A Economia Portuguesa tratada com ‘Brufen’ e ‘Melhoral’

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Atribuímos diversas alcunhas a políticos cá em casa – algumas de uso reservado, para evitar riscos de processos judiciais. Limito-me à divulgação de dois cognomes, por entender serem pacíficos. Ao Gaspar chamamos-lhe ‘O Brufen’; em alternativa, o Álvaro é o ‘Melhoral’.

Esta condensação do pensamento ‘farmacológico-político’ deriva da avaliação da eficácia dos ministros, entendidos como meios terapêuticos dos males e da crise que coloca Portugal no estado de dor e de pranto que sabemos.

Do ‘Melhoral’ a justificação é de dedução simples e facilitada pelo popular slogan ‘Melhoral!, não faz bem nem faz mal’. Este é, de facto, o juízo formulado por muitos portugueses sobre o inócuo governante – creio que até Passos Coelho cultiva a opinião.

O ‘Brufen’, imagem indissociável de Gaspar, também é de fácil compreensão. Se tomado em doses excessivas, é eficaz na terapia como analgésico e antipiréctico; porém, as contra-indicações associam-se a efeitos penosos, desde a asma à hipertensão ou da insuficiência cardíaca à úlcera péptica.

Na aplicação aos males da Economia Portuguesa, desprezemos o ‘Melhoral’ e concentremos a atenção nos efeitos nocivos do ‘Brufen’, Gaspar é o ortónimo, para ter a noção dos efeitos negativos que o INE hoje trouxe a publico e a imprensa, aqui e aqui, também divulga. Comecemos com um gráfico:

gráfico do JN

Desde 1996, é-nos demonstrado, 2012 regista a maior queda do PIB (- 3,2%) e igualmente a descida mais acentuada da procura interna (- 5,6%). Este e outros insucessos resultam da carga fiscal e consequente diminuição dos salários das famílias – é suspeito que o INE não tenha mencionado o aumento da taxa do desemprego, 17,6% em Dezembro de 2012, como outra causa fundamental na diminuição do consumo privado.

Quanto ao investimento, o citado instituto informa ter recuado 13,7% em 2012, quando em 2011 já tinha tido uma quebra de 13,8%.

Na Economia, como na Medicina , o ciclo terapêutico compreende três fases sequenciais ‘1. observação > 2. diagnóstico > 3. terapia; esta última