Entretanto, o dengue

Tenho acompanhado com apreensão a evolução do dengue a partir da Madeira. A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, sendo o contágio derivado da picada de um mosquito específico (o qual, por enquanto, em território nacional, só existe na ilha).  Neste momento há no continente  12 pessoas infectadas depois de estarem na ilha. A DGS começou por dizer que os três iniciais casos detectados no arquipélago não eram significativos e agora, passado, um mês há 463 infectados.  Em Portugal há enormes zonas de águas paradas, desde os arrozais às salinas, as quais, associadas ao clima ameno da Primavera e Verão, constituem um cenário ideal para propagação da doença. Contrariamente ao que diz Francisco George, director-geral da saúde, há razão para alarme. E não é por não termos os 135 mil casos do Rio de Janeiro (que comparação mais estúpida!) que devemos meter a cabeça na areia. Aliás, a European Centre for Disease Prevention and Control não está na Madeira por acaso.

É de lembrar que Francisco George é o mesmo director da então Ministra da Gripe, em 2009, o qual vinha para os telejornais dar a contabilização diária dos infectados por uma não epidemia. O dengue, pelo contrário, é uma epidemia. Faltará por aí o lobby farmacêutico com algum tamiflu pronto a comercializar?! É agora que é preciso agir, preventivamente e não depois, quando a situação sair de controlo. Sair do estado de negação é o primeiro passo, ó Doutor. Está definida a actuação reactiva mas é na prevenção que é preciso apostar.

Leituras:

Comments

  1. João Paz says:

    “Faltará por aí o lobby farmacêutico com algum tamiflu pronto a comercializar?! É agora que é preciso agir, preventivamente e não depois, quando a situação sair de controlo. Sair do estado de negação é o primeiro passo, ó Doutor.”

    Na mouche!

  2. Maquiavel says:

    “O” dengue? Alguma razão em especial? A própria DGS diz “a” dengue. Adiante.
    A dengue só se vence prevenindo-a. E se pouco podemos fazer quanto a arrozais e salinas, pode-se, em casa, evitar deixar baldes ou outros recipientes com água. Tudo quanto possa ter água, mesmo frascos, é virá-los de boca abaixo (dica simples que me lembro de ver no Brasil).

    O que se torna preocupante é perceber que o sr. George está interessado… em que as pessoas morram! Que outra explicaçäo para o escarcéu com a näo-epidemia da “gripe dos porcos” (minimizando a muito mais mortífera gripe comum), e agora quando há um perigo real (e para toda a UE) ele finge que näo há espiga???

    • jorge fliscorno says:

      A doença / o vírus. Saiu um pouco estranho.

      • Maquiavel says:

        Sim, “o” vírus de “a” dengue, ou de “a” gripe!
        Näo dizemos “o gripe”. 🙂
        Mas mais importante que isso é a atitude de George, sempre errada. É de desconfiar.

  3. luis says:

    A dengue não é transmitida de humano para humano. Na Madeira é um problema, no continente não, porque não existem os mosquitos que transmitem a doença. Quem tiver que viajar para a Madeira deve precaver-se. Os Madeirenses devem, esses sim, exigir explicações ao (boy) George. Mas além de não haver tamiflu para vender, é preciso manter a imagem de destino paradisíaco da “pérola do atlântico”.

    • jorge fliscorno says:

      Tem razão, não se transmite de pessoa para pessoa. A minha preocupação é se o mosquito que a transmite chega ao continente. Tal como chegou à Madeira em 2005.

      • Maquiavel says:

        O mosquito pode chegar ao Continente dentro de uma mala, saco, qualquer embalagem.

        Houve descobertas deste mosquito na Holanda (!!!) numa “pneuseira”, e vai-se a ver, tinha viajado desde a fábrica de pneus na… Florida! Sendo assim, bem mais fácil é viajar da Madeira para o Continente! Há que matar o pernilongo é na Madeira!

