Os institutos politécnicos poderão passar a leccionar cursos profissionais

O ensino politécnico, em Portugal, é um subsistema do ensino superior. Nos últimos anos, o número de alunos tem diminuído, o que constitui um problema cujas causas não serão difíceis de adivinhar, num país em crise.

Graças, muito provavelmente, a jogos de bastidores, que devem ter incluído queixas pungentes, Nuno Crato propõe que os institutos politécnicos passem a leccionar os cursos profissionais do ensino secundário, como uma das formas para resolver problemas de financiamento desses mesmos institutos. Segundo o ministro, essas instituições seriam necessárias ao país, ao contrário, depreende-se, dos milhares de professores que ficaram sem emprego, graças às muitas medidas tomadas pelo agora cavaleiro-defensor dos politécnicos.

Com a mesma mistura de leviandade e de desonestidade, Nuno Crato diz que os politécnicos “têm professores, instalações e conhecimentos que muitas escolas secundárias não têm”. É claro que não sabemos em que se baseia para fazer tais afirmações, mas a verdade é que isso não faz parte das suas preocupações.

Esta medida não visa melhorar o ensino profissional, como é evidente. Para além de colocar professores do ensino superior a dar aulas ao secundário, tarefas que exigem habilitações e competências diferentes, Nuno Crato irá contribuir para aumentar ainda mais o desemprego entre os professores do ensino básico e secundário, gente, pelos vistos, sem conhecimentos.

O adjectivo “vergonhoso” para qualificar o consulado deste ministro já é eufemismo.

Comments

  1. maria celeste d'oliveira ramos says:

    Eu fui co-fundadora e peofessora de uma escola profissional e adorei – 1992-1995
    só fiz bons alunos orqie adirei os meninos dos 15-10 anos e arranjei emprego pra todos – alguns seguiram a universidade quando erceberam que saber era bom – mas fecharam a escola
    Um deles que já era trabalhador do IPAAR até conseguir fazer criar um lugar de técnico médio e foi cheve de divisão de arquelogia – outros seguiram a universidade – um deles é director do Parque Ecológico de Monsanto e outro que trabalhava na Câmara de Sintra (espero de o fogo de ontem não tenha sido devastador, ficou na CMS no servuço do despoero e criou trilhos de BTT – outro ainda, do algarve, a partir de casa e carrinha do pai, fez pequena e individual empresa de turismo e progrediu até ?? onde ?? não recordo – o que o aventar diz dos cursos profissionais de Crato assusta-me mas já estou longe do ansino para comentar – todos os cursos tinham as cadeiras técnicas fundamentais do curso básico

  2. maria celeste d'oliveira ramos says:

    em todos têm de ser doutores – há doutores a mais e emigram

  3. maria celeste d'oliveira ramos says:

    Há falta de empregados de balcão e quem conserte electrodomésticos e outras coisas e mecânicos de automóvel e não é preciso que sejam todos engenheiros – mãos na massa

  4. luis says:

    O problema não é o ensino profissional, o problema é o “serviçinho” que o (C)rato está a arranjar aos politécnicos. Eu não tenho nada contra os politécnicos, mas porquê esta mudança? O que a justifica? Não consigo perceber, a não ser arranjar “clientes” para os politécnicos. Isto vai levar a uma redução de docentes no ensino secundário e à redução da folha salarial que o MEC tem que pagar. Penso, que esse é o verdadeiro objectivo desta medida. O extermínio de professores prossegue.

  5. nightwishpt says:

    O problema é fazer tudo ao contrario com os professores e com os alunos, não prestigiando em nada o ensino profissional mas obrigando os alunos com dificuldades a permanecerem na sua classe social.

  6. João Noronha says:

    sou professor no ensino politécnico e não pedi para dar aulas em cursos profissionais
    não pedi, não estou partricularmente interessado e acho que não tenho nem formação nem paciência para isso. já me bastam os CETs, Licenciaturas e Mestrados.

  7. “Cavaleiro defensor dos politécnicos”???
    Com defensores assim quem necessita de detractores ??
    Se virem bem os comentários à notícia há quem diga que já não vai ingressar no ensino politécnico porque o estão a equiparar ao ensino secundário. Se os politécnicos já carregam um estigma pesado que tem feito afastar muitos candidatos, a irmos por aqui o melhor é retirar o estatuto de ensino superior. Enfim, uma vergonha que não trás benefícios para ninguém.

  8. MANUEL FRANCISCO says:

    Nuno Crato, guarda o seu lugar.. no enino superior
    sem mais palavras

  9. Os institutos politécnicos poderão passar a leccionar cursos profissionais – Aventar Os adrezco el compartir con todos nosotros toda esta practica información. Con estos granitos de arena hacemos màs grande la montaña Internet. Enhorabuena por esta web.

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  1. […] anterior teria uma solução muito simples: despedir professores. Estranhamente, Nuno Crato inventa uma solução absurda, baseada em argumentos absurdos, mantendo uma sobranceria marialva face a ensino não superior, […]

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