Luísa Trindade nem ia com intenção: viu a pompa, passou-se na circunstância. Relato da mulher que ganha pouco mais de 200 euros e interrompeu a cerimónia oficial do 5 de Outubro.
Tal como ela viu a arrogância de um deputado qualquer pela frente, que não se digna ouvir o povo que supostamente representa, também a li por aí, gente pequenina que não percebe o sofrimento dos outros, escumalha miúda que nem merece um link.
Ficamos assim, um dia destes as luísas deste povo, que demora mas quando acorda pouco dorme, fazem-lhes cair em cima o Carmo e a Trindade.
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A D. Luísa disse que viu desprezo nos olhos daquela gente, eu diria que o desprezo pela a “elite” nos olhos dela é incomensuravelmente superior pois representa a maioria.
A importância de acreditar…
Não é uma questão de alternativa. É uma questão de acreditar.
É obvio que vão ser precisos sacrifícios. É obvio que vai ser preciso austeridade.
Mas não é essa a questão essencial. Eu quero acreditar que estes sacrifícios e esta austeridade vão servir para alguma coisa. E neste momento eu não acredito nisso. Eu já não acredito neste governo.
Este governo mentiu aos portugueses.
Este governo falhou a meta, original, do deficit em 1,7% ( de 4,5% para os reais 6,2% – são mais de 35% de desvio). É um desvio colossal.
Este governo não cortou as gorduras do estado (a não ser que considere gorduras os vencimentos, as pensões e as prestações sociais).
As políticas deste governo conduziram a economia a uma recessão económica gravíssima e consequentemente a um aumento desenfreado do desemprego.
E tudo isto sem a saída da Grécia do Euro, sem resgates à Espanha e à Itália, sem tumultos sociais.
Os portugueses cumpriram a sua parte. Pagaram mais impostos, cortaram nas despesas, perderam regalias, perderam vencimentos e pensões, enfim, sofreram. Mas cumpriram.
Quem não cumpriu, quem não atingiu os seus objectivos foi este governo.
Este governo disse que não era cego nem surdo, e que estava atento ao país. Depois das medidas anunciadas ontem deduzo que deve ser autista.
Por isso não me peçam para continuar a acreditar. Este governo para mim morreu.
Não me interessa se o próximo governo é de esquerda ou de direita. Se é do PS, do PSD, do bloco central, ou uma coligação de esquerda. Não me interessa se tem origem em novas eleições ou se é de iniciativa presidencial. Não me interessa até, se é nacional ou estrangeiro.
O que me interessa é que o próximo governo esteja mais interessado em defender e lutar pelos portugueses do que em fazer boa figura lá para fora. Não quero um Portugal bem visto no exterior, mas cheio de portugueses descrentes, amorfos e sem esperança.
Se os portugueses acreditarem, Portugal consegue.
Eu quero acreditar que isto vai valer a pena. Eu preciso de acreditar… E neste governo, eu já não acredito…
Um pesadelo a maquinaria dos poderes e a desconsideração absoluta face aos dramas que habitam as vidas.
Já somos dois e como nós há milhões, este já deu o que deu, digo não deu nada por isso rua é o caminho que deve tomar.