Passos Coelho está no olho de um furação de miséria, convulsão social engolida em seco, custosa transformação paradigmática da economia portuguesa, colocando lá, onde antes estava a dívida para cobrir dívida, mais exportações num esforço titânico e brutal pelo equilíbrio do Estado. Suceda ou não suceda Passos nesse saneamento das Contas Públicas, conforme tenho repetido, o Regime caducou inexoravelmente. Corrompeu-se. Acabou. Os partidos estão de um lado. Os demais portugueses do outro. No meio, o vazio. No meio, o resvalar para a não-representação. Se tudo isto fosse apenas uma questão de política e de Governo, com os cofres repletos, teríamos força para mudar de imediato uma coisa e outra. Jamais tombaríamos na esparrela de conceder o voto à dissimulação e à autodestruição que nos faz morrer para salvar a face do País no contexto internacional.
Acontece que todos os rostos do Regime assumem um último e derradeiro esforço pela salvação através dos jogos de sombras, da retórica leonina sob pactos tácitos alargados em voz de rato. A violência do fisco e dos cortes, justamente denunciada pelo resto do espectro partidário, não tem como contraponto qualquer iniciativa dos partidos da denúncia e do protesto no sentido de beliscar finalmente as realidades arcaicas que norteiam o enorme negócio da partidocracia, listas do grande beija-mão para a deputação e para o resto.
Depusesse a rua este Governo, conforme clama o patético Soares, mediante uma permanência egípcia das turbas tugas numa praça qualquer de Lisboa, e ficaria em causa não apenas o nosso simulacro de democracia formalística, arremedo donde se arredou o cidadão extra-partidos, mas sobretudo a própria base de sustentação dos Partidos eles-mesmos: PS, PCP-PEV, BE, PSD, CDS-PP, todos!, seriam tão apeados e atirados com a água suja do Regime quanto este Governo que faz o trabalho a dias sujo da Crise, executado tudo o que lhe dita o exterior, avançando e recuando como pau-mandado de Alemães e Franceses, executando o que nenhum outro partido ousaria fazer alguma vez, mesmo com uma pistola apontada à cabeça para ser Poder. Sem economia não há democracia. Sem cargueiros não há estiva. Sem passageiros não há transportes. Com um Governo Capataz obediente à Alemanha, sob cujas directrizes mesmo a França já dança e faz coro, não temos como inventar um novo orgulhosamente sós feito de rupturas-Otelo, cubanizações-Soares, esquerdalhando, isto é, reciclando o Regime mediante o expelir expedito de investidores, capitais, confiança, tudo o que nos tem faltado desde há quinze anos, mas em muito pior. A nossa dependência de manietados é total.
Eu que demonizei concentradamente alguém de quem nunca mais falarei vejo que toda a gente demoniza Passos. Mas o nosso problema trancende-os.
Não interessa. Se o Regime caducou, o que lhe falta então para desmoronar ou implodir definitivamente?! Pouco. A situação de impasse-recuo da base tributária portuguesa atira o País para um labirinto sem qualquer saída: Gaspar e Passos festejaram precipitadamente as novas condições que passam a contemplar a Grécia, que lhe aliviam o torniquete dos juros e do tempo, e que supostamente seriam extensíveis aos outros países sob assistência. Afinal, não são. As vantagens concedidas à Grécia são as vantagens exclusivamente atribuídas a esse País. O estigma grego, esse é que não poderá alastrar aos Países cumpridores e obedientes, como o nosso, alegam as potências do Norte.
Nem no Inferno!
Capatazes obedecem. Feitores obedientes recebem louros elogiosos das potências a Norte. Os submissos não serão incomodados. Só os seus povos! O par hermafrodita Passos-Gaspar recuou rapidamente da pretensão homologante à Grécia, e agora, com aquela face onde brilha um sorriso do tipo «Já tinha dito isto. Não disse nada daquilo», já não flana a bandeira branca pelas mesmas condições da Grécia.
Perguntemo-nos o que nos resta. O que haverá para Portugal fora da subserviência aos alemães? Qual a margem para inventar uma voz portuguesa que em vez de sussurrar prudentemente o que quer, do que necessita, afirme veementemente qualquer coisa de legítimo para si, na Zona Euro? O Eurogrupo, aliás Eurobabel, centro de comando da Crise em crise, caminha às cegas, egoísmo por egoísmo, eleitorado por eleitorado, salve-se quem puder no grande balde de equívocos europeu. Não está a valer a pena a lealdade portuguesa, uma lealdade que capitula, quando afinal somos nós que, se não emigramos e não desertamos, sucumbimos.
Portanto, salva o teu coiro, tuga! Não há sinais de que o Regime dos Soares, dos Cavacos, dos grandes e secretos chupistas do Regime, desmorone controladamente, primeiro com a queda do Governo algures nos próximos meses, a bem ou a mal; depois com um Governo indigitado por Mário Soares e o grupo dos 70 [LOL], caso não avancemos para novas eleições; depois, com a atroz ingovernabilidade, em caso de eleições; depois, com o recrudescer dos mercados e do seu cerco de juros, estrangulando-nos novamente pelos ratings de lixo para baixo; depois, com a óbvia inviabilidade e greciaficação do Estado Português; depois, com a desacreditação, desarticulação, impugnação dessa nulidade curricular que preside à República, que é aquele como poderia ser outro qualquer; depois, com a humildade de se avançar para a eleição do cidadão livre e sem partido como representante dos demais portugueses no Novo Parlamento; depois, com um plebiscito ao modelo de Regime que nos naufragou e submergiu na humilhação vergonhosa em que estamos; depois, num assomo de orgulho, réstia de amor e brio nacionais, com a escolha de um homem humilde, de mãos limpas, como chefe de Estado.
