Fábulas sem fim

Era uma vez uma economia que tinha tantas contracções que só podia parir desempregados.

Comments

  1. Apetecia-me agora fazer um trocadilho obsceno. É mais seguro não o fazer!

  2. jorge fliscorno says:

    Brilhante.

  3. Fui professora 10 anos em Portugal como contratada. Cansada da precariedade decidi sair de Portugal para trabalhar em França. Estou aqui há 6 meses. Não é fácil sair, mas tornou-se incomportável ficar. Sempre votei nas legislativas e presidenciais, mas a descrença e desconfiança nos partidos políticos e nas suas políticas fizeram com que o voto em branco se assumisse como a regra (e tristemente raramente a excepção). Tenho 35 anos. Bem sei que o voto em branco é uma demissão sobre as escolhas para o país, mas para mim os partidos deixaram de ser laranja, vermelho ou azul – na verdade parecem-me todos pretos… Hoje estou em Itália, dia de eleições. Um amigo falou-me de Peppe Grillo e do movimento 5 estrelas – está excitado com o facto de exercer o seu direito de voto. Acredita que há um novo caminho, uma nova forma de fazer política – longe de Berlusconi e depois da experiência Monti. “O povo é quem mais ordena” canta-se em Portugal – também eu ficaria contente com algo diferente do que o PS/PSD/CDS e demais partidos têm feito. Corja e políticos têm sido, para mim, cada vez mais termos da mesma família. Deixo o post que escrevi sobre este movimento de cidadãos, na esperança que se deixem de parir desempregados.
    http://agoradigoeu.wordpress.com/2013/02/23/e-caso-para-perguntar-porque-e-que-o-movimento-5-estrelas-nao-foi-noticia-em-portugal/

  4. eduardo soares says:

    Os partidos só são comparáveis se nos restringirmos ao “arco do poder”; a cegueira de se equipararem todos os partidos e agora se dizer que não prestam conduziu o país à situação conhecida. O BE e o PCP como podem ser metidos no saco dos partidos de carreiristas e corruptos? Se a Sra professora me explicar fico-lhe muito grato, deveras, acredite !!!

  5. A sra ex professora tenta explicar-lhe – sr eduardo soares – votei BE nas legislativas em que socrates ganhou pela segunda vez – tinham um discurso limpo e partilhava de muitas das suas ideias – a Ana Drago é, aliás, uma das deputadas por quem mais tenho consideração. Acontece, no entanto, que fiquei desiludida com a sua acção nos tempos em que tinham uma maior representação na Assembleia. O PCP é um partido consistente e coerente, acho até que a fragmentação da esquerda em BE e PCP enfraquece em vez de reforçar, porque os princípios sociais são, na minha ignorância, semelhantes. Não sinto, no entanto, que a esquerda PCP e BE me ofereça uma perspectiva de futuro. Nunca me senti como fazendo parte das minorias ou dos mais fracos e as sociedades igualitárias por oposição às sociedades capitalistas têm também problemas de injustiça e falta de motivação/competição. Em suma, esta ex professora em Portugal, filha de pai mecânico com a 4ª classe e mãe administrativa com o 9º ano, fez o ensino publico português, desde o ensino básico ao doutoramento. Devo isso às políticas do meu país, à educação dos meus pais e ao meu esforço. Não sei se sou cega ao colocar todos os políticos no mesmo saco, mas senti vergonha quando estive na assembleia e vi o desrespeito, da esquerda à direita, que os deputados demonstraram pelo hemiciclo e pelos seus pares. A situação em que estamos hoje é resultado do poder e da oposição. Do poder porque é sempre pensado na obra e não na sustentabilidade (com enriquecimento fácil dos parasitas) e da oposição por se opôr a tudo, tornando a discussão destrutiva e infrutífera. Mas sr eduardo soares eu sou apenas uma ex-professora com 34 anos, filha (quase) de Abril, que acredita que Portugal poderia ser diferente, caso o dinheiro público tivesse sido melhor usado.

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