me cheira, até porque o PS também não as iria querer agora.
O mal está feito, mas a revolta também! Em frente sem temor!