Aborto

Abriu a primeira clínica de aborto para interrupção voluntária da gravidez na Irlanda do Norte.

Apesar de o aborto continuar a ser ilegal na Irlanda do Norte, a inauguração do Centro Marie Stopes (ontem) levantou uma onda de protestos por parte de conservadores católicos e protestantes irlandeses. A manifestação junto ao Centro Marie Stopes contou com pelo menos 200 pessoas.

«Kill me before birth- it’s abortion» e «Kill me now-it’s murder» – lê-se num cartaz.

A minha posição? Sou pela vida. E se fosse eu o embrião ou o feto?

Comments

  1. Já viu “As regras da casa”?!
    No original “The cider´s house rules”… é um filme magnífico com o Michael Caine.
    As pessoas não devem ver o mundo a preto e branco… há inúmeras zonas de cinzento.
    Cada caso é um caso…
    Um abraço.

  2. Cara Céu, subscrevo incondicionalmente a sua posição! A vida é inquestionavelmente o bem mais precioso!

  3. Amadeu says:
  4. Sou, sempre fui e votei contra o aborto – e os homens também deviam pensar, e muito, antes de — saber com quem vão viver
    Transformar a vida num “produto de mercado” é mesmo que pensar em que sociedade se tornou aquela em que vamos vivendo (mal) – uma das coisas maravilhosas da minha vida (e não foram tantas assim já que nasci e cresci e muitos anos vivi em tempo de guerra) foi saber que dei a minha mamã 12 horas de sofrimento para eu nascer e estar viva, o que nem era normal na data em que nasci – mas por outro lado, parece que nada terá a ver com nada, a minha 1ª tese de licenciatura e primaira da europa foi investigar polén – interessantes 27 meses até ver A VIDA num micron – dimensão do meu grão de polén que reforçou a minha idéia de vida e do seu sagrado, pelo menos E para “xatiar já que gosto de xatiar” muitos milhares se poupariam ao SNS se a mulher (e o homem) pensassem antes de aproveitar as facilidades que actualmente são dadas, de brincar com a VIDA, e de pensar também que eu que sou do contra ando a pagar com o meu IRS a “brincadeira dos brincalhões” – pois os bricalhões e humoristas de meia tijela fazem caricaturas do papa joão Paulo II com o preservativo – aí já não sou “tão católica” mas, no entanto, quando a Igreja mudar por mais que digam que é “atrazada” e não segue os “tempos” não me façam rir – Já basta os políticos tão “modernos” e guardadadores da “moral” e da vida – as “women on waves” que grandes lições dão – é natural são holandesas a quem o planeta nem deu terra firme para viverem e tiveram de a conquistar “ao mar” – bem vou ouvir as vulgaridades dos politólogos que hoje não têm, pelo menos, aquele ar porco e desmazelado dos de ontem dos eurodeputados – ai já me esquecia Vitorino foi ontem medalhado em França – há muito que desapareceu dos écrans (nem me faz falta)

  5. Definitivamente há um “problema” com os meus comentários, pois já apareceram outros depois da hora em que fiz o meu!!
    Percebi….

    • Há sim senhor, um problema entre os seus comentários e o software Akismet que os filtra no wordpress. Mas não temos nada que ver com isso, quem o identificou como spam terá sido outro blogue. Aqui até são publicados quando alguém os encontra na lista de spam.

  6. Nuno says:

    Também eu sou pela vida senhora Maria do Céu Mota, e julgo que nenhum defensor da despenalização do aborto seja a favor do aborto como forma de contracepção. Mas não me parece que se deva colocar no lugar do feto que vai ser abortado, tal como não se coloca no lugar do óvulo que não foi fecundado e é expelido durante a menstruação nem se coloca no lugar dos milhões de espermatozóides que poderiam fecundar um óvulo e são expelidos nos mais diversos locais. E um filho não deveria nunca ser um castigo da “brincadeira dos brincalhões” da senhora Maria Celeste Ramos.

  7. Amadeu says:
  8. sibila says:

    gente assim, desumana para as outras e humanas para meia dúzia de células, deixa-me com vergonha de ser católica. se fosses o embrião ou o feto nem sequer tinhas conexões neurológicas feitas. mas é verdade, possivelmente fosses já mais humana, sensível e inteligente. ou, vá, ao menos capaz de te solidarizares com fêmeas como tu, mas das que respiram, pensam e sentem ao contrário dos teus amados embriões, que fazem abortos com cabides, agulhas de crochet ou estouram pés de meia para fazer em clínicas de reputados médicos que na tv dão a cara pela “vida”. vergonha, muita vergonha.

  9. E se for uma criança indesejada de pais irresponsáveis ou violentos? E se for um caso de defeciência genética? E se for fruto de uma violação? Continua a vida a ser inviolável?