Em suma, paciente leitor, como queres que Portugal desmorone, para além das fomes e das dores com que cada qual, no seu segredo, já desfalece? Na balbúrdia cacofónica das bazófias de Esquerda sem eleitorado? Com referendos claros, massivamente concorridos, a fim de clarificar a forma e os limites de actuação dos partidos, da representação parlamentar, a forma do Regime? Há dogmas quanto ao Regime ideal, no meio desta falência moral deplorável, ou poderemos finalmente mudar em paz?! Por que nos condenamos a ser e ter menos que dinamarqueses?! Por que nos resignamos a ser menores em comparação com holandeses?!
esquizofrenia
(esquizo- + grego phrên, -enós, diafragma, coração + -ia)
s. f.
[Medicina] Doença mental complexa, caracterizada, por exemplo, pela incoerência mental, personalidade dissociada e ruptura de contacto com o mundo exterior.
In Priberam
Espero que a “Bem da Nação” não me apaguem o comentário porque melhor que este não encontraria.
Na balbúrdia cacofónica da bazófia anti esquerda do seu post, a solução Palavroso é simples:
Restaure-se a monarquia, mesmo sem eleitorado, mas com referendos claros massivamente concorridos, e ficamos como os holandeses ou dinamarqueses.
O que me provoca um enorme …
http://youtu.be/dlR0_Z_NbEQ
Se tu podes classificar Mário Soares por pateta decerto não te importarás que te chame de imbecil.
Ora chama lá.
Se me chamar de imbecil, posso chamar-lhe de pernil?
Eu concordo com muito do que fala. A crítica é apenas em relação a Mário Soares, que graças a ele impediu Portugal de se tornar num satélite comunista. No tempo dele houve austeridade mas também foram palpáveis os resultados, e agora?…
Em suma, a direita subserviente aos ditames estrangeiros ou o CAOS! LOL Triste fado a que nos quer condenar. Mas olhe que nós portugueses somos melhores que isso. Somos e sabemos ser. É só concederem-nos um segundo para retomar-mos o fôlego, por entre este chorrilho de mentiras e desenganos que muitos vão lançando para instigar o medo e haverá solução. Não tenho dúvidas que haverá. Espere para ver que ainda é capaz de se surpreender…
Excelente, Joaquim! É a merda de políticos que temos.Corruptos e incompetentes que não servem o país mas que se servem dele.
Essa coisa da merda é muito generalista.
Calhando, com as modernices do costume, votaste nos mais merdosos de sempre.
Genuflecte e reza 2 Avé Marias e 3 Pais Nossos. na melhor das hipóteses ainda ficas no limbo, maria!
maria, como estamos no natal, embora o Natal seja sempre que um homem e uma mulher quiser, e como te quero ajudar, aqui vai um partido de novo tipo.
Só para ti e para o Joaquim, que eu não sei quem é , mas é do fundo do coração.
Para algo mais conservador…..
Com ligeiras semelhanças com o CDS, mas mais British…
É outra hipótese para REALISMO e RESPONSABILIDADE..
ehhhehhh…..
“o Regime caducou inexoravelmente. Corrompeu-se. Acabou. Os partidos estão de um lado. Os demais portugueses do outro. No meio, o vazio. No meio, o resvalar para a não-representação…”
, escreves tu, a negrito.
ehhheheheh…..também és dos que dizem que o mundo vai acabar a 21 de Dezembro?? LOL…. Por outro lado, lembrei-me da tus de estares no Centro, pois que no meio é um descanso.
Donde, de um lado os partidos, de outro os demais portugueses. Tu ficas ao Centro!
ehhhhehhhh….
Fez-me lembrar outra anedota. A do “É o Fim, é o Fim!!”, diz o oficial no bote salva vidas no meio de um naufrágio.
“Eis que o ceguinho, contente, apeou-se….”
Olha, pá, li só até ao LER MAIS….acho que não vale a pena continuar.
Abraço e continua a insistir.
E ainda, esta de se estar no Centro não é lá muito confortável, a não ser que se trate de um paciente que batia palmas sempre que o médico de família lhe receitava supositórios:
” Ai, o senhor doutor estraga-me com mimos!!”
Estou-me nas tintas para a vergonha no contexto internacional – esse putedo que não se soube ver como era a ponto de salvar os porrugueses da ilusão de poder gastar como se gastava sem cuidado – e não era apenas iliteracia colectica – era sim filha-de-putice governamental – os governantes não prestavem e estão agora com a verdadeira face – mas os porrugueses são os mais inteligentes do mundo masmo com tantas PUTAS – mas o país é velho e sábio e não morre – é peciso sim uma postura mais vertical contra a puta da UE e não há gente que o faça pois que vão para o Parlamento – mas um dia a música deixa de tocar e os portugueses não desistem de viver
(não incluo nos portugueses governantes, parlamentares e autarcas – isso é lixo)