O PS e a moção de censura

Não é surpresa o posicionamento do PS e António José Seguro até terá explicitado de forma clara os seus argumentos:

há três “questões inegociáveis”: Portugal deve continuar na União Europeia e na zona euro, deve honrar as metas do memorando e deve pagar a dívida. “Quem não concordar com isto não pode contar com qualquer convergência do PS”, afirmou.

Como já por aqui escrevi, creio que a melhor solução é a continuação de Portugal na Europa e no Euro. Defendo também que Portugal deve pagar o que deve. Estou por isso mais próximo do PS do que das posições do BE e do PCP. Sinto-me tentado a concordar com o voto não à moção de censura, que aliás, parece a repetição de um filme já visto e que, sabemos hoje, correu muito mal.

Tenho uma divergência de fundo com José Seguro – as metas do memorando não podem ser honradas sob pena de perder totalmente qualquer possibilidade de cumprir as outras duas. Temos que nos unir a Espanha, Itália e Grécia. Juntos deveremos INFORMAR os credores que o pagamento será feito, mas com as condições definidas por nós!

Comments

  1. João Paz says:

    Quando se sabe que não foi o p+ovo que contraiu a dívida nem dela beneficiou EM NADA, quando se sabe que o PIB mundial é de 61 triliões de dólares e a dívida de todos os países do mundo é de 2000 triliões (estaríamos mais de 30 anos sem comer ou beber para pagar essa dívida no caso de optarmos PELA LOUCURA DE A PAGAR) Quando se sabe que , mesmo pelas contas do FMI, ela é impagável, Continuar a defender o pagamento de uma dívida que pode ter a ver com BPN, BPP e PPP mas que NADA TEM A VER com o povo português é embarcar na propaganda dos agiotas cujo maior receio é precisamente que os povos se ergam e repudiem uma dívida que os tiraniza e os leva para vários séculos de retrocesso civilizacional. A ÚNICA SOLUÇÃO é,a meu ver, NÃO PAGAMOS. o RESTO É PACTUAÇÃO.

  2. E valerá a pena todo este chinfrim em torno de uma moção de censura sem efeito nenhum?

  3. Entre pagar e não pagar há renegociar. Que é o que as famílias sobre-endividadas fazem. E os Bancos, se querem recuperar alguma coisa e quiçá ainda terem algum lucro, aceitam. Renegociar montantes, prazos e juros.

  4. Maquiavel says:

    O PS só apoia moçöes de censura quando as sondagens lhe derem 40%… o resto é conversa!

    PS, a caminho de se tornar no outro PASOK.

  5. João Paulo says:

    Não tenho o conhecimento necessário para avaliar ou não a dimensão perversa da dívida mundial e da especulação que se gera em torno dela. E admito que o caminho seja outra – mas, João Paz, podemos simplesmente assumir, ainda que sozinhos, o “Não pagamos”? Tenho dúvidas. Que consequências teria o país e o povo?

  6. João Paz says:

    Certamente menos e menores consequências do que continuarmos a derstruir o pouco que temos em obediência aos mesmos ditames que já ditaram a destruição de muitos países antes do nosso. E ,então sim, poderíamos começar a construir, teríamos LIBERDADE PARA O FAZER COMO PAÍS SOBERANO que voltaríamos a ser.

  7. João Paulo says:

    João Esteves, penso que o caminho é por aí, sendo que preferia uma abordagem multi-nacional.

    • João Paulo, a Grécia já o fez, tendo tido mesmo um perdão parcial. Seria muito bom que não tivéssemos que chegar ao mesmo nível de desespero (para o qual parece que caminhamos) e renegociássemos já, quando ainda temos alguma força negocial.

  8. João Paulo says:

    Maquiavel, isso não tenho presente – o PS algum dia votou uma moção favoravelmente?

  9. João Paulo says:

    JP, obrigado por re-comentares – então precisamos que alguém (BE e PCP?) diga ao povo que vamos sair do euro? da europa? e que no curto prazo, com o escudo de volta, vamos perdeer 70% do poder de compra? É disso que estamos a falar? E quem terá coragem para o fazer? Que governo? O Louça a Primeiro-Ministro e o Jerónimo a Ministro das Finanças? Sendo consequente, que governo querem o BE e o PCP para o país?

  10. João Paz says:

    Claro que também preferiria uma abordagem multi-nacional João Paulo por isso há muito defendo uma GREVE GERAL A NÍVEL EUROPEU. Mas porque os sindicatos se “encolhem” teremos de embarcar na demagogia de pagar uma dívida IMPAGÁVEL que nada tem a ver comn quem vive do seu salário e aceitarmos candidamente e resignadamente que nos roubem salários, saúde e educação? A meu ver NÃO!

  11. João Paz says:

    JP (João Paulo, óbviamente) não defendo a saída do Euro apesar de este só servir a Alemanha mas TAMBÉM NÃO O TEMO. Coloco só uma questão a acontecer a desvalorização de que fala ela será melhor acontecer ANTES ou DEPOIS de termos o que resta do país destruído? Bastariam os exemplos de Argentina Equador e etc para pensar sériamente no assunto. Não lhe parece?

  12. Atenção que o que a Argentina fez em 2001 foi uma renegociação drástica e forçada, digamos assim. Não disse pura e simplesmente que não pagava nada. Ouve credores que aceitaram (penso que 70% da dívida) e outros que não aceitaram e com quem a Argentina ainda mantém um diferendo.

  13. artur almeida says:

    Ai de mim. Minha alma está parva.
    Estes Intelectuais Aventareiros invertem o sentido das coisas.
    Não consta em Lado algum que não se Pague ou que se saia do EURO. Vocês que inté são Profs. aprendam a entender

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading