Portugal vive há uns tempos sob a tutela estrangeira e com mais ou menos mentiras de quem nos governa, todos os indicadores mostram que o caminho escolhido não serve.
Dizem-nos que é muito difícil ser deputado da maioria, imagino que tal reflexão, deste boy, surge num contexto solidário em que o senhor deputado vai ficar a viver com os 377 euros do subsídio de desemprego. Só pode!
E se o caminho não serve, podemos procurar encontrar outros, ainda que concorde com o Ricardo Araújo Pereira que na Visão aponta uma coisa óbvia – não tem que haver alternativa no caso em que algo é manifestamente mau. Se a receita que está a ser aplicada não serve, para que acabe não é preciso haver alternativa. Basta que pare!
E são cada vez mais as vozes que procuram caminhos alternativos.
O Fórum “Cidadania pelo Estado Social” é uma dessas iniciativas e hoje, em Braga, na Universidade do Minho, aconteceu mais um debate, onde a Educação Pública esteve em cima da mesa.
E gostaria de destacar uma ideia que Almerindo Janela Afonso deixou na intervenção que fechou o dia, fantástico, de reflexão: serão o capitalismo e a democracia compatíveis?
O Capitalismo é por natureza desigual. Nos tempos mais modernos a palavra capitalismo foi substituída por economia de mercado, mas o que é verdade é que nunca como hoje o capital está no poder.
A Democracia, pelo contrário, aponta para a igualdade. Para a diminuição de assimetrias e para a promoção de igualdades.
Será possível um casamento entre estas dimensões? Ou temos que ir para uma união de conveniência?
É o arranque de uma reflexão que procurarei trazer para o Aventar nos próximos dias, terminando com uma sugestão de leitura: Democratizar a Democracia, de Boaventura Sousa Santos.
NÃO…
O título deste post (caso a ironia esteja em “off”) deveria provocar-lhe VERGONHA!.
A memória NÃO é curta.
Martins, mas… porque é que comenta desse modo? Acho que não percebi (sem ironia).
Comento deste modo porque, apesar de todos os defeitos que possam (e muito justamente) ser assacados ao tal de “Capitalismo” o facto é que se tem provado ser, malgré tout, mais “compatível” com a “Democracia” do que alguns outros “sistemas” (á Esquerda e à Direita) que eu agora me lembrei.
A “social-democracia” nascida no pós-guerra está a deixar saudades?!?!?
Espero bem que sim…..
Você näo se enxerga?
O Capitalismo funcionou muitíssimo bem, muito compativelmente”, com o Fascismo e Nazismo.
Aliás, nunca funcionou melhor! Os capitalistas alemäes até nem tinham de pagar a mäo-de-obra, que eram forçados pelo Estado (como quer o banqueiro Ulrich) quando näo eram os prisioneiros dos campos de concentraçäo!!!
Martins, o meu ponto talvez não tenha sido integralmente percebido. Como escrevi, capitalismo e democracia, têm no seu “objectivo” final propostas completamente opostas. A democracia nunca estará completa enquanto houver algum tipo de injustiça, enquanto o capital, na sua sede de mais e mais lucro procura essa mesma injustiça. Ou seja, a solução que refere – a europa social, o estado providência (outro nome qualquer!) – é o que de melhor se conseguiu para equilibrar uma e outra coisa. A questão é que o capitalismo entendeu acabar com o equilíbrio e atacou em toda a força, tirando espaço e força à democracia. Uma espécie de jogo da corda. De forma brutal o capital está a puxar a corda toda para o seu lado, não?
Obviamente não defendo nem Cuba nem o Chile, isto é, houve experiências más de um lado e do outro.
A minha questão é: temos que encontrar forma de voltar a colocar a corda no meio… e só fazendo força podemos conseguir. Não?
JP
Se em vez de Cuba tivesses escrito Coreia do Norte até concordava com o comentário a 100%.
Queriam os países capitalistas caribenhos e centro-americanos à volta de Cuba ter o mesmo IDH que ela!!!
Maquiavel, dou essa de barato 🙂