Hoje há mentiras novas sobre o ensino privado

Segundo o Paulo Guinote sai hoje, finalmente, o estudo da comissão de raposas que vai avaliar o custo das galinhas, antes de lhes ir ao pescoço, ou seja: uma comissão presidida por um ex-presidente Conselho Coordenador do Ensino Particular e  Cooperativo, que conta com o saber de Claudia Sarrico e, vai uma apostinha, com alguém que em breve ir parar às consultadorias do Grupo GPS.

Ao ler por estes dias um texto do director de um afamado colégio que se baralhava numas contas do tribunal das mesmas,  lembrei-me de lhe perguntar, a ele e a todos os vendedores de ensino, como raio conseguem ser tão baratos e porque não explicam. Quero eu dizer: se as carreiras docentes do privado e público são mais ou menos paralelas e esse é o principal custo do funcionamento de uma escola, onde é que está o segredo?

Professores com dezenas de anos de casa estarem a leccionar quase 30 horas por semana e a receberem como se apenas tivessem metade das horas lectivas, como me contam que sucede na cidade de Coimbra, claro que não tem nada que ver com o assunto.

Comments

  1. maria celeste d'oliveira ramos says:

    Tenho ouvido estas notícias mas claro que nem sei interpretar por não estar dentro dos dramas escolares-mcor

  2. Para breve está a descoberta de uma aplicação para telemóvel que substitui o professor. boa semana

  3. luis says:

    Esse grupo GPS é famoso pela precariedade que promove. Todos sabemos qual o objectivo destes “estudos” encomendados. Estes cabrões querem destruir a escola pública. A sua táctica é a desinformação, confusão e provavelmente irão fazê-lo o mais rápido que conseguirem. Unamo-nos na defesa da escola pública, lutemos pelo Princípio VII da Declaração Universal dos Direitos da Criança – Direito à educação gratuita e ao lazer infantil.

  4. Eu sou pelo cheque-ensino, é uma medida que promove a liberdade e segundo tenho lido nos países em que foi adoptado a população está contente com a liberdade de escolha.
    Claro que para a escola pública a concorrência não agrada, muitos prefeririam a situação de monopólio público existente, com receio de que a liberdade de escolha dos pais os obrigue a esforçarem-se mais. Por vezes pode ser até o instintivo receio da mudança.
    Há várias razões que podem fazer com que com a mesma carreira no caso particular o custo fique mais barato:
    – Desde logo porque não me parece que numa escola privada existam tantos casos de horários zero ou subaproveitamento de professores como existem na escola pública. Por exemplo, duvido muito numa escola privada coloquem um professor horas a fio na biblioteca, pagando-lhe como se estivesse a dar aulas, – – Creio também que a estrutura de gestão de todo o sistema de escolas públicas é bem mais pesado e dispendioso que o típico de uma escola privada; infelizmente Portugal tem o hábito de criar estruturas burocráticas excessivamente pesadas.
    – embora a carreira possa ser parecida, julgo que, em média, a antiguidade dos professores das escolas públicas será maior. Porque normalmente os professores preferem lecionar numa escola pública, pela maior segurança que sentem, por outros direitos como a ADSE. Julgo que teriam também a possibilidade de se reformarem mais cedo, mas não tenho a certeza sobre isto.
    – A taxa de absentismo poderá ser menor na escola privada. Os funcionários públicos quando estão de baixa recebem praticamente a totalidade do salário, enquanto um trabalhador do setor privado recebe apenas uma % que varia com o tempo de baixa. Não tenho dados estatísticos sobre isto, apenas o conhecimento de 2 casos de baixas fraudulentas que ocorrem há já vários anos, de 2 professoras do ensino público. 2 casos não significam nada em termos estatísticos.

    Depois há o velho ditado da sabedoria popular “o olhar do dono engorda o cavalo”. Ora numa escola privada o olhar do dono está presente, enquanto numa escola pública o “dono” está algures em parte incerta.
    De qualquer forma com o cheque-ensino as famílias não são obrigadas a irem para uma escola privada ou pública, escolhem aquela que lhes parecer melhor. E viva a liberdade, também essa, a dos pais escolherem a escola dos seus filhos sem serem penalizados por isso.

    • luis says:

      Para quem tem tantas dúvidas, tão poucas certezas e zero de estatísticas, tem uma opinião muito forte. Mas, lá está, isto da liberdade, todos têm direito. Por isso, aconselhava-o a pesquisar melhor sobre o assunto. E reflicta se se deve optar pelo cheque-ensino, ou devemos exigir uma escola pública de qualidade para todos, onde, independentemente da escola o ensino será de qualidade. E não me diga que não é possível!

    • Zé dos bonés says:

      Para quem não tem certeza de nada, fala demais.

    • miríade says:

      fala e fala bem. tudo o que disse é verdade. parabéns xyz!

  5. Ó leopardo xyz, vamos a isso, do cheque ensino e da “liberdade de escolha”. Mas respeitemos o princípio da igualdade.
    Assim cada aluno será matriculado num sistema informático universal, colocando as suas preferências de escola, seja pública seja de bufarinheiros. Havendo mais procura numa escola que oferta, serão obviamente sorteados.
    E depois conversamos sobre a bondade da ensino privado, a engorda do cavalo, etc. etc., neste exercício urbano, já que o número de cidades onde é possível testá-lo se conta pelos dedos (porque será?).

