FMI e os despedimentos na Educação

De acordo com o Jornal de Negócios o FMI elaborou um estudo onde aponta caminhos:digitalizar0001

São vários os caminhos para a reforma do Estado. Todos são dolorosos e uns são mesmo classificados como radicais. O FMI diz que chegou a hora de fazer mudanças “inteligentes” para cortar na despesa.

Uma leitura rápida do que foi publicado permite, por um lado, perceber que se trata do mesmo – o FMI não sabe outro caminho e sugere corte atrás de corte quando todos já perceberam que não é por aí.

No entanto, o detalhe de algumas medidas, no que diz respeito à Educação, mostram que há algum caminho feito na reflexão de carácter técnico, ou seja, parece que já meteram a mão na massa:

– “colocar 30 a 50 mil funcionários da educação na mobilidade especial permitira poupar entre 430 e 710 milhões;”

digitalizar0002– ” a mobilidade especial permitiria (…) reduzir custos e recolocar professores (…) incentivo de desempenho aos que querem ficar de fora das listas de mobilidade”;

– ” o FMI propõe o aumento do horário de trabalho para as 40 horas (…) permitiria poupar 150 milhões”;

– ” Somando a esta alteração o aumento da carga lectiva dos docentes, com o respectivo alargamento das aulas de 45 para 60 minutos (…) poupanças de 300 milhões”;

Ora, qualquer destas medidas tem um objectivo apenas – poupar dinheiro, algo que também seria conseguido com o encerramento puro e simples das escolas ou com o envio de alguns milhares de docentes para um campo de concentração.

Aumentar o horário de trabalho, em relação ao que existe hoje, só é possível, destruindo a Escola – ninguém aguenta mais aulas e mais alunos sem que isso traga um prejuízo real para os alunos, mas com esses parece que ninguém está muito preocupado.

No estado em que as coisas estão, o pessoal está por tudo, mas os alunos não! E não podemos ficar em silêncio perante estas propostas sem qualquer tipo de sentido!

Por outro lado e num outro texto, a receita é entregar aos Privados a Escola Pública – quanto a esta questão, a reportagem da TVI de há uns tempos dá uma excelente resposta.

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Mas, deixo as palavras para quem sabe:

Comments

  1. A língua portuguesa está a clarear-se aos ouvidos dos seus parlantes, e tem uma certa ironia ser um nosso irmão etíope a fazê-lo, não é preciso acordo ou desacordo para se perceber que: “reformas estruturais” significa cortes nas pensões e salários (do Estado) e que “despedir funcionários públicos” significa despedir professores.

  2. O total de despesa fixado no OE2013 em todos os ministérios para a rubrica juros é praticamente igual ao valor com despesas com o pessoal. A diferença é sensivelmente igual a um BANIF!
    Mas não é à toa que apenas se pretende cortar nas pessoas… Perdão! Enganei-me, nos ESCRAVOS…
    Afinal é para isso que eles existem… Os juros à Banca Privada devem ser pagos sem faltas, nem atrasos…

    De resto apenas mudaram as ferramentas para obrigar os escravos a produzir mais! Antigamente utilizavam a chibata/chicote como forma de incentivar os que ainda não tinham apanhado, para trabalharem mais e melhor… Hoje em dia utilizam a mobilidade especial, e outras igualmente divertidas!

    O curioso é que nada se passa…

  3. É uma vergonha. É lamentável…
    Que triste é sempre ter tido por vocação o “ser professor”, independentemente do quê ou de que ciclo.

  4. Curiosamente, as reformas que são necessárias efectuar, não se efectuam (como convém às Famílias que mandam em Portugal). Aliás NEM SE FALAM NELAS…
    Refiro como é lógico às REFORMAS DO SISTEMA BANCÁRIO E DOS MERCADOS FINANCEIROS… Pior é que andam por aí uns “técnicos” a emitir a propaganda que é preciso urgentemente unificar o SISTEMA BANCÁRIO EUROPEU, como será em breve um facto, então é que podem esperar por coisas BELAS!…
    Já sei… Já sei… Não somos SOBERANOS… Agradeçam ao Mário e aos Amigos que lhe seguiram na passarela!
    Assim sendo, como não somos SOBERANOS, resta-nos efectivamente CORTAR NAS GORDURAS DO ESTADO, que são, obviamente os ESCRAVOS que trabalham/trabalharam para o estado…

  5. Sarisa says:

    Tendo em conta o estado em que querem deixar este país, destruir o sistema educativo até vem mesmo a calhar. É no fundo uma questão de juntar o útil ao agradável!

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