PS não pode dar a mão a estes incompetentes

Percebo que se tente fazer a defesa do Governo e até entendo que se procure atacar a oposição.

José Sócrates e Teixeira dos Santos, bem ou mal, responderam à crise de 2008 com a receita que todo o planeta usou- bem ou mal foi entendimento (recomendação!) da União Europeia recorrer ao investimento público para dinamizar a economia.  O que aconteceu depois, bem ou mal, foi julgado pelo povo nas urnas. E goste-se ou não, ficou encerrado um processo – o PS de José Sócrates.

E agora é o tempo de Vítor Gaspar à frente do Governo  – para o bem e para o mal. O que lá vai, lá foi! Não concordo com a criminalização da vida política, até porque isso significaria ficar sem Presidente – por falar nisso, alguém sabe quando acabam as férias dele?

Alegam os Boys que o PSD deu a mão ao PS, que agora, com Seguro, foge a sete pés do apoio ao Governo.

Foge e bem porque já se percebeu que a receita do Primeiro-Ministro, Vítor Gaspar, não funciona. E se não funciona, o melhor para o país é deixar esta gente, incompetente, sozinha, com a vergonha dos seus comportamentos. É que o governo já caiu, mas eles ainda não repararam.

Ou se calhar já, porque ninguém os vê junto do povo.

Comments

  1. Não sei se são ou não incompetentes os atuais governantes enquanto o tratamento não chegar ao fim, nem sei se estamos na fase dos efeitos secundários e passageiros de um tratamento difícil.
    Sei que há muito barulho, preconceitos e oportunistas de momento a defender os seus interesses e sei, que se o PS achar que isto vai mesmo acabar mal e não estender a mão em busca de um entendimento para se encontrar uma via de equilíbrio, caso isso se concretize vai herdar o caos e deverá ser interessante ver como será capaz depois de resolver a questão.
    Só há um cenário em que percebo o não do PS: sabe que o caminho atual é o certo mas que queimará os seus construtores, depois da obra feita virá passear-se na estrada feita pelos outros. Uma espécie de utente que não gosta do princípio utilizador pagador.

  2. João Paulo says:

    Meu caro cefaria, obrigado por ter comentado. Eu não estou completamente de acordo. Seria um erro (é um erro!) apoiar algo que sabemos não funcionar, ainda que outros digam que é a bem da nação! Não é. Isto não vai funcionar e o PS faz bem em dizer que não funciona, não funcionará e por isso, neste trilho, fica fora. Quanto à comparação com o utilizador / pagador, permita-me que me apresente como um dos que não defende tal ideia para o nosso estado, porque, no limite só poderia ser tratado quem tivesse dinheiro para o ser, só iria à escola quem tivesse dinheiro para lá andar. Por exemplo, no meu caso, hoje não teria que ver os meus impostos irem para a TAP ou para a CP porque não ando nem de avião, nem de comboio. Poderia também defender que não queria que os meus impostos fosse para as Universidades porque não as frequento… Creio que isto não faz qualquer sentido pegar nesse princípio, pelo menos, na sociedade que eu defendo.
    JP

  3. Mário Reis says:

    É pá, mais do mesmo não. O PS de longa data e depois com o Sócrates seguiu um caminho que era impossível dar outro resultado. Lembro bem, de multiplos avisos dos “arautos da desgraça”, dos “mesmos de sempre”, etc.. Era impossível a direção do PS não ver, ouvir, interrogar-se e reflectir. A cegueira partidária, as clientelas e os boys foram mais fortes rejeitando a realidade, o que estava a acontecer ao ambiente económico e social, pondo em marcha uma das maiores campanhas de manipulação que armadilhou as nossas vidas, com argumentos como do “não há alternativa”,
    Compreendo bem que receio da classe média encarcerada nos sentimentos característicos da pequeno-burguesia, de aceita tudo e o seu contrário desde que escapem…Comprrendo que tenham de reciclar ou estar a ajustar argumentário e consciência à eterna refundação do pretexto do “mal menor”. E a verdade é que de todos os partidos, o PS só tem saido a ganhar com esta postura e modo de agir e a natureza de uma classe média que foi explorado esta máxima como a réstia de esperança de querer tudo e o seu contrário, mesmo que tivesse que vender a alma ao diabo, para fugir pelos “pingos da chuva”.
    Não há pachorra para esta pratica politica oportunista e fomentadora do ascendente e do poder das forças do mercado que se estã a marimbar para as pessoas e que arrogantemente afirmam, que ainda há muito para aguentar…
    Não basta de cinismo? De insistir em caminhos armadilhados? De esperar soluções de quem não consegue ver o que está à frente dos olhos? De quem não propõe nada mais, senão seguir pela mesma estrada…

