Num daqueles impulsos que tão bem o caracterizam, o senhor doutor Mário Soares ainda acusa o corte de subsídios desfechado sobre fundações privadas que medram com dinheiro público. Agora, numa revanche à la française, decreta a urgência da corrida a pontapés do governo saído de uma maioria eleita há pouco mais de um ano. Deve andar bem influenciado pela nova praxis imperial sediada em Bruxelas, trauteando a conveniência do encontrar de um luso-Monti que satisfaça os apetites da tal Europa federal que continhas bem feitas, não existirá.
João Franco governou por decreto, mas com eleições marcadas para 5 de Abril de 1908. Mário Soares inverte a situação: fazem-se eleições e depois arranja-se um governo que nada tenha a ver com as ditas cujas. No tempo de D. Carlos I, governar com liberdade de imprensa e de reunião, mas através de decretos que não iam ao Parlamento, chamava-se – abusivamente, é verdade – governar “em ditadura”.
O único problema a colocar aos entusiastas de soluções expeditas gizadas pela plutocracia, consistirá no seguinte: no circo da política nacional, não existe alguém que remotamente chegue à unha negra do pé esquerdo de João Franco. Percebeu, Dr. Soares?
No tempo em que as bestas falavam, houve um porco que foi rei e os decretos que não iam ao Parlamento, e não era uma ditadura, e ouve um ministro que tinha uma unha negra e prometeu um governo à inglesa mas governou à turca.
Grande exemplo ó Nuno.
(O Aventar está cheio destas reais melgas)
Ora ainda bem que percebeu a coisa. Dê as voltas que der, não pode reescrever a história à vontade de um Raul Rego (por exemplo).
Tanto comentário que podia ser feito sem deturpar o que disse Soares…
a dona Filomena Mónica que aparece no DN a querer despedir os profs efectivos “maus” para meter os “bons” contratados, sendo rica andou num colégio de freiras onde adquiriu hábitos de trabalho e disciplina, apresentando-se como “socióloga”. O que é ser “socióloga” no caso da senhora Mónica?
É ser paga pelo estado como “investigadora” num Instituto Público (ICS) equiparada para efeitos remuneratórios e de carreira à de professora catedrática, sem a chatice de estar exposta a dar aulas (poucas, já que os catedráticos só dão 3 horitas por semana e, em Portugal, não são avaliados porque supostamente são o expoente do saber…). Deve fazer umas investigaçoezitas que todos os catedráticos deviam estar obrigados e escrever uns artigozitos para aqueles revistas de fazer “curriculum”… Grande “cargo” dona Mónica, aí nem tem desgaste nem chatices que a srª é a maior daquele bairro. Assim é fácil mandar “postas de pescada” para quem lecciona 20 ou 18 horas em situações de grande indisciplna e stresse e mais umas quantas em outros trabalhos que os professores têm de cumprir 24 horas semanais. Tenha vergonha senhora doutora Filomena Mónica, porque é o seu trabalho principescamente pago que é dispensável. Acabe-se com o ICS e os portugueses não se darão conta porque a OCDE encarrega-se das investigações que interessam. Isso , o ICS, é um clube, minha senhora, de gente que vive dos impostos dos portugueses. Um clube que deveria ser privado e nada receber dos contribuintes. Nessas condições é fácil ser-se “mta boa”. No seu bairro, claro…
se eu fosse monárquico, espero que teria a inteligência de não tecer louros ao João Franco.
Nem que fosse só pelo facto de ter sido uma das principais razões da queda da Monarquia portuguesa.
Mas é assim
Depois da reabilitação do Salazar, agora temos a do João Franco.
Quem se segue na galeria dos horrores?
O Costa Cabral? O Pinamanique? O Miguel primeiro? O Miguel de Vasconcelos?
Espera, já sei.
O D. SEBASTIÃO
LOL
Pode dizer o que quiser, mas a verdade é bem clara: João franco não foi um ditador na perfeita acepção da palavra. Em Portugal, “ditadura” significava governar algum tempo – geralmente por um curtíssimo período – com o Parlamento fechado. Legislava-se e após a reabertura das Cortes, os diplomas iam a votação. Entretanto, a imprensa – que na altura era livre e não subordinada a Belmiros e Balsemões -, dizia o que bem entendia. Existia liberdade de organização e de reunião. Desmente isso? Não pode, simplesmente não pode nem deve fazê-lo. Ou quer começar a falar nos “democratas” de recorte costista, bernardineiro e quejandos?
os prisioneiros políticos e os torturados nas masmorras agradecem a “nuance” entre Ditador na perfeita e na imperfeita acepção da palavra.
quer dizer, torturava, perseguia, etc. mas numa imperfeita acepção de palavra.
fiquei esclarecido.