  10. blimpe says:

    Eu, tal como a Maria do Céu Mota, também sou pela Vida.
    Não sou decerto é pela Vida da mesma forma que a Maria do Céu Mota.
    Aliás, duvido até que a Maria do Céu Mota seja pela mesma Vida que eu sou, pois a vida que a Maria do Céu Mota parece defender é apenas a vida no conceito bioquímico ou seja a mesma vida que partilham um feto ou uma amiba, uma couve ou um protozoário…
    A Vida que eu valorizo (neste contexto) é a Vida com dignidade, com direito à felicidade, como dádiva de amor, e não o castigo pelo pecado (ou pela “brincadeira” como se lhe referiram) e que deve ser castigado como punição eterna.
    Estranho (ou não) como tantos destes “defensores da vida” são também defensores das touradas e doutras “tradições”…

    • blimpe. eu sou pela vida na sua totalidade. Não duvide, por isso. Eu valorizo o direito à vida, dádiva de amor, oportunidade de felicidade, etc. etc. e não apenas no conceito bioquímico que nada sei. Não sou médica nem cientista.

  11. Não terá clientes, ficará às moscas, as irlandesas só engravidam depois de legalmente casadas e para todo o sempre.

  12. Parece-me un tema delicadíssimo, pelo que não consigo pensá-lo dum modo simplista. Encolhe-se-me o coração pressentir os abismos das realidades que pode envolver.
    A minha posição é, sobretudo, anti-proibitiva….por abundantes razões.

  13. Maria do Céu Mota says:

    Era bom que falasse também quem já sofreu, de alguma forma, com um aborto e sobretudo quem foi ou é mãe ou deseja veemente sê-lo. Não chega ser mulher para opinar. Tenho dois filhos. A primeira gravidez não resultou: um aborto espontâneo. Sofri o suficiente e não foi provocado.Durante um ano não me foi permitido engravidar de novo – conselhos médicos.
    Levanto agora uma questão, a da consciência. Macbeth não conseguiu esquecer a culpa, os crimes cometidos, matar a consciência, apesar de ter matado Banquo.
    Além disso, também acredito que não devemos fazer ao outro o que não gostaríamos que nos fosse feito.

    • Aí está, cara Céu, a grande diferença entre os que são contra e os que são a favor: o amor que se sente desde o início por uma pequena célula insuflada com o sopro da vida!

      Infelizmente, quem não consegue sentir amor não vê qualquer problema em descartar uma vida…

  14. Céu, conhece este filme do director romeno Cristian Mungiu relacionado com o aborto?

    https://www.youtube.com/watch?v=WaJFgZ6Fung

    Apesar de resultar-me profundamente desagradável, vi-o duas vezes (não serei capaz de mais) por achá-lo muito ilustrativo, mais além das próprias fronteiras do ser, com os seus desejos e utilitarismos.

  15. Pedro de Azevedo Peres says:

    Cara Maria do Céu Mota,
    Não duvido que seja pela Vida. Mas conhece alguém que o não seja? A esmagadora maioria dos seres humanos são pela Vida.

    Naturalmente, também o sou mas… em todas as ocasiões.

    (Curiosamente grandes apoiantes daquilo que se designa erradamente por “Pró-vida” – a radical negação do direito de terceiros disporem do seu próprio corpo ao optarem por realizarem um aborto induzido de forma legal e segura – foram extraordinários genocidas. Por exemplo: Hitler e Estaline).

    E também me desgosta o aborto – porque mais do que tudo significa que alguém ou não teve as condições sociais, económicas e sentimentais propícias para seguir com uma gravidez; ou que a sua educação sexual e reprodutiva não existiu ou falhou, nomeadamente no tocante à utilização correcta de métodos contracetivos medicamente recomendados; ou que o contracetivo falhou; ou que a pessoa em causa cometeu um erro de utilização, ou… porque… se desleixou.

    (Já agora deve saber que muitos dos integristas que se autoproclamam “Pró-vida” preferem boicotar todas as formas de educação sexual e reprodutiva e até fazem campanha contra os métodos, técnicas, instrumentos e produtos contracetivos cientificamente comprovados… depois é o que se sabe… um número de abortos desnecessários e evitáveis.

    O que não é relevante porque para os batizados nos termos do número 986 do Catecismo Católico há sempre a possibilidade de perdão.

    E até de “perdão por grosso”, como o que ocorreu em Madrid, em Agosto de 2011, onde foi concedido o perdão e indulgência plenária às mulheres que confessaram a prática do aborto por ocasião da visita do papa, nos 200 confessionários instalados na Praça do Retiro. Enfim… dois pesos e duas medidas, já que todas as outras que não puderam lá deslocar-se ficaram de fora. É certo que 200 confessionários não bastariam…)

    Assim o que nos separa não é a Vida, nem o nosso (profundo, no meu caso) desgosto perante o aborto mas sim a nossa perspectiva, claramente antagónica, sobre o outro lado da equação: a Mulher que, senhora dos seus Direitos Humanos (leu bem: Humanos) escolhe, face às suas circunstâncias pessoais, porventura como última opção, interromper uma gravidez não desejada, que até pode ser fruto de “brincadeiras” como alguém aqui classificou as relações sexuais prazerosas, sem coragem de as chamar pelo seu nome. Pergunto-me o que terá a senhora, ao que parece cientista, contra o sexo? Será que acredita que sexo só serve para fazer filho, degradando a mulher a mero animal reprodutor?