  6. Sim, havendo mais procura que oferta numa escola os alunos devem ser sorteados, embora possam existir alguns condicionantes nesse sorteio, algumas opções preferenciais, como, por exemplo, a proximidade à escola. Mas neste sistema mais flexível a tendência será para com o passar do tempo as escolas com mais procura oferecerem mais lugares, aumentarem de tamanho.
    Embora em grande número de cidades e vilas o sistema não vá permitir que existam 2 escolas, o que provavelmente fará que permaneça apenas aquela que já existir, devido à crescente concentração da população nas grandes cidades este sistema seria válido para a grande maioria das crianças e adolescentes.
    Os aglomerados populacionais aonde a duplicação de escolas não resultar em nenhuma vantagem podem ser acautelados na lei. De qualquer forma o sistema de cheque-ensino já está implementado em vários países e também nesses países esse problema terá existido e deve ter sido resolvido de alguma forma. A Suécia e a Nova Zelândia também têm povoações pequenas. É estudar e adaptar para Portugal.

    • LOL. Nem uma escola privada, excepto algumas que verdadeiramente justificam contratos de associao, iria aceitar tal coisa. Nem muitas pblicas. L se ia o ranking…

      No dia 20 de Novembro de 2012 13:55, Aventar

  7. Algumas não aceitariam, outras sim. Isso seria com delas. mas pelo que li, já há uns anos, no margensdeerro, noutros países tem sido assim, a escola para poder aceitar o cheque-ensino não pode rejeitar um aluno devido às suas notas.
    Mas o melhor ranking das privadas pode ter a ver também com outras coisas, desde logo com a escolha de professores. Atualmente os professores entram no ensino simplesmente contando a média do curso/estágio. Ora com as universidades privadas a competirem para colocar os seus alunos isto tem levado a que em muitas exista uma inflação da nota final de curso e esta nota não é um bom indicador da qualidade do futuro professor. Uma escola pública está constrangida a escolher o professor apenas e só pela sua nota, numa escola privada quem contrata sabe bem que muitas vezes um professor com uma nota final de 12 é mais competente que um que tenha uma nota final de 16 doutra universidade. Mas introduzir a liberdade de contratação numa escola pública, com a cultura de nepotismo e cunha que existe em Portugal, não me parece recomendável.
    Para isso já há muito se fala em implementar um exame final para o acesso à carreira docente, que atenuaria estas diferenças de exigência entre diferentes universidades. Mas tem faltado coragem politica para isso.
    Ora a qualidade do professor faz muita diferença para a qualidade do ensino.
    O sistema, tal como está, permite que uma escola privada contrate melhores professores que uma escola pública, apesar de terem piores notas finais de curso.

    xyz

    • António Fernando Nabais says:

      O xyz corresponde ao tipo de pessoas que alguns de nós, no Aventar, gostaríamos de ajudar a perceber algo mais sobre Educação, porque parte de ideias feitas e de desconhecimento do terreno. Digo-o, sem ponta de ironia, embora não cesse de me espantar com a facilidade com que as pessoas exprimem opiniões sobre assuntos que não dominam.
      Os lugares que as privadas ocupam no ranking são, antes de tudo, consequência do estatuto socioeconómico/sociocultural dos alunos, o que não belisca a qualidade ou a falta de qualidade dos professores. Posso dizer-lhe, por experiência própria, que já tive, várias vezes, turmas do mesmo nível, nos mesmos anos, e com resultados diferentes. Se o professor era o mesmo, onde estaria a diferença?
      Não contesto que se possa ser melhor professor com uma média inferior. Gostaria que me explicasse, no entanto, de que modo é que uma escola privada pode ter a certeza de que está a contratar um bom profissional, independentemente da nota de curso?
      Julga que não existe nepotismo e cunha no ensino privado? Garanto-lhe que, mais uma vez, está mal informado.
      Finalmente, há um muro de silêncio à volta da exploração que os professores sofrem no privado.
      Finalmente, o xyz é mais um caso de deslumbramento: tudo se reduz à concorrência e a outros tiques da vida empresarial. Uma escola, seja ela qual for, tal como um hospital ou um tribunal, não pode funcionar mal, pura e simplesmente. O actual Ministério da Educação está, apenas, interessado em desorçamentar, através do despedimento e da concessão de dinheiros do Estado a privados. O país anda muito distraído e as crianças é que serão prejudicadas.

      • António Fernando Nabais says:

        Dois finalmentes é finalmentes a mais.

      • luis says:

        Para terem noção das cunhas no privado, “consta.-se” que há uma instituição privada para os lados do Minho, que é uma cooperativa onde se pode “comprar” postos de trabalho. Agora venham falar da ética, integridade profissional e valores dos professores do ensino privado. (obviamente não quero generalizar)

        • Eu não tenho nada contra o cooperativismo muito pelo contrário, que infelizmente desapareceu da nossa economia, mas pode acabar assim.

          • luis says:

            O grande problema é que hoje em dia é o salve-se quem poder na Educação e depois dá nisto. Eu também nada tenho contra o cooperativismo, pelo contrário.

          • luis says:

            *puder

  8. No final do 1º ano um amigo meu mudou do meu curso, numa universidade publica, para uma universidade privada. No meu curso tirou, no final do 1º ano, uma média de 10,5. No seu novo curso, certo que era doutro ramo, tirou no final do 1º ano uma média de 16.
    Falando dizia-me ele que a exigência de um e de outro eram completamente diferentes.
    Casos destes são aos milhares.
    Como pode pois saber o diretor de uma escola o que significa uma nota de uma determinada universidade? Não me parece difícil. De qualquer forma se fizer más escolhas os alunos irão preferir outra escola.
    Claro que há cunhas no privado, mas como quem está no privado pode falir, fechar, kaput, e quem está no público pode fazer o que quiser que nunca irá fechar se existisse a mesma liberdade de contratar no público que existe no privado seria um desastre total, os partidos tomariam de assalto as escolas, como já tomam de assalto coletividades desportivas e outras instituições e quem não tivesse cunha estaria completamente fora do sistema de ensino.

    xyz

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