Turbo-mães

A crónica de Daniel Sampaio deste domingo na revista do Público tem este título, «as turbo-mães».

Conta-nos a história de uma mulher – podiam ser quase todas – que trabalha das 8 às 21h, tentando concialiar tudo; os filhos raramente vêem a mãe;  é uma turbo-mãe;  faz tudo bem mas sempre a correr, com altos níveis de ansiedade. Conhecida pela sua eficácia profissional, é elogiada pelo director, que está dependente do seu trabalho e a considera insubstituível. Em época de crise, Ana tem receio de trabalhar menos e ser dispensada, como vê acontecer à sua volta. Sente- se em falta em casa.

Contou a D.S., seu médico, que a crise não a deixa parar. Não estava fácil fazê-la mudar de vida: a crise, o medo de perder o emprego, obriga-a a ser turbo…

Daniel Sampaio pensa que, efectivamente, “a crise provoca o desemprego, mas (…) também é responsável pelo modo febril como alguns trabalham, sempre a correr contra o tempo”.

Somos tantas as turbo-mães…

Só precisamos de ter calma, saúde (principalmente) e não perder o sentido do que é mais importante para cada uma de nós.

Não é fácil ser mulher e é mais difícil sê-lo em Portugal.

Mas não me arrependo de nada, como diria Raul Brandão! Fazemos o nosso melhor e já é muito…

Mas há uma coisa na história de Ana: temos que esforçar-nos por dizer «alto lá!», tenho filhos e amo-os, quero vê-los e estar com eles dia-a-dia, vamos renegociar este horário.

Não valerá mais ganhar menos? 

 

Comments

  1. E Daniel Sampaio que vá bardamerda

  2. Leitura e interpretação demasiado simplista. Para algumas mulheres completamente verdadeira, para outras uma ofensa. Quem dera a alguma ter essa opção, a de ganhar menos e ter assim mais tempo para estar com os seus.

  3. xico says:

    Daniel Sampaio é um óptimo gestor do senso comum e ainda ganha dinheiro com isso. Deve ser defeito de família. Dizem aquilo que é evidente para qualquer empregado de café, mas sempre com um ar de quem acabou de descobrir o famoso bosão.

  4. Maquiavel says:

    Os cemitérios estäo pejados de gente insubstituível.

    “Não valerá mais ganhar menos?” Ui e como! Porque quando for para fechar a empresa, ela fecha na mesma, e depois, vai-se virar para os filhos que nem a conhecem? Trabalhar das 8 às 21 é vida? Ou é escravatura?
    Porque precisa de trabalhar tantas horas? Muitos é para pagar a tralha que têm em casa e que näo usam, as TVs 1080HD, os grandes carros, as grandes casas, as consolas de jogos dos filhos que funcionam como sucedâneos do amor dos pais. E para quê? De que vale ter tralha se depois se é escravo?

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