Uma verdade repetida muitas vezes

Poderá um dia ser vista como A verdade.

A vontade salazarista de cortar e destruir tudo o que é público, tudo o que se possa assemelhar a algum tipo de redistribuição da riqueza do país tem feito algum caminho, com os resultados que estão à vista – de PEC em PEC, cortando mais do que nos exigia a TROIKA e eis o resultado: o abismo.

Já se fala em novos cortes, especialmente na Educação onde Nuno Crato tem defendido a natalidade como a Mãe de todos os problemas.

Mas são os documentos do próprio Ministério que desmentem o sr. Ministro.

Os números são claros: de 2004 a 2011 o número total de alunos passou de 1683008 para 1822153, enquanto o número de docentes desceu de 180483 para 177251 – nestes números estão considerados todos os sub-sistemas, públicos e privados.

Caros leitores, a verdade é esta: o número de alunos no sistema educativo aumentou!

Enquanto isso, o número de docentes baixou!

Uma análise mais detalhada poderá permitir outro tipo de conclusões, mas não há grandes dúvidas: só no 1º ciclo houve uma redução significativa porque em todos os outros sectores há um crescimento, em alguns casos significativos.

Dirão os ramirinhos que foram as Novas Oportunidades que produziram este efeito.

Talvez diria eu!

E ainda bem – sou dos que defende que a formação é um valor acrescentado, principalmente para quem está no mercado de trabalho.

Por outro lado há em Portugal duas realidades a considerar:

– a Educação Pré-Escolar (infantários) está longe de responder às necessidades do país – os documentos oficiais de Vila Nova de Gaia, para citar um exemplo que conheço, mostram que a cobertura para os 3 primeiros anos de vida (Crecehe) está na casa dos 20% e para a Educação Pré-Escolar (4-6) a cobertura anda na casa dos 66%; Ou seja, há ainda muito por onde crescer;

– o Ensino Secundário (10º, 11º e 12º) é obrigatório.

Ah! Já me esquecia – para os ramirinhos taxistas o trabalho é uma coisa que não existe! Só o tacho na alínea f!

Comments

  1. Alberto says:

    Com que dinheiro é que esperam pagar essas despesas?

    • João Paulo says:

      Alberto, obrigado por ter comentado. Parece-me que poderemos usar o dinheiro que está a ser usado para pagar os juros da dívida ou então a comissão que pagamos à TROIKA, que tem um valor equivalente ao que tiram nos subsídios. Não vejo grande argumento na teoria do ter que pagar uma dívida ao estrangeiro e não ter que cumprir com quem cá está – eles são mais do que nós? Usemos o dinheiro para crescer e depois, sim, começaremos a pagar. É simples, não?
      JP

  2. leopardo says:

    Olha, apagou a minha mensagem anterior, aonde explicava que o crescimento do nº de alunos era devido aos alunos NO (comparar 2007/8 com 2008/9) e editou a mensagem original.
    Sobre o NO era outro assunto, um programa mais de certificação que de habilitação.
    Tenho também sérias dúvidas que a creche seja a melhor solução para as crianças com menos de 3 anos, provavelmente é apenas a solução possível.
    Nem toda a dívida é ao estrangeiro, tenho familiares, que são até da classe média-baixa ou mesmo baixa, que tiraram as suas poupanças dos depositos a prazo e dos certificados de aforro e foram comprar dívida portuguesa. Não concordo de todo que a Argentina seja o exemplo a seguir (a Argentina não pagou a dívida e desde aí teve maus resultados).

  3. maria celeste d'oliveira ramos says:

    Portugal tem ainda muitos parvalhões mesmo que eu não aspire (jamé) a que sejamos todos iguaizinhos como gotas de águá (ou de tinto do cartacho) ou padre e sacristão – e já que eu não sou professora nem sei o que quer dizer NO (será não in english??) – juros da dívida ?? Nem os judeus eram tão usurários – ou ganham porque metem aqui as fabriquetas do que lhes fica (aqui) mais bem feito e/ou mais barato – levam quando se querem fazer amigos da xina e deixam nada – adoro alemãezinhos sobretudo com complexos de terem feito as duas mais odiosas guerras do século XX – meus pais nasceram na I e eu aida bábé recordo os vidros das janelas todas com adesivos para não cairem os vidros, eu não passei fome mas havia racionamento mas muita gente passou e depois não acho graça a quem não trata com seriedade o que aqui se trata mesmo que esteja na posição oposta – os jocosos são mais do que parvalhões – hoje estou do lado de ma apetecer dar um murro nas “parêdes” mas não dou porque ando a lavar paredes para tar a casa imaculada para o Natal e podia “deixar marca” – os homens conservam-se em alcoól (ou droga) e eu em raiva e que conservo sempre a reserva q.b.

  4. Boa Noite! Há um troféu/prémio no meu blogue, caso o queiram ir buscar!

    Parabéns pelo sucesso deste blogue!

    🙂

  5. leopardo says:

    Educação é uma coisa, certificação é outra. As NO são certificação. Assim como os CEF são muitas vezes uma autentica fraude. Tenho vários familiares e amigos professores, que dão ou deram CEFs e sei das pressões que eles sofrem para facilitar ao máximo.
    De qualquer modo os alunos NO irão desaparecer e a realidade irá tornar-se evidente, há uma queda de alunos da ordem dos 15% se compararmos com 1998. Esta queda irá acentuar-se não só devido à queda da natalidade, mas também devido ao regresso de muitos imigrantes às suas origens e à nova vaga de emigrações.

    • EFA não é uma certificação, é uma formação. E os processos RVCC são irrelevantes se falamos em número de professores envolvidos, precisamente porque só podem ter 50h de formação, são acompanhados semanalmente por um técnico, e uma equipa de 3 professores certifica uns 200 adultos (não se designam por alunos, nem sequer por formandos).

  6. leopardo says:

    Na teoria é uma formação, mas um 9º ou 12º NO não tem, nem de perto, a mesma exigência, os mesmos níveis de competências e conhecimentos que um 12º normal. Anda próximo do vigarice, certificam mas na realidade se fossem fazer um exame normal a quase totalidade dos formandos não seria aprovado. E é precisamente por o nº de professores envolvidos ser irrelevante que o programa NO faz parecer que o ratio alunos/professores tem aumentado quando na realidade tem diminuído.

  7. leopardo says:

    já você em termos matemáticos é uma autentica e legitima cavalgadura, daquelas de orelhas compridas, também conhecida por burro.

  8. leopardo says:

    à século XIX? Um duelo? Aceito, escolho as armas, estaladas a 30 passos.

Trackbacks

  1. […] O marialvismo, no entanto, não passa de um verniz que estala de modo evidente: quem se mostra tão servil diante do superior é, afinal, um fraco, tal como quem precisa de mentir para justificar o despedimento de milhares de professores. […]

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading