Crespôlandia

indecentemente roubado a Jota Digit Media

Crespo compara uma empresa com 17 canais de rádio e televisão, delegações e correspondentes no país e do estrangeiro, com uma televisão que tem 6 canais e outra com 2 canais de TV.

Crespo afirma todas as noites que a RTP custa 1 milhão de Euros por dia.

Para ele, este ano acabou no dia 23 de Agosto, com 235 dias apenas.
Ou seja, já estamos em 2013, Dezembro passou e o mundo não acabou.Crespo insistirá na ideia e 2013 terá apenas 180 dias. O Reveillon será a 29 de Junho.

Crespo sabe com a “excelência da informação” que tem, que a RTP custa 0,13% do PIB nacional, 23% a menos do que a média europeia.

Crespo sabe que a RTP custará este ano 235 milhões e que para o ano será suposto custar 180 milhões por ano. Ele sabe que a BBC custa 4,5 mil milhões de euros/ano; que os operadores públicos alemães custam cerca de 7,2 mil milhões, os franceses cerca de 3 mil milhões. Que na Suíça, Holanda, Dinamarca, Noruega, Bélgica ou Áustria, o custo do serviço público é duas a quatro vezes superioras a Portugal.

Crespo sabe que os croatas pagam de taxa, por lar, 10,8 euros; os polacos 5,2; os checos 7,1; os austríacos 22; os franceses 10,2; os alemães 17,9; os dinamarqueses 25,2; e os gregos 4,2. Os Portugueses pagam 2,5 euros. 58% menos do que a média europeia.

Crespo sabe que a RTP tem perto de 2000 funcionários. Crespo sabe que a Irlanda tem o mesmo. Que a Suíça tem 5622; a Dinamarca 2309; a Finlândia 3180; a Suécia, apenas com televisão, tem 2053. A BBC mais de 17 mil funcionários; a França, mais de 13 mil; a RAI mais de 10 mil…

Crespo sabe, na “excelência de informação” que apregoa, que a RTP recebeu do Estado verbas avultadas em 2011 e 2012, mas por “obrigação” contratual do próprio Estado perante entidades bancárias internacionais.

Crespo sabe que essas verbas não voltarão a ser usadas. Foram integralmente aplicadas no pagamento de dívida da empresa que era anterior a 2003.

Crespo sabe que estas verbas não contribuíram com um cêntimo que fosse para agravar o défice público. Crespo sabe que pagar dívida não é despesa, segundo qualquer critério económico conhecido.

Crespo sabe que o endividamento bancário da RTP, superior a mil milhões de € em 2003, é agora inferior aos 150 milhões de €. Crespo sabe fazer contas e sabe que a RTP numa década viu reduzida o seu déficit em 90 %.

Crespo sabe a diferença entre déficit e exercício positivo. Sabe que o famoso déficit é coisa do passado, do tempo em que ele por lá andava. Não é do tempo da última década, quando a inversão se deu.

Crespo sabe, de resto, que a Rádio Pública (ex RDP) tinha as suas contas absolutamente saudáveis já desde os anos 90, num exemplo quase único no panorama europeu, fruto de uma reestruturação exemplar e consciente.

Crespo é Burro? Não. Crespo é Esperto. Sabe tudo isto.

Mas de cada vez que o ouvirem falar de Serviço Público, levem em conta que ele não sabe do que fala. não pode saber. Porque uma das mais elementares premissas do serviço público, tem a ver com ética jornalística e a honestidade intelectual.

E falta-lhe aí qualquer coisinha.

Crespo. Passou mais um dia, e a RTP para 17 canais de rádio e televisão, desconte lá os serviços online, transmitiu cerca de 400 horas de conteúdos.

Pelas minhas contas, a RTP custou hoje 640 mil Euros. 17 canais. Cada um deles 24 horas. Sim?

Mas como para Crespo, é um Milhão, tchim-tchim, feliz 2013. Que o reveillon tenha sido em grande.

Comments

  1. E tem-se em muito grande conta. Enfim, o que mais há por aí é gente nos púlpitos e sob os holofotes enganada sobre si própria e sobre o que a rodeia. Isto, claro, admitindo que a cruzada não é encomenda de alguém. Ainda dou esse benefício da dúvida.

  2. Amadeu says:

    O Crespo é um ressabiado dos antigos.
    Ainda há alguns por este país.

  3. jose says:

    Quanto é que ganha a Catarina Furtado, o Fernando Mendes, o José Carlos Malato, o José Rodrigues dos Santos, a Sílvia Alberto, o Herman, o João Baião etc? Peço desculpa, mas eu não percebo porque é que me cobram compulsivamente uma taxa que serve para pagar conteúdos de qualidade muitíssimo questionável que não aproveitam a ninguém (nem aos que inteligentemente os evitam nem aos pobres coitados que se lhes sujeitam). Os dinheiros públicos devem servir para pagar jogos de futebol, o preço certo, os devaneios do herman, telenovelas sem qualificação possível, concursos, talk shows…? Eu acho é que há multa falta de vergonha neste país. Não havendo dinheiro há que estabelecer prioridades. Em nome da honestidade intelectual, não me parece que a prioridade do JJC seja o preço certo.

    • E quanto é que custa manter uma RTP2 sem publicidade (um oásis) ou a exibição dos filmes da Sessão Dupla, ou a realização do programa Câmara Clara (na versão diária e semanal), ou a realização dos serviços informativos da RTP1 e 2, ou a série National Geographic ou a série de programas sobre músicos portugueses (da qual um deles sobre a Maria João Pires foi absolutamente fora de série) de produção nacional e transmitida agora em Setembro, ou a exibição de programas internacionais sobre fotografia e arquitectura, ou a manutenção da RTP Internacional, ou a manutenção das estações de rádio, ou a RTP Memória (com alguns programas imperdíveis) ou a RTP informação (como defesa do pluralismo e de uma informação não dependente de interesses económicos) ou…
      Por mim, as estrelas de que fala bem podiam brilhar noutras paragens, mas não é aí que está o busílis.

    • Rantanplan says:

      Heresia, heresia José pois ousou abordar o tabú das mordomias da RTP a troco de um suposto serviço público de touradas e hoquei que é vital par o país . Vade retro satanás. Não se deve tocar na vaca sagrada da minoria iluminada deste país [a RTP] pois arrisca-se a ser açoitadopelos inteléctualóides vesgos da esquerda. 🙂 he he he

  4. Besnico says:

    Os custos de exclusividade de alguns apresentadores da RTP podem ser elevados e, se calhar, sem grande justificação pelo que produzem. Mas a audiência do “Preço Certo” justifica a sua continuidade porque representa um numero significativo de PESSOAS que gostam de ver. Pessoalmente prefiro a RTP2 e espero que continue assim…

  5. Qualquer discussão séria sobre a RTP deve procurar conhecer a história das dificuldades financeiras e de quem as criou. Como sugestão deixo dois artigos da investigadora Helena Sousa, da UMinho.

    http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/1002/1/helenasousa_lu%c3%adssantos_RTP_2003.pdf

    http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/2692/1/helenasousa_MilleniumChapter_2002.pdf

  6. Fantástico, publico um texto denunciando um mentiroso e começam a discutir o ordenado deste e daquele.
    Mas quanto ganhava Mário Crespo nos States, para onde queria voltar e por isso anda ressabiado, nicles.

    • Rantanplan says:

      Mentiroso ou não, não recebe um tostão dos impostos dos cidadãos ao contrário dos chupistas que pululam na RTP.
      E para que não conhece o “animal” saiba que ele dispar em todos os sentidos…
      http://expresso.sapo.pt/mario-crespo-deixa-jn-e-publica-cronica-censurada=f561310

      • Recebe, recebe. Recebe da SIC que lhe paga por conta de:
        – redução da RTP a 50% da publicidade
        – retirada à RTP da sua rede e transmissores
        E a RTP recebe porque por conta das tentativas de a aniquilar, deixando a concorrência privada à vontade. Falo de:
        – dívidas acumuladas da RTP devidas ao fim da taxa de radiodifusão.
        – dívidas do estado à RTP, respectivos juros, que todos andamos a pagar.
        O capitalismo em Portugal sempre foi assim: sem estes fretes, a TVI e a SIC não ganhavam o que ganham. E o Balsemão talvez não tivesse lá o mentiroso.

      • Realmente, faz uma diferença enorme que não seja pago com os impostos mas sim com as receitas publicitárias das empresas que vendem produtos que quase todos compram. Que a SIC está nas mãos desses ilustres actores do nosso quotidiano comercial, não restam dúvidas: basta olhar para a grelha de programação do canal generalista.

  7. Rantanplan says:

    No tempo do Salazar existia um imposto que recaía-a sobre os isqueiros e que revertia a favor da proteção à indústria dos fósforos. E a RTP com taxa audiovisual compulsiva e receitas publicitárias ao mesmo tempo que tem uma programação absolutamente comercial faz-me lembra essa taxa do velho ditador que oprimiu durante 48 anos. A RTP foi muito importante para mim pois nasci em 1957 e cresci com ela, mas com o aparecimento da televisão privada e a mudança dos estúdios do Lumiar para o edifício da da Av 5 de Outubro perdeu em criatividade e entrou numa era de despesismo desenfreado cujo o apogeu foi a contratação milionária do Emídio Rangel em 2002 e os 1.3 mil milhões de euros de prejuízo em 2003. Esta não é a RTP da minha juventude, é sim sorvedouro colossal de recursos financeiros do erário público ano após ano após ano sempre com desculpas esfarrapadas. Para mim basta de RTP de TAP, PPPs e outros que me sobrecarregam de impostos e me retiram recursos que me custam a ganhar e que eu desejava usar para benefício da minha família.

    • Neste caso o benefício ao privado consiste em reduzir a 50% a publicidade. E em ter assaltado a propriedade pública chamada rede de transmissão. A RTP paga, agora à PT, para usar o que era seu, afim de que a concorrência não lhe pague a ela.
      O prejuízo em 2003 era óbvio. o Marques Mendes que acabou com a taxa e quem deixou a RTP descapitalizar-se depois que lhe explique.