“Presos políticos e torturados”, diz muito beme presumo que esteja a referir-se ao período da 1ª República. Na patética exposição estalinistamente apresentada na Cordoaria de Lisboa – sob a orientação da Dra. Rollo -, foi longo, fastidioso e quase traumático o percurso da mesma, sempre pontilhado de violências de toda a ordem. Naquela manhã e chegando o grupo em que me incluia ao fim da prop-expo, uma jovem menina observou com algum espanto, interpelando a cicerone embasbacada:
– Em conclusão, depois de tudo o que se viu, Salazar foi quem salvou a República, não lhe parece?”
E a cicerone, completamente em desconcerto:
– “É essa a conclusão a que muitos visitantes chegam”..
Gostei, foi isso mesmo.
A sério, NCB, näo se enterre mais.
O João Franco foi um “amigo do povo” e a República uma horrível ditadura sanguinária.
Felizmente, lá veio o Salazar salvar tudo.
olhe, nem lhe respondo porque tolices destas nem merecem resposta.
Tolices criminosas !!!
Bem verdade!
Se essa exposiçäo faz concluir essas alarvidade, entäo é porque deve ter sido orientada por Rui Ramos.
Ou isso ou as pessoas serem burras, ou ignorantes da História de Portugal: o apoio popular mínimo às revolta monárquicas (e näo foram poucas, as mais importante liderada por Paiva Couceiro) mostrou que näo foi o bafiento de Santa Comba Däo a salvar a República Portuguesa, foi o povo português!
Parece-me que a questão “monarquia vs república” não é propriamente relevante neste caso, digo eu que não sou republicano nem monárquico mas que prefiro a república aa monarquia.
O João Franco não foi a principal causa da queda da monarquia portuguesa; pelo contrário, é bem possível que tenha representado a sua última hipótese de sobrevivência.
A principal causa da queda da monarquia foram os partidos monárquicos que se opuseram a um rei que queria acabar com os vícios do rotativismo escolhendo J.Franco para primeiro ministro.
Morto o rei não se realizam as eleições que teriam dado uma maioria parlamentar a J.Franco.
Pode-se dizer que as eleições eram um cozinhado. Eram, sim, e continuaram a ser, porque antes e depois de 1910 todos se engalfinhavam para formatar convenientemente a lei eleitoral e controlar os papelinhos que entravam e saíam das urnas, literalemente.
Morto o rei, os partidos monárquicos de rotativismo regressaram ao poder. E foram eles os percursores morais e políticos do fim da monarquia.
Já agora, as espingardas que mataram o rei eram tão boas quanto caras e precisaram de gente rica que as comprasse para que pudessem chegar aas mãos de “desperados”, como se descreve melhor aqui::
http://www.rio-odiana.blogspot.pt/2008/01/ha-100-anos-um-drama-portugues-13-o-28.html
Não há que andar aa procura dos “bons” e dos “maus” da história, porque isso não é história, é estória, ou filme. Há que conhecer a história, ponto. E a etiqueta “mau”, sem mais, em J.Franco é uma estória, um filme que resulta da necessidade de criar mártires e de disfarçar insuficiências e misérias da história. Basta contar os mortos ou deportados sem julgamento antes e depois de 1910.
João Franco ordenou a repressão de manifestações violentas; mas não houve manifestações violentas e pacíficas depois de 1910 reprimidas com a maior brutalidade? Quando apareceu o termo “racha-sindicalistas”? E a “formiga branca” o que era? De quem eram as mãos que esbofetearam o republicano António José de Almeida no Rossio? Quem deu bengaladas no republicano Sampaio Bruno? Quem foi o republicano que tentou matar o republicano Pinheiro Chagas e como morreu, quem o matou? Quem matou o republicano Machado Santos, o “heroi da rotunda”?
João Franco foi julgado em 1911 (corrija este ano quem souber melhor). Como o veredito não agradou ao poder, os juízes foram parar a Goa.
Pois bem, parece-me que nos entendemos. O problema não era Franco ou o Rei, mas sim o clientelismo partidário que hoje ainda tão bem conhecemos. Progressistas – agora PS – ou Regeneradores – um precursor do PSD, passe o anacronismo – ditaram o fim de um regime que apesar de tudo, significou a adequação de Portugal à modernidade daquele tempo.
