Ainda os rankings

 Em vez da oposição dicotómica ensino público/privado, gostaria que, no sector privado, se distinguisse o privado puro e duro e o privado subsidiado pelo Estado.

A ideia do Paulo Guinote é boa, mas não é tão simples de aplicar como isso.

O privado subsidiado, ou seja com contrato de associação, tanto diz respeito a escolas que podem escolher os alunos como a outras que não têm hipóteses de o fazer, e essa seria a distinção que fundamental.

Aqui no Aventar já tentámos fazer um levantamento das escolas nessa situação e terminámos por desistir, até porque a melhor fonte, a Carta Municipal de Educação, nem sempre está disponível. É certo que entretanto foi feito um diabolizado estudo por encomenda do governo anterior que poderia ajudar (e que neste momento nem encontro).

Complicando mais as coisas, um colégio pode ser subsidiado parcelarmente: é o caso por exemplo do Rainha Santa Isabel em Coimbra, que apenas não tem contrato de associação para todos os níveis de ensino, embora faça selecção de alunos quando lhe apetece.

A impressão com que fiquei é a de que escolas com contrato de associação puro e duro, ou seja, onde não há alternativas geográficas no ensino público, são muito poucas.

E valha-nos o ranking online do Público, onde podemos optar por ver apenas público e/ou privado.

Comments

  1. maquiavélico mesmo pô says:

    o facto é que o sistema de ensino público e privado é muito fraco, pouco evoluiu desde o antigo sistema de cábulas liceais

    é um sistema de memorização e testes bastante fracotes de tipo americano na sua maioria ou de formulários que em pouco contribuem para o desenvolvimento intelectual dos alunos

    e dos mestres….escola

    • Um facto é por exemplo isto:

      http://expresso.sapo.pt/portugal-duplica-ouro-e-prata-nas-olimpiadas-internacionais-de-matematica=f739956

      Há um outro facto: por melhor que o nosso ensino esteja, cada vez se diz pior dele.

      • Marília Costa says:

        “…Portugal duplica ouro e prata nas Olimpíadas Internacionais de Matemática “…(Na Argentina)….

        Há aqui algo que me faz alguma cofusão, num País em que diariamente só se comentam as “porcarias” e medidas políticas negativas que nos estão a pôr de rastos, a todos os níveis,desde o psicológico ao financeiro, passando por vários outros, todos eles de mau cariz, será que ninguém se lembra de publicar com o destaque necessário e orgulho este tipo de excelente notícia, que até seria motivadora para estudantes e respectivas famílias????? Porquê só deixar chegar a público e “fuçar” em cima do que é mau e negativo, nunca irá desaparecer o negativismo destas mentes portuguesas, que infelizmente existem em maior quantidade????? Que tristeza…!!!!!
        Aqui deixo meus PARABÉNS aos respectivos alunos, seus familiares E TAMBÉM aos professores cujo trabalho contribuiu de certeza para o aparecimento destes óptimos resultados.

  2. Bom dia,

    Primeiro, só entendo os rankings como uma forma de manutenção de um determinado lobby.
    Segundo, não sei se o ensino está bom ou mau, o que sei é que está, completamente, desatualizado. É demasiado “igual” para todos, e se eu não me engano, todos somos diferentes, em todos os aspetos. Vejam como é feita a organização das turmas, logo a partir do 1ºciclo – pela idade!
    Terceiro, o excelente resultado dos nossos alunos nas olimpíadas diz-me que temos alunos (estes, pelo menos) com um grande desenvolvimento no raciocínio lógico/matemático, ora se um indivíduo não tem apenas uma inteligência mas sim várias, significa que estes alunos são muito mais beneficiados no nosso sistema de ensino que alunos que tenham, por exemplo, uma apetência natural para a música, nas suas diversas vertente. Um sistema de ensino baseado numa hierarquia de disciplinas, beneficia umas em relação a outras (veja-se a carga horária). Depois diz-se que há alunos que não se interessam pela escola. Pudera, do que gostam e no que são bons, não recebem nem propiciam a devida valorização. Este ensino de cariz industrial já não tem aplicação na sociedade em que vivemos.

    Os melhores cumprimentos,

    • Também ganhámos as olimpíadas de latim. Em música, vamos contar quantos jovens músicos com carreira internacional temos agora, em qualquer género ou estilo, e comparar com os que tínhamos em 1980?

      • Boa tarde João,

        Uma coisa é ganhar olimpíadas outra é materializar isso numa área profissional. Quantos músicos materializaram a sua vocação enquanto estudantes? Lembro-me agora o Paul Mccartney que detestava as aulas de música, não ia ao encontro das suas expectativas e, consequentemente, enquanto aluno, no geral, era mediano ou bem pior, tendo inclusive saído mais cedo da escola. Se é professor, sabe perfeitamente que há áreas mais valorizadas no ensino publico. Se um aluno tem 2 a Matemática, é um problema, mas se for a música ninguém faz tanto alarido. Melhor, isto até costuma acontecer mais na minha área (Educação Física). É uma questão de valorização do próprio currículo do aluno, construído por ele próprio seria óptimo, com a particularidade de propiciarmos uma abordagem mais extensa nas suas áreas de preferência. Isso sim seria equidade na formação de um aluno, ao invés disso, continuamos a ensinar da mesma forma a alunos completamente diferentes, vivências diferentes, contextos socioeducativos diferentes e ambições diferentes.

        Os melhores cumprimentos,

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