  8. Ziner says:

    Eu gostava era de ver a malta da RTP a receber os ordenados que se pagam no sector privado.

  9. Ziner says:

    Não falo das estrelas falo de TODOS.

  10. Ziner says:

    Não de todo…na RTP os ordenados são muito a baixo da média no privado é que a malta se enche de dinheiro.
    Vamos ver se isto da ironia funciona.

    • Fazemos assim: lê o texto que está supostamente a comentar. Depois demonstra-nos que o serviço público de rádio e televisão em Portugal é comparativamente com o dos outros países europeus caríssimo. Aí conversamos.

      • Alvoeiro says:

        Infelizmente a realidade económica e financeira deste país é bem diferente para pior do que nesses tais países europeus

  11. Ziner says:

    Eu pago impostos em Portugal.

    • Eu também. E quero um serviço público de rádio e tv, tal como prescreve a Constituição. Não concorda? tem bom remédio, arranja uma maioria de 2/3 no parlamento, e muda-a. Em democracia funcionamos assim.

      • Alvoeiro says:

        A democracia é a ditadura da maioria sobre a minoria.

        • Saiu do armário? ó homem, emigre. A Coreia do Norte espera por si.

          • Alvoeiro says:

            A vontade 51% dos eleitores obriga a de 49% a obedecer aos seus desejos. Boa merda!

          • Que eu saiba só o CDS votou contra a Constituição. Desconhecia que tinha obtido 49% na maior votação da democracia portuguesa.
            Vejo que já está a aprender como funciona aquilo na Coreia do Norte. Muda-se a História e não se fala mais nisso.

  12. Alvoeiro says:

    Meu caro você está a confundir as coisas. Eu sou ANARQUISTA (nunca votei) pois acredito que só num sistema político anárquico os cidadão são efectivamente livres e realizados. Mas Anarquia requer um nível civilizacional avançado para funcionar o qual ainda não atingimos pois estamos embrutecidos pela estupidez que a media injeta nas nossas cabeças. Anarquia do grego ἀναρχία (e não ditadura comunista ou de direita). Tal como na Cidade livre de Christiania em Copenhague na Dinamarca que aliás já visitei e vi em funcionamento. Quanto ao Crespo estou-me a cagar, eu não quero é pagar mais impostos para sustentar aquilo que para mim não tem qualquer serventia tal com a RTP e outras. Vivo em comunidade aqui no algarve e estou a escrever no computador da biblioteca pública pois não tenho computador nem televisão e vivo de rendas que os meus pais me deixaram sobre as quais tenho que pagar impostos para sustentar elefantes brancos (tal como a RTP) e considero-me livre de não concordar com a sua obsessão de manter uma mão cheia de canais de rádio e tv a todo o custo sem qualquer utilidade. Admito que exista um canal com base na RTP2 e com uma programação mais variada para servir o povo mas o povo quer é reality shows, musica pimba e telenovelas e isso as emissoras privadas oferecem de graça. Espero te-lo esclarecido sobre s minhas ideias. Passe bem!
    João Pedro Alvoeiro

  13. Rantanplan says:

    É pá parece que o JJCardoso na vontade indómita de debater ideias no mínimo questionáveis desta vez deu com um “anarquista graças a deus” que questiona a democracia e os média (mas não o dinheiro). Cuidado JJ que este ainda te converte para ires viver para uma comuna no Algarve onde poderás exercer a tua acção pedagógica com toda a profundidade, lol lol lol lol

  14. Ziner says:

    Eu também quero um serviço público de rádio e televisão como e óbvio…o que não quero e gastar o dinheiro dos contribuintes em 10 canais quando se pode fazer esse mesmo serviço público com menos de metade dos canais.

  15. Ziner says:

    A comparação entre a RTP e a BBC é um bocado sem sentido está a meter ao barulho a 2a televisão que mais exporta conteúdos no Mundo…o que não me parece que seja, nem de perto nem de longe o caso da RTP.

  16. Lurdes Cunha says:

    Mas alguém ainda tem dúvidas a quem serve Mário Crespo? … e não por amor a Raquel… como Jacob. Não! Crespo presta vassalagem aos interesses de um Labão poderoso da Comunicação… e com um ar “santífico” de quem é detentor da verdade… da verdade absoluta e um grande sabedor (não tivesse ele andado pela “escola” americana do jornalismo), Crespo mente com quantos dente tem.
    O ataque sistemático à Televisão pública, com dados falaciosos, e que a grande maioria dos tele-espectadores desconhece… ou se conhece não pode contraditar, constituiu-se como uma bomba destruidora do serviço público de televisão.E ao serviço de quem? de nós, meros contribuintes? Claro que não! Ao serviço das televisões privadas… que Crespo tão bem serve… tão bem defende… e não, com certeza, por 3 ou 4 simplórios salários mínimos!… A sua senda contra o Estado Social… e contra os “serviços nacionalizados” tem preço…
    Os portugueses podem ser mal informados, desinformados ( para isso servem personalidades ditas credíveis como Mário Crespo), mas não são ingénuos… como, aliás, tem vindo a demonstrar nos últimos tempos… na tal rua.

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