Globalização da tortura

54 países colaboraram com a CIA num programa de repressão musculada accionado após o 11 de Setembro. Alemanha, Bélgica, Irlanda, Espanha, Itália, Dinamarca, Áustria e Finlândia contam-se entre os países que secretamente participaram numa acção que a Open Society Justice vem agora denunciar num relatório. Abertura do espaço aéreo a voos secretos, detenções e tortura questionam a legalidade dos métodos e a moralidade dos Estados. Apenas o Canadá apresentou desculpas a uma vítima apanhada na loucura persecutória, indemnizando-a, à semelhança do que aconteceu também na Austrália e no Reino Unido, onde tribunais condenaram os excessos contra cidadãos inocentes. Quanto aos EUA, a administração de Obama parece empenhada em prosseguir os seus programas de detenções secretas, usando métodos inaceitáveis à luz dos direitos humanos, e recusando-se a publicar o documentos relativos a esse programa da CIA. Mais informação aqui. Fonte: AFP, via Libération

Comments

  1. Nada que me espante! Tal como comentei no post do Jorge “Porque são as grandes nações grandes”, os EUA são sempre (quase sempre) o exemplo do que não se deve ser e não se deve fazer!

  2. Triste é que o resto do mundo não abra os olhos e continue a imitá-los!

  3. “Repressão musculada de terroristas” – So what?!

    • Sarah Adamopoulos says:

      Não escrevi isso, mas está bem, cada um lê o que lhe apetece.

  4. nightwishpt says:

    ‘“Repressão musculada de terroristas” – So what?!’

    É mais: repressão musculada, anónima e sem controlo a qualquer pessoa que tenha qualquer tipo de ligação num número elevado de graus com alguém que tenha qualquer atitude passível de ser confundida com algo que um terrorista faça.

  5. Sarah Adamopoulos says:

    É isso mesmo nightwishpt. Anónima, sem controlo, inimputável, perigosa.

  6. Desculpem lá, mas a vossa ingenuidade até mete dó! Preferem bombas em Madrid? Londres? Na Estação do Oriente? No colégio dos vossos filhos!
    Reparem que até a tradicional “piedade”, “compaixão”(e complacência) da esquerda ocidental já se fartou dos islamistas radicais. Deixem lá o “ódiozinho” de estimação ao Tio Sam em paz por momentos, enquanto o único presidente inteligente que já conheci vai tratando de resolver o assunto sem grandes alaridos, como o não soube fazer o “colega” antecessor… Entretanto, recomendo um belo chá na companhia da “Obsessão antiamericana”, do Jean François Revel. 🙂

    • Maquiavel says:

      Desculpe lá, mas a sua ingenuidade até mete dó!
      As bombas rebentaram em Madrid porque os espanhóis foram matar para o Iraque, rebentaram em Londres porque os britânicos foram matar para o Iraque, e ainda näo rebentaram em Lisboa porque… até você já percebeu que foi porque os portugueses näo foram matar para o Iraque!
      O presidente dos EUA é inteligente porque consegue convencer pacóvios de que é muito bonzinho, enquanto manda espiar cidadäos americanos (OWS e näo só), mata sem julgamentos com os drones, e dá dinheiro aos banqueiros vigarista.

      • 200% de acordo! 🙂

        Imperdoável o meu esquecimento dessas armas letais: os drones!

        Vejam lá isto, e atentem bem em como se constrói o ódio e a vingança:

        • Pedro Marques says:

          Aqui não está a dar.

          • Lamento, Pedro! Ainda há bem pouco tempo o vídeo podia ser visto sem qualquer problema. Agora realmente aparece sempre esta mensagem:

            “Rude Awake…” A conta do YouTube associada a este vídeo foi encerrada devido a várias notificações de terceiros por violação de propriedade intelectual.

            Sinceramente, não me admira nada que o tivessem retirado: era um vídeo demasiado bom, demasiado inteligente e demasiado racional, mas era… antiamericano!!!

        • Pedro Marques says:

          Alguém abriu novo vídeo?

      • Ainda bem que temos opiniões diferentes e as podemos exprimir. Nos países “inocentes” onde o “bandido” ocidental foi partir a louça, mudar de credo ou praticar o adultério são razão para uma corda à volta do pescoço…

        • Ó Luís, já alguma vez viu documentários sobre rituais de tribos “primitivas”? São rituais extremamente violentos. Infligem dor física das mais variadas e atrozes maneiras para provar que são guerreiros. Isto, para a nossa cultura, é simplesmente bárbaro, não é?

          No entanto, nunca ouvi ninguém chamar a essas tribos fundamentalistas ou obscurantistas!!!