Curioso, este certo paralelismo entre os dois regimes. Se naquele tempo as eleições eram cozinhadas após a formação dos governos, agora felizmente temos o oposto, mas a experiência de quase 40 anos, diz-nos que haja qualquer tipo de maioria ou não haja, as legislatuuras raramente se cumprem. é a balbúrdia da Constituição programática e dos poderes que se atropelam. Existe uma total desordem na cúpula do poder em Portugal, com uma espécie de “poder moderador” que jamais moderou e pelo contrário, é parte integrante do sistema de conflito permanente sob controlo. Temos ainda uma multiplicidade de poderes que se sobrepõem e complicam o sistema com Procuradorias, Supremos, etc. Uma confusão e o desperíco que lesa o interesse geral. Por outro lado, se recuarmos a 1906, hoje sabemos que o projecto real consistia na reforma do sistema liberal, naquele sentido que na época se dizia “governar à inglesa”, querendo isto significar a adequação dos governos à vontade das maiorias previamente expressas nas urnas. Infelizmente, os acontecimentos impediram Franco de tentar a experiência. Teria resultado? Não sabemos, mas de uma coisa podemos estar seguros: ao contrário daquilo que a propaganda da estória diz, Franco estava muito longe de ser um pré-Salazar, nem o Rei tal coisa consentiria. Longe disso. Pela sua formação e forma de estar na vida, D. Carlos I podia ser catalogado como pertença da ala “das esquerdas” do seu tempo: católico por formação e obrigação constitucional, mas pouco convicto quanto à praxis, interessava-se pelas novidades da ciência, por aquilo que considerava ser o progresso. Ora, isso incompatibiliza-o totalmente com outros sistemas políticos seus contemporâneos, como aqueles existentes na Europa central, nos Balcãs e na Rússia. Esta é a incómoda verdade que a propaganda – tão influenciada pelo jacobinismo – não pode destruir.
Gente rica existia entre os monárquicos e também – e de que maneira! – entre os republicanos onde pontificavam grandes proprietários – João Chagas, por exemplo – e comerciantes – Grandella era um dos mais notórios – , decerto dispostos ao desembolsar de avultadas somas para a sua causa. Toda a 1ª República é farto pasto de mordomias, sinecuras, violenta repressão do então nascente movimento operário.
Finalizando, o J. Silva diz nalgumas frases, aquilo que a República foi e significou, não se podendo excluir tudo o que depois sucedeu nos tempos da 2ª versão da mesma forma de organização do Estado: uma é consequência de outra e é isso mesmo que tenho tentado fazer ver aos meus colegas do Aventar. Nos tempos que correm, talvez não arrisque muito ao afirmar que a possível queda do actual regime será apontada aos partidos rotativos, aliás com plena colaboração das franjas parlamentares. Dir-se-ia que perderam o juízo.
* A propósito, as Lojas não poderão finalmente disponibilizar um exemplar do Processo do Regicídio? É que os melhores informados garantem a sua existência, algures num cofre qualquer.
é a tal coisa.
extrapolam-se as coisas de um período histórico para outro e dá nisto.
O problema não foram os partidos mas sim o facto de D. Carlos ter querido implantar em Portugal um regime autoritário inspirado no seu “modelo” Bismark.
Coisa que o filho teve a inteligência de perceber, mas tarde demais.
Quanto à modernidade, é verdade sim senhor que a Mornarquia constitucional foi o regime que fez Portugal entrar na modernidade e que reis como D. Pedro IV, Pedro V e Luis I deram algum contributo.
Mas quem o fez essencialmente foi o Partido Progressista, depois Regenerador. Ou seja, os “vintistas” que até se opunham ao modelo adoptado pelos monarcas portugueses, o chamado regime “da Carta”.
Mas é melhor ficar por aqui, pois a coisa é complexa e resumida em demasia passa a ser esquemática e simplista.
Em todo o caso, quem foi o responsável principal pela queda da Monarquia foi o Sr. Carlos I e o seu fascínio pelo Bismark.
Mas houve outras razões : a ligação dinástica à família de Inglaterra pelos Sax-Coburgo-Gota que fez suspeitar (e com muitíssima razão) a monarquia portuguesa de se preocupar mais com os seus interesses de família que com os da Nação.
Caso do Mapa cor-de-rosa, por exemplo.
Aliás o povo tinha várias razões para pensar isso.
A independência do Brasil, por exemplo, resumiu-se a um arranjinho para que os Bragança continuassem a mamar os contribuintes dos dois países, a antiga Metrópole e a antiga Colónia.
Uma das principais razões para a implantação da República brasileira.
etc.
