Um livro com uma teoria interessante de Brad Pilon acerca das vantagens do Jejum Intermitente de 24 Horas (Intermitent Fasting) na perda de peso e de gordura corporal. Uma teoria que vai buscar muitas das suas bases aos primórdios da História do Homem, cujo organismo se habituou desde os tempos do Paleolítico a longos períodos sem alimentos. E se a esperança de vida nessa altura era pequena, não se devia certamente ao tipo de doenças a que estamos habituados nas sociedades ocidentais desenvolvidas.
Elencando todos os benefícios para a saúde da prática regular (uma vez por semana) do jejum intermitente – aumento da sensibilidade à insulina, protecção cardiovascular, metabólica e neurológica, redução da pressão arterial, aumento dos níveis hormonais, desintoxicação do corpo, etc. – Brad Pilon faz uma aproximação à Dieta do Guerreiro ou à Dieta do Paleo, que se inspiram precisamente no tipo de alimentação praticado pelo Homem do Paleolítico. Um tipo de alimentação anterior à agricultura, onde não existiam alimentos processados e onde os hidratos de carbono eram praticamente inexistentes.
É provável que a esmagadora maioria das pessoas nunca tenha ouvido falar do Jejum Intermitente. Por uma razão muito simples: a maioria dos estudos ligados à alimentação e à nutrição, e depois adoptados pelos nutricionistas, é patrocinado pela indústria alimentar. E como é óbvio, à indústria alimentar não interessam os estudos que dizem que não se deve comer por um dado período de tempo. À indústria alimentar, interessam os estudos que dizem que devemos comer de 3 em 3 horas…
«Eat Stop Eat», de Brad Pilon, hoje na net. Para ler mais, ver aqui.
Gostei do post, caro Ricardo!
O jejum é uma prática com milhares de anos de existência. Existem registos dela na antiguidade, na história dos mais diversos povos e culturas.
Mas, infelizmente, o Homem, em vez de actuar com senso comum e seguir uma via de evolução inteligente, tendo em conta o que é, e sempre foi, natural, decidiu enveredar pelos caminhos da artificialidade.
Já repararam que, de todos os animais, o Homem é o único que distorce a realidade, artificializa processos naturais, não se contenta nunca com o que é, e cria uma vida de ilusões, de faz-de-conta?
Hoje em dia não ouvimos nem sentimos o nosso corpo. E todas as funções do organismo têm ruídos e movimentos específicos. Para quem está atento, se o organismo estiver são, os ruídos e os movimentos são de determinado tipo e têm uma determinada cadência; porém, se com tendência a enfermar, os ruídos e os movimentos são diferentes, arrítmicos, não habituais. Mas o Homem, na sua ânsia de criação de irrealidades, deixou de ouvir e sentir o corpo, tal como deixou de se ouvir e de se sentir a si próprio!
Um dos resultados, no meio de muitos e bem mais graves, foi o de enveredar por um tipo de alimentação sujeito a modas, tal como os trapinhos! Hoje em dia, quanto mais processado for o alimento, mais é considerado. Ninguém lê os “E” que aparecem nas embalagens, ninguém se dá ao trabalho de se informar sobre todo o cocktail químico utilizado no processamento dos alimentos. Antes pelo contrário: quanto mais industrializada, artificializada, “quimicalizada” e sofisticada for a indústria alimentar, mais o Homem se delicia em orgias gourmet, mais envenena o organismo e mais perde o seu verdadeiro rumo, a directriz nuclear da sua existência, que os antigos tão bem resumiam na frase “Mens sana in corpore sano”. Os conselhos dos sábios de outrora (“Que o teu alimento seja o teu medicamento”, Hipócrates; “Beber diariamente dois litros de água, comer muitas frutas, mastigar os alimentos do modo mais perfeito possível, evitar o álcool, o tabaco e os medicamentos…” As 7 Regras de Paracelso) nem muito remotamente são lembrados.
No lugar da sensatez e da naturalidade inventaram-se métodos e processos que, astuciosamente alardeados como sendo em prol da saúde e do progresso, geram impérios financeiros de que apenas uma minoria usufrui. A maioria, essa, manipulada e estupidificada pelos mil e um conselhos de saúde e nutrição, que segue à risca, e pelos mil e um produtos novos e modernos (e mortíferos) gananciosa e sub-repticiamente tornados indispensáveis, estupidamente arruína a saúde e esvazia a carteira.
Mitos como esse que o Ricardo referiu (comer de 3 em 3 horas) e outros, como a necessidade de beber leite de vaca a vida inteira (o Homem é o único mamífero que bebe durante toda a vida leite de outro mamífero; todos os outros mamíferos param de beber leite após o período de amamentação!) e a de comer carne vermelha para obter proteínas, são “argumentos” astutamente elaborados, porém inteiramente falsos, que constituem o sustentáculo do grandioso império das indústrias alimentares e farmacêuticas.
“Com papas e bolos se enganam os tolos”: é, pois, vê-los a ingerir coca-cola e hambúrgueres, a comer doces cheios de aspartame e coisas que tais, a mascar pastilhas elásticas e a engolir gomas multicores!
Comer alimentos o mais naturais possível, apenas quando se sente o pequeno incómodo que sugere apetite e em quantidades mais frugais do que abundantes, deveria ser o comportamento alimentar generalizado.
Bem diferente seria o mundo se o Homem se ouvisse e se sentisse a si próprio!
É isso mesmo, Isabel, e muito mais haveria para dizer.
Não sei se já conhece este artigo acerca dos malefícios do leite. http://www.saudeintegral.com/artigos/nao-beba-leite.html
Obrigada pelo artigo, Ricardo! Não o conhecia ainda, apesar dos temas nele versados serem já do meu conhecimento.
E fazer as pessoas entender que o leite e os seus derivados não são bons para a saúde? Esse é que é o problema! Durante décadas a fio encheram-lhes os ouvidos com os pseudo-benefícios do leitinho que, agora, por mais que se lhes demonstre o contrário, não acreditam e continuam a atafulhar-se de leite e iogurtes…
E viva o obscurantismo sempre justificado com uma teoria da conspiração.
E viva a ignorância sempre ataviada de pompa e circunstância.