  4. João Paulo says:

    Mário Reis, obrigado por também ter comentado. O ponto certo para colocar a coisa não é saber se devemos querer o Seguro (PS) porque seria mais do mesmo ou se queremos o Vítor Gaspar que parece ser a imagem da diferença. Isso seria uma visão redutora que não quero ter. Não se trata de um jogo de futebol em que escolhemos uma equipa para apoiar. O ponto é: o que Vitor Gaspar está a fazer é um erro e a bem do país alguém tem que o dizer. Só isso. JP

  5. Vê como se deturpa a ideia dos outros por se ter preconceitos à partida?
    O princípio utilizador pagador já há muito se usa no estado social, pagamo-lo com os nossos impostos no dia a dia e criam-se condições para a educação, saúde, segurança social, justiça e defesa.
    O princípio do utilizador não pagador que o PS falou foi o das SCUT, que levou as pessoas a acreditarem que era possível construir sem dinheiro hoje e que no futuro “ninguém” pagaria, quando depois todos pagaríamos com os nossos impostos sem querermos ou com portagens ou de outra forma qualquer.
    O princípio utilizador não pagador foi aquele do PS distribuir Magalhães hoje às pessoas, mesmo com bons vencimentos, enquanto o Estado se endividava, como se mais tarde não viéssemos a pagar com ou sem magalhães as “ofertas gratuítas” e com juros das dívidas geradas.
    O que eu desejo é que se estabeleça um equilíbrio, nem o neoliberal do sonho de alguns do governo, nem o economicamente insustentável como foram os últimos governos, e para este equilíbrio todos têm de estar envolvidos e haverá que ter consciência que há coisas que o Estado deve “dar” e outras que não podem ser como estão.
    Insisto, se o PS pensasse mesmo que isto vai dar para o torto e não procurasse interferir saberia que o bebé depois lhe ia cair ao colo, se quer por-se de fora é por que acredita que os custos terão vantagens posteriores quando for governo.
    Claro também há modelos não testados que ainda não sei como funcionariam na prática, mas cheiram-me que têm mais demagogia do que condições de aplicabilidade e propagado por uma esquerda urbana e ainda há o modelo alternativo da democracia do que defendem a coreia do norte e cuba, já que o a china é misto consoante as conveniências que nem sempre são a das pessoas.

  6. jorge fliscorno says:

    Defesa do governo? Foi ao lado, JP. Sobre atacar a oposição eu diria antes criticar quem procura lavar as mãos como Pilatos.

    O PS bem gostaria que o capítulo negro que culminou com o chamamento da troika se encerrasse no momento da eleição mas há que ter memória. Há que lembrar os ajustes directos, as PPP, o aeroporto de Beja e a Parque Escolar, por exemplo. Tudo mais endividamento quando a dívida já estava fora de controlo. Disseram-nos para o fazer? Mas que conveniente às portas da campanha eleitoral. E se nos tivessem dito para nos atirarmos a um poço, também o deveríamos ter feito? Por acaso até o fizemos, depois de se ter registado o acto em memorando.

    • João Paulo says:

      Ah! Ok. Então agora entendo e subscrevo. A minha dúvida é sempre a de saber onde termina a responsabilização dos políticos. Não me sinto confortável com o recurso aos tribunais.

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