Bem, o titomota aqui deixou uma catadupa de casos a discutir:
1. O projecto de monarquia ao estilo de Bismarck, era exigido pela inteligentsia portuguesa contemporânea do então príncipe gherdeiro D. carlos. Oliveira Martins foi o nome mais conhecido, ao qual se juntaram muitos outrs ditos reformistas que viam naquilo que à época se designava de “engrandecimento do poder real”, procurava antes de tudo, tornear o regime rotativo da Carta. Antes do mais, o próprio Rei sempre contrariou a atribuição de poderes “ditatoriais”, mas em 1906 a situação era deveras catastrófica. De qualquer forma, a solução era e foi desde sempre considerada como provisória, apenas era óbvia a extrema necessidade de uma maioria que pudesse proceder a reformas na própria estrutura do Estado, daí a aproximação ao Partido Socialista de Azedo Gneco, um terrível problema para o grupo republicano que depois de 1910, completamente obliteraria esse apontado representante do trabalhismo português.
No que respeita à casa de saxe-Coburgo, a questão do mapa Cor de Rosa é ainda colocada sempre sob o prisma da propaganda do PRP. Há mesmo que afirmar que o PRP foi um dos mais directos responsáveis pelo Ultimatum, obrigando os políticos da Monarquia a fazerem subir a parada no confronto “nacionalista” com a superpotência da época. A política de Barros Gomes, o ministro dos Negócios Estrangeiros, consistia numa aproximação à França e à Alemanha, sonhando poder contrabalançar a Inglaterra. Erro fatal, nenhuma daquelas potências estava minimamente interessada em enfrentar os britânicos. O episódio de Fachoda, poucos anos decorridos sobre o “nosso Ultimatum”, foi de longe mais gravoso e vergonhoso para a França, a potência obrigada a retirar de um território onde já colocara a bandeira. Muito pior, mas isso não conduziu à histeria colectiva que se verificou nas ruas de Lisboa. Em Paris a frente interna recuou, mas manteve-se unida em torno do interesse nacional. Essa é a grande diferença.
Falando do Brasil, interessante, essa perspeciva do “chupismo bragantino”. A Monarquia garantiu a intangibilidade das fronteiras herdadas da presença portuguesa. O Brasil foi uma perfeita Monarquia Constitucional e o imperador D. Pedro II jamais usurpou qualquer tipo de poderes que não estivessem previstos pela Lei suprema. A verdade é outra. Quem prrecipitou a queda da Monarquia, foi o secto de fazendeiros esclavagistas, profundamente ultrajados pela assinatura da Lei Áurea. Por outro lado, o facto de a sucessora ser uma mulher, terá também influído na quartelada militar, que como sabe, trouxe ao Brasil um longo período de golpes, instabilidade e profundas discrepâncias na distribuição do poder. Em suma, a Monarquia era de longe muito superior à pseudo “desordem sem progresso ” – instituída sob uma fórmula bem conhecida e estampada numa bandeira-logo de havaianas. Para ficarmos por aqui.
A “bandeira-logo de havaianas” foi inventada no Império do Brasil…
http://www.crwflags.com/fotw/flags/..%5Cimages%5Cb%5Cbr-1822.gif
http://www.crwflags.com/fotw/flags/br_emp.html
apenas foi reformulada com a República; há a piada, sendo o lema dos positivistas “Amor, Ordem, e Progresso”, alguém disse “Olha, entäo bota na bandeira o que nós ainda näo temos!”. Pois, a bagunça (como a bandeira) já vinha dos tempo dos Braganças…
Não podemos andar em eleições de seis em seis meses, caro leitor. Esse é o caminho certo para uma infalível ditadura, os exemplos são bem conhecidos e facilmente repetíveis. Já agora, pense bem e diga-nos se alguma vez ouviu os nossos dirigentes políticos cumprirem integralmente aquilo que prometeram. Jamais, isso é o que se chama “fazer política”. Recorda-se do “programa” do MFA? Mentiram. Mentiram quanto à descolonização sem consulta, e tiveram de mentir quanto ao demais. Não me arrisco nada em afirmá-lo, pois todos sabem ser esta a verdade.
Todos, todos têm renegado ou ocultado aquilo que afirma ser a base da sua legitimidade democrática. Por outro lado, há quem tenha sido enganado e mesmo sabendo-o, repetiu o voto na aldrabice. Lembra-se da segunda eleição de Sócrates? Neste caso, vingou uma tremenda máquina de propaganda, aliás ainda hoje praticamente intacta.
* Sou um simples licenciado, assim solicito que deixe cair o “doutor”.
tito, a conclusão é sua, não é minha.