          Não creio, pois, que se devam julgar questões de cultura. Já as maquinações, os ludíbrios, as mentiras e as deamagogias deveriam ser julgadas com dureza, não acha?

          Se facilitarmos muito, daqui a nada estão os EUA a dizer que um naco de boroa e um copo de vinho tinto é comida de selvagens e que ao comê-la e bebê-lo estamos a infringir os direitos do Homem! Enfim, haja paciência!

      • Sarah Adamopoulos says:

        Maquiavel, Portugal pode não ter ido para o Iraque matar mas a guerra foi anunciada em território português, ah pois é. Ora relembre aqui: http://www.publico.pt/mundo/noticia/inicio-da-guerra-no-iraque-foi-ditado-ha-cinco-anos-na-cimeira-das-lajes-1322785

        Quanto ao tema do meu post, não esqueço o espaço aéreo que Portugal abre ao voos secretos dos norte-americanos. A deputada Ana Gomes não largou ainda esse dossier: http://www.tvi24.iol.pt/503/politica/ana-gomes-cia-voos-eurodeputada/1417144-4072.html
        apesar de a PGR ter arquivado a investigação.

    • Pedro Marques says:

      Você anda muito a cavalo.

    • Sarah Adamopoulos says:

      Não é ingenuidade, é um entendimento do Mundo, uma ‘questão ideológica’ se quiser, convicção de quem respeita as diferenças entre as culturas, e não aceita a banalização das ingerências (feitas em nome da democracia!) em países cujos povos são vítimas da globalização não só dos métodos como estes de que falamos, como também, e sobretudo, das razias militares que destroem esses países (sempre em nome da democracia!) para que interesses estrangeiros possam lá vingar

      • “…convicção de quem respeita as diferenças entre as culturas…”

        Excelente frase, Sarah, e extremamente pertinente! Aqui o nosso amigo Luís deveria debruçar-se mais sobre esse aspecto tão nuclear!

      • Você consegue “respeitar a cultura” do sujeito que, motivado por motivos culturais e sem outra razão objectiva, se prepara para degolar o seu filho? (extremei a situação de propósito, perdoe-me, mas a realidade não anda longe…).
        A “confusão” do pensamento idealista, “puro” (e ingénuo) de um “certo” ocidente – o tal que se deixou desactualizar – é manter o “respeito pelas diferenças culturais”, como se toda a expressão humana fosse “cultura”. Nessa óptica até a mais cruel barbárie é também “cultura”…
        Não devemos ser radicais em nome da nossa “pureza límpida” e “nobreza de sentimentos”, quando o mundo real é sangue, suor, lágrimas, fome, e onde a linha que separa o “bem” e o “mal” é ténue, ou nem sequer existe…

        • Está tão enganado, Luís! O que é que nos outorga o direito, a si ou a qualquer um de nós, de entrar (ou não) num país que não é o nosso e questionar a sociedade, a cultura, a religião e a política desse país?

          Temos que respeitar se queremos que nos respeitem. Mas o respeito não vem de quem, com o rei na barriga, se acha no direito de impor, globalmente, as suas ideias e padrões de comportamento. Se o mundo real é sangue, suor e lágrimas, é a nações como os EUA que o devemos.

          No dia em que eles começarem a respeitar, todos e cada um dos povos do mundo, sem tentar impôr-lhes a sua cultura (que, infelizmente, até hoje, tem demonstrado ser uma gigantesca megalomania), nesse mesmo dia começarei a respeitá-los!

          • Pois é, pois é, os EUA é que são os “maus”… Grandes bandidos!
            Se não fossem eles, hoje estaríamos vivendo em paz e tranquilos: a Europa central governada pelo sucessor Nacional Socialista do Adolfo (aqui existem algum motivos para perplexidade… 😉 ), Portugal, Espanha e parte da França a caminho de ser um califado!!…

          • Detesto repetir-me mas, desta vez, tem de ser:

            Relembro o massacre, ou melhor o genocídio dos indíos americanos, que não impediu os seus executores de se apropriarem ilegitimamente das terras e de construír, sem qualquer rebate de consciência, um império megalómano, sob milhões de cadáveres!

          • Portanto, assim de repente, não estou a ver grande diferença entre o nacional socialismo e o imperialismo americano!

        • Sarah Adamopoulos says:

          Sem olhar ao exemplo extremo que deu:
          – Uma razão cultural é uma razão objectiva. Cultura é identidade. Sim, respeito culturas muito diferentes da minha. Aceito que tenham práticas que no meu país seriam condenáveis. Aceito que acreditem no que não acredito. Aceito que sejam totalmente outros, e na aceitação dessa ‘outridão’ não me sinto minimamente desactualizada, como diz – esse conceito é aliás absurdo para mim neste âmbito dos valores, e revela a fraca qualidade dos seus argumentos (filosoficamente falando, se quiser)

          • Totalmente de acordo consigo!

