“I have nothing to say / and I am saying it / and that is poetry / as I needed it” – diz John Cage, compositor autor da famosa peça 4’33’’, obra dividida em três andamentos em que não se passa absolutamente nada. Apenas um silêncio total. O pianista, na versão para piano, ou o maestro, na versão orquestral, apenas têm de estar atentos ao indispensável cronómetro para não falhar o “fim” da peça.
Mas a verdade é que a obra ficou para a história. É o caso do silêncio do nosso presidente: incompreendido hoje, a história lhe fará justiça. Assim ficamos a saber quais as influências filosóficas e estéticas de Aníbal. Hoje é, pois, um dia feliz. Claro que não faltam musicólogos a garantir que John Cage é um maganão. Genial, mas um aldrabão. E não faltará quem, entre nós, garanta que Cavaco partilha esta condição com o compositor. Sem a parte do “genial”.
Cavaco! Mas Cavaco é o nosso Presidente da República! Não é artistinha! Não se pode dar ao luxo de ter birrinhas! Ele é PR! Tem medo de quê? Que se passa com Cavaco?
CAVACO SÓ PODE SER DISCÍPULO O DIABO E PROTECTOR DE MALFEITORES .
CAVACO SÓ PODE SER DISCÍPULO DO DIABO E PROTECTOR DE MALFEITORES
Isso para se bem tocado é com toda a orquestra!
Excelente interpretação, Maquiavel. Se fosse cá, o maestro estava tramado; o pessoal tossia o tempo todo como costuma fazer nos intervalos entre os andamentos nos concertos mais convencionais. Gosto, sobretudo, da pinta do maestro a marcar as várias “partes” da peça.