Maquiavel, a exposição do centenário foi um desastre, mesmo de relações públicas. Conceptualmente ultrapassada, esteticamente a lembrar certos eventos ds anos trinta, um grafismo abaixo de cão. Atabalhoadamente pretendendo ser laudatória, ali esteve uma saga de 16 anos de pancadaria, presos políticos – sabia que em quase todas as capitais da Europa existiam gabinetes cívicos que alertavam quanto á existência da violenta repressão em Portugal? -, ruína económica, fuga maciça para o estrangeiro, perseguição religiosa sem tino, nababismo político prepotente da gente do Costa e das suas formigas “facas de mato”, fraude eleitoral, cerceamento da liberdade de imprensa, etc, etc. A expo foi organizada pelo clã Rosas, através da Dª F. Rollo. Nada a ver com Rui Ramos, descanse. Nada. A conclusão não podia ser outra, senão aquela que se ouviu. De facto, era mesmo verdade: Salazar salvou a instituição republicana – ainda me lembro do colossal culto ao pano verde-tinto, o ajoelhar pelos “vemnerandos”, etc -, para grande desagrado dos integralistas monárquicos que esperavam uma restauração. Esta é a verdade, embora a alguns ainda custe reconhecer os factos.
Meu caro, o povo português saiu em delírio às ruas de Lisboa, saudando o golpe do 28 de Maio. A república caiu num flato, numa fuga e omissão total perante o piparote militar, fazendo-nos recordar outro evento em tudo semelhante, corrido duas gerações depois. Sabe disso tão bem quanto eu. No que respeita ao apoio mínimo às incursões monárquicas de Paiva Couceiro – aliás, com o profundo desacordo de D. Manuel II -, o Maquiavel decerto não desconhece o ambiente que se vivia no Portugal de então: qualquer quartelada na capital, significava uma montanha de cadáveres, fileiras e fileiras de presos a caminho dos fortes onde eram amontoados sem qualquer tipo de condições, perda de empregos, assaltos ao domicílio e outras habilidades de truz. A Leva da Morte, a tragédia da Noite Sangrenta, os pronunciamentos que se saldavam pelo bombardeamento da capital, a GNR armada com metralhadoras pesadas e canhões Schneider-Creusot de 75mm, o esmagar do movimento sindical, eis alguns dos módicos aspectos de um regime que ficaram para a história que já não pode ser escondida, mesmo que alguns ainda tentem branqueá-la. É impossível negar que a PIDE encontrou farta colheita na sementeira de repressão organizada pela trupe de Costa-Bernardino. Oxalá nenhum dos seus antepassados tivesse sido “admoestado” pela Formiga Branca que por sinal forneceu alguns dos primeiros quadros da PVDE.
Os meus antepassados foram admoestados primeiramente pelos Marqueses e Duques e o raio que os parta que mantiveram privilégios durante a Ditadura e que na prática eram senhores feudais, e alguns logo pela PVDE, mesmo sendo trabalhdores do campo sem filiaçäo partidária.
Näo foi a República que caiu num flato, foi a “I República” que caiu, e os “flatos” continuaram com o Reviralho (oposição republicana, democrática e liberal) até cerca de 1940, para quem näo sabe. E esses horrores todos que referiu… até pensei que estivesse a falar da repressäo ao reviralhismo durante a “Ditadura Nacional” e depois durante o Estado Novo–esse regime tanto do agrado dos conservadores monárquicos, como os referidos no início.
Um comentário circular, já viu? E agora deixo-o a falar sozinho.
“Näo foi a República que caiu num flato, foi a “I República” que caiu, e os “flatos” continuaram com o Reviralho (oposição republicana, democrática e liberal) até cerca de 1940, para quem näo sabe. E esses horrores todos que referiu… até pensei que estivesse a falar da repressäo ao reviralhismo durante a “Ditadura Nacional” e depois durante o Estado Novo–esse regime tanto do agrado dos conservadores monárquicos, como os referidos no início.”
Qual é a dúvida? Julga que contesto isto que aqui deixou? O bolo está completo e era isso mesmo o que aqui quis deixar. Apesar de tudo, esta 3ª é de longe a melhor e sinceramente, não me agrada muito pensar naquilo que a poderá substituir.
Nuno,
Parabéns. Você acaba sempre a falar sozinho.
Há poucos com pachorra para esgravatar os pintelhos do estertor da monarquia em Portugal.
Obrigado. Leu e isso é o que interessa.
Hehehe. Por acaso não li, nem na diagonal. Já lhe disse. Não há pachorra.