  4. O doutor tem tacho mas não tem acção – as ruas de lisboa não são lavadas há 3 anos e as sargetas têm água parada e pôdre e malcheirosa e negra – nas salinas não há dengue a não ser que alguém queira acabar com as que restam e com a as aves autóctones e migratórias – a Ponte é que não devia lá estar – devia estar a montante – a degradação dos saberes desde pelo menos 1986 e vê-e na actual AR de quepeobelas falam bem como Belem – o maior dos males do país – todos em estágio para bruxelas e qe uma vez por semana debitamixoo que dizem e nao fazem e não separa que ervem tais senhores a não ser o melhor emprego do mundo – osgovernantes são um monte de merda e tem na SIC como as meninas que dpois de onsegurr patra progranas dedança no varão e Itália seguem em linha recta para ministras e o assimue Berlusconi governou vale a pena ver as mães e as meninas muito contentes nem querem estudar porque não há emprego embora muitas sejam universitárias mas não arranjam emprego e a actual ministra da “cultura” – vale a pena ver – as “velines” que dão antes de mais danças na TV e são assim escohidas ao vivo – não precisam de listas de candidatas a deputadas – basta mostrarm o cú e as mamas aumentadas com implantes – mas preparam-se previamente em escolas especiais – vale a pena ver a miséria antes que chegue por aí a moda

  5. nightwishpt says:

    Isso não é desculpa para minorizar o H5N1. Se não foi desta que houve uma nova gripe espanhola, a próxima continua atrasada e ao virar da esquina.

  6. Konigvs says:

    Sempre que o Jardim vem com a cantiga de pedir independência dos comunistas do Cont’nente acontece sempre qualquer merda, Primeiro aconteceu as derrocadas das inundações em que Sócrates era o odioso depois o melhor amigo, depois havia bombeiros a mais vieram as labaredas no verão e queimaram a ilha toda, agora o ataque dos mosquitos que fará maravilhas pelo turismo madeirense!!

  7. paula belbut says:

    Como já foi dito atrás, esta doença não é transmissível de humano para humano. Para haver transmissão, tem de haver mosquitos aedes aegypti INFETADOS. No mundo, 2 pessoas em cada 5, estão expostas diariamente a esta doença. O mosquito não tem de vir necessariamente da Madeira, no Brasil há enormes epidemias de dengue, por exemplo… De qualquer forma, o subtipo do virús que se encontra na Madeira é a forma menos grave da doença (existem 4 subtipos, sendo que apenas um dos subtipos PODE provocar hemorragias e consequentemente, a morte). Gosto bastante de ler os artigos do AVENTAR, mas este em especial, revela alguma falta de informação, indispensável quando queremos ser assertivos…

    • jorge fliscorno says:

      Tem razão, pode vir de outros lados. Se me permite, talvez tenha entendido mal o post, pois em lado algum é sugerida a transmissão de pessoa para pessoa. Pretendo, sim, alertar para a necessidade de prevenção. Creio que tal não será descabido. O Expresso desta semana até tem uma chamada à capa dizendo “Dengue em Portugal – Cientistas portugueses garantem que Portugal continental vai ter um surto de dengue semelhante ao que se vive na
      Madeira”.

      • jorge fliscorno says:

        Bom, relendo o post creio que a parte inicial do texto poderá induzir em erro. Quem seguisse os links não teria dúvidas mas, em todo o caso, vou acrescentar uma nota.

      • jorge fliscorno says:

        Removi a referência da doença se propagar ao continente, já que nesta minha segunda leitura me pareceu que induziria em erro. Na verdade, o que chegou ao continente foram doentes infectados e não a doença propriamente dita. Agradeço a chamada de atenção.

        Para quem estiver interessado, o parágrafo original e que corrigi era este:
        «Tenho acompanhado com apreensão a evolução do dengue a partir da Madeira. Já chegou ao continente com 12 pessoas infectadas depois de estarem na ilha. A DGS começou por dizer que os três iniciais casos detectados no arquipélago não eram significativos e agora, passado, um mês há 463 infectados e a doença alastra-se à Europa continental.»

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