O meu último post

Faz hoje precisamente um ano que o meu livro, Arquitectura, Música e Acústica no Portugal Contemporâneo (edições FAUP), foi apresentado na Fnac do GaiaShopping, no âmbito da Campanha 100 Anos, 100 Livros ( lançamentos de livros da Universidade do Porto nas lojas Fnac).

Uma coincidência. Gosto de coincidências. «Nada é ao acaso». Gosto desta frase de Richard Bach. Uma data que marcou uma etapa, um dia importante. Hoje, quero iniciar uma outra.

Desde essa altura que tenho vindo a escrever muito regularmente neste blogue, a convite do JJC.

Foi uma experiência enriquecedora: aprendi muito com os autores do Aventar e com os leitores, mesmo com aqueles que declaradamente não concordam comigo nalguns temas.

Escrever num blogue torna-se rapidamente num vício.

Não fumo, não bebo. O meu vício chama-se Aventar. Um post é como um cigarro: mais um e depois outro. É incontrolável! Tenho que fazer alguma coisa!! Cortar o mal pela raíz.

A auto-publicação é um vício. Não há filtragem, não há censura, ninguém corta ou modifica. Existe apenas a auto-consciência e algum bom senso. Num blogue publica-se o que e quando se quer. É uma forma de poder.

E como qualquer vício, escrever num blogue escraviza. Eu quero sentir-me mais livre. Tenho outros projectos, para além daquele que tem que estar acima de todos os outros…

Continuarei a tentar participar publicamente, expressando a minha opinião, mas como fazia antes da minha fase Aventar. Continuarei a escrever cartas para o espaço dedicado aos leitores no PÚBLICO, DN e outros, eventualmente.

Não podemos calar-nos face a muita coisa e a muita gente que «mata», escraviza e fere o país que amamos.

Mais uma vez, obrigada aos leitores por me aturarem, por terem a pachorra de ler os meus post e por me ajudarem a ver este mundo de uma forma mais lúcida e menos cor-de-rosa!

Comments

  1. Marta says:

    Comecei a ler o ‘Aventar’ por ti! E tenho de confessar que venho cá regularmente 🙂 Tenho pena que não escrevas mais, porque gosto muito de te ler 🙂 Dizes que escrever num blog é um vício, lê-lo também pode ser…Mas também todos nós temos direito a pisar risco 😛
    Um beijinho enorme

  2. Maquiavel says:

    Escrever num blog é um vício, lê-lo também é!
    E embora possa à vezes discordar de si, é por lhe reconhecer valor que me digno a comentar! Volta e maia sou mauzinho, mas sem malícia. 🙂
    Vá, que näo escreva täo frequentemente ainda admito, mas deixar o Aventar de vez é que näo! 😀 Até breve!

  3. Comecei há pouco tempo… mas prometo voltar.
    Gosto de ler o que se escreve por cá! 🙂

  4. Estimada Céu, é com tristeza que vou deixar de a ler! Mas compreendo. Há que mudar. Há que fazer diferente. E portanto, desejo-lhe o maior sucesso em todos os empreendimentos da sua vida!

    E, por favor, continue com essa sua faceta cor-de-rosa! É que são precisamente os bons pensamentos, os pensamentos afectuosos, inocentes, puros, a única arma verdadeiramente eficaz contra toda a vilania que graça no mundo! Por favor continue assim branda, suave, para com todos os que a interrogam, questionam, contradizem e até insultam, pois é essa uma posição sensata e respeitosa e louvável!

    Mando-lhe um abraço enorme, cheio de respeito e admiração. Se alguma vez precisar de mim, estarei sempre aqui por si!

    Aproveitando o ensejo, também eu me despeço do Aventar. Ao contrário da Céu, que é afável e tolerante e paciente, eu estou farta de aturar determinadas pessoas. Estou farta de ler comentários estúpidos, observações imbecis, deturpações ignorantes, posições toscas e primárias. Estou farta de insultos, de provocações, do comentar só por comentar, da falta de conteúdo encefálico de algumas pessoas. Estou farta de aguentar impropérios, disparates e imaturidades. Estou farta da incultura, da incivilidade, e sobretudo da pobreza de espírito demonstrada por alguns.

    Ao Aventar, agradeço sinceramente todas as oportunidades que me proporcionou, quer de comentar, quer de publicar. Àqueles de quem aqui aprendi muito, que muito prezo, e para quem sempre estarei à disposição (apesar de não serem muitos, infelizmente, não vou citar nomes, não vá dar-se o caso de me esquecer de alguém! E além disso, eles sabem muito bem quem são!) fica a minha eterna gratidão! Bem hajam!

    Cara Céu, as maiores felicidades! E parta feliz e à aventura por mares nunca dantes navegados, pois a vida é um oceano todavia inexplorado!

  5. Luis says:

    Deixar um espaço de liberdade, onde se comunica em liberdade, por culpa da falta de liberdade que escraviza …não deixa de ser estranho!

  6. António M. C. Carvalho says:

    Maria do Céu e Isabel G.
    Minhas estimadas, ainda que para mim desconhecidas “blogueiras”,
    Não sei se o Outono e a queda das folhas terá alguma coisa a ver com o vosso indisfarçável desânimo. Talvez tenha, porque eu próprio me tenho sentido algo “cansado” …
    Mas não podem “aguentar” um pouco mais? A Maria do Céu não tinha, há poucos dias, anunciado um projecto de recolha de sugestões para minorarem a crise em que esbracejamos?
    Reconsiderem. Eu sou novato aqui no Aventar, também já algo viciado, mas os anos deram-me uma carapaça que vai resistindo à triste realidade que exaspera a Isabel.
    Se persistirem na vossa decisão, que fiquem com a certeza e o remorso de que o Aventar fica mais pobre.
    Felicidades e que sobrevivam o suficiente para ainda viverem no Portugal dos vossos sonhos.
    A. Carvalho

  7. Maria do Céu Mota says:

    Obrigada a todos pela simpatia!!

  8. Uma bonita despedida. Muito boa sorte na escolha dos seus tempos, Céu.

  9. Miguel says:

    Boa sorte

  10. Sónia says:

    Tenho pena Céu… comecei a ler o Aventar por causa destes teus posts e rapidamente fui descobrindo o que os outros escritores “postavam”. Vou ficar “orfã” e confesso que não sei ainda lidar com o “buraco” que deixas. Como sabes sou fã dos teus textos sejam eles escritos aqui, no Fugas, no DN ou noutro sítio qualquer. Claro que respeito a tua decisão, mas … tenho pena.
    Um beijinho para ti e… fico à espera do livro, um dia, quem sabe…
    Sónia

  11. augusto Küttner de Magalhães says:

    Ceú, como é evidente a Ceú é que sabe onde mais lhe apetece escrever.

    Quando? Talvez seja o mais dificil. Não deve ter hora, tempo para escrever, é quando vontade tiver…e veia, algo que já todos entendemos, lhe não falta.

    Está sempre muito ao corrente de vários temas, dado que lê, para saber e depois nos escrever.

    Nunca pare de escrever, – escreve bem!!!!!!seja onde melhor entender dever fazê-lo.

    Se há coincidencias???Penso que sim, mas talvez seja de lhes não dar demasiada atençao!!! Acho.

    Forte abraço

    Augusto

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