    Entre a proteção da Vida, da saúde mental, sexual e reprodutora e do bem-estar de uma Mulher, um ser humano que está Vivo, auto-consciente, que tem um passado e um presente e que almeja um futuro (onde muitas vezes, finalmente, acabarão por estar presentes @/s filh@/s que sempre sonharam) e um embrião ou de um feto que, no momento, é indesejado, opto claramente pelo direito dessa mulher de interromper a sua gravidez de forma legal e segura.

    De facto sou claramente pela Vida e pela Escolha!

    Aos integristas que evocam o Amor, a Vida e o Dinheiro (Ai! esse IRS Dona Maria; Ai! esse pretendido aumento das taxas moderadoras para castigar as “abortistas”), deveriam centrar-se antes naquilo que continua a ser uma das grandes consignas na construção da nossa Humanidade: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39) e ter em conta a recomendação:
    “… Homem de juízo pervertido, tira primeiro a trave do teu olho, e então enxergarás direito para tirar o cisco do olho do teu irmão”. (Mateus 7:5).

  16. Pedro de Azevedo Peres says:

    Entretanto como verifiquei a referência de um filme, chamo a vossa atenção para um artigo que faz referência a um trabalho académico produzido no Brasil, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo: Discussão sobre legalidade do aborto é ampliada no cinema, aponta pesquisa da FD

    http://www5.usp.br/17134/discussao-sobre-legalidade-do-aborto-e-ampliada-no-cinema-aponta-pesquisa-da-fd/

    Salientado uma afirmação de um dos investigadores, Luciano Correa Ortega:
    “A discussão sobre a legalização do aborto empobrece e se absolutiza quando domina o argumento de que abortando a pessoa estaria matando uma vida, afinal, ninguém é a favor do assassinato”

    E a indicação sobre o trabalho:

    Regras da Vida: uma reflexão fílmica sobre o relativismo moral relacionado à prática do aborto
    http://www.ibdfam.org.br/novosite/artigos/detalhe/732
    Um artigo de Mara Regina de Oliveira e Luciano Correa Ortega

    Resumo: O presente artigo trata do conflito existente entre direito e moral que permeia a prática do aborto ilegal, assim considerado devido à existência da influência de uma moral dominante, mas não universal, sobre o direito. Partindo do pressuposto de que os sistemas morais e jurídicos constituem ordens normativas distintas e, muitas vezes, conflitantes, observamos que as regras do Estado podem estar em conflito com as regras informais da convivência em relação à proibição da prática do aborto. O ponto central de nossa reflexão está na análise do filme Regras da Vida, relacionado a teorias jurídicas críticas que estudam a questão.

  17. Konigvs says:

    São contra o aborto? Não abortem, mas por favor não chateiem os outros com um tema já tão gasto e sem mais nada a discutir desde a rábula do Gato Fedorento com o Marcelo.
    São pela vida? Então a adotar em vez de procriarem, até porque parece que há quinze mil crianças institucionalizadas sem família, que parece que são abusadas sexualmente por aí. Isso sim é ser pela vida, e não mandar bitaites sobre as opções dos outros.

    • Desgraçadamente, a essas crianças, a “crise” já não lhes rouba o futuro. São dizimadas pelo presente.

  18. Konigvs says:

    O que me choca não são mulheres que abortam várias vezes, o que me choca verdadeiramente é que se gastem milhões de euros em tratamentos de fertilidade – que muitas vezes não dão em nada – enquanto há milhares de crianças sem uma família. Enquanto houvesse UMA única criança sem família não deveria ser permitido nenhum tratamento de fertilidade a nenhum casal. Mas é conveniente que hajam crianças institucionalizadas, parece que há muito político que gosta de as comer, e isso já nem é de agora, já vem dos tempos de Salazar e do famoso Ballet Rose.

  19. Pedro de Azevedo Peres says:

    Já agora corrigindo a ideia que o aborto é ilegal na Irlanda do Norte é preciso notar que o aborto induzido está regulamentado e é aceite geralmente nas seguintes condições:
    Se a mulher tem um grave problema médico ou psicológico e que prosseguindo com a gravidez porá em risco a sua vida;
    Tem graves dificuldades de aprendizagem;
    O médico detectar anomalias no feto;
    Nalguns casos, se a gravidez resultar de violação.
    Acresce dizer que o actual quadro legal é extremamente confuso desde que a Irlanda do Norte se desvinculou em 1967 do Abortion Act que vigora em todo o Reino Unido.
    Essa situação permite apreciações diversas, por parte dos médicos, que detém nestes casos a última palavra, o que conduz a que muitas mulheres viajem para fora da Irlanda do Norte para conseguir interromper uma sua gravidez não desejada.
    Dualidade de critérios que sempre desaparece perante dinheiro ou Poder.

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