          • Ao esquivar-se ao “exemplo” dá-me a resposta que eu previa… É muito bom filosofar, é bem pior agir quando a ameaça está na nossa frente em forma de lâmina… Nesse ponto, lá se vai a filosofia toda e com ela as boas intenções.
            Apesar de ter sido agradável confrontar ideias, esgrimindo argumentos e não insultos (como muita gente faz…), chegámos ao ponto em que, nem me convencem, nem consigo convencer. Boas tardes e espero que não tenha de se confrontar com um qualquer bárbaro troglodita nos próximos tempos…

    • nightwishpt says:

      Ninguém defende os terroristas. Ponto final.
      Só alguns defendem, percebendo ou não, que para evitar eventos maus realizados por estes temos que aceitar viver em civilizações kafkanianas e que podem elas causas os mesmos eventos maus nos seus cidadãos, bem como de inocentes em países terceiros.

  7. Caro Luís, com todo o respeito, apenas uma sugestão: em vez de ler livritos de progaganda pró-americana, talvez devesse informar-se sobre uns certos e determinados “inside jobs” dos seus heróis americanos…

    • Isabel, se acha o Revel um autor de “livritos” então nem temos assunto, e será um desperdício de tempo mútuo qualquer argumentação… :_ – Por outro lado, no tema em questão aquilo que verdadeiramente me “chateia” é os EUA terem sempre uma clientela detractora “pronta” na culpabilização, quando essa mesma plateia é cega, surda e muda em relação ao que se passa do outro lado da linha da frente, onde grassa a selvajaria mais hedionda (com particular ênfase no sofrimento e humilhações infligidos às mulheres…). Por fim, convém não esqueçer que a ameaça terrorista e o obscurantismo ortodoxo duma religião que actualmente se exprime com violência e totalitarismo são “desafios” reais para o ocidente…

    • Isabel, uma nota final que estou de saída: se não distingue o “imperialismo americano” do nazismo hitleriano então a sua escala de valores, capacidade de análise, e ponderação, deixam-me sem palavras… Tem mesmo a certeza do que disse??

      • Sarah Adamopoulos says:

        Não me esquivei ao exemplo, como desonestamente escreveu. Não foi você que escreveu que tinha “extremado a situação de propósito para falar de realidades que não andariam longe?
        Se abandona o debate, tudo bem, ninguém o obriga a nada, mas não me acuse do que não fiz se faz favor. Seja como for, reitero que aceito os costumes e culturas muito diferentes dos meus. Note que até aceito coisas que hoje em dia são politicamente incorrectas. Aceito porque aceito a diferença, e também porque sei que as civilizações não são todas iguais, ao contrário do que quer fazer crer o processo de uniformização que é o da globalização – construído para fazer de todos os seres humanos uma única coisa: consumidores. Quanto aos bárbaros trogloditas que referiu, confronto-me com eles todos os dias, pois a vida também aqui é violência, e neste momento não é pouca Violência sobre o povo português na sequência de várias ingerências, justamente.

      • Tenho, Luís, tenho mesmo a certeza do que disse!

        Apesar de todas as nossas aparentes diferenças, foi um verdadeiro prazer discutir, no bom sentido, consigo. Há muito tempo que não tinha uma discussão séria tão agradável e educada cá por estas bandas. Obrigada! 🙂

  8. Provavelmente não concordamos, caro Luís, precisamente porque os seus “desafios reais” são para mim “realidades” manipuladas.

    As diferenças culturais e religiosas são astuciosamente usadas e tergiversadas para que pareçam, aos olhos dos incautos, “ameaças” e “desafios”. No entanto, esse obscurantismo de que fala, e o fundamentalismo de que acusam determinadas nações, estão bem patentes nos seus “gloriosas” EUA.

    Quanto a Revel, é uma questão de opinião. Li algumas resenhas desse livrito e as conclusões que tiro é que só diz disparates e devem-lhe ter pago muito bem para os escrever.

  9. sustentabilidade says:

    Não é repressão musculada. É TORTURA mesmo!

    E quanto aos islamitas radicais: os EUA, a França, o Reino Unido e seus aliados da NATO são e continuam a ser os criadores, financiadores e formadores destes grupos que são autênticas marionetas do imperialismo da NATO.

    Hoje como ontem, os islamitas radicais tanto servem como pretexto para bombardear e ocupar um país (Mali) como servem para abrir caminho para derrubar algum regime (Síria) que não agrada aos interesses económicos e políticos dos imperialistas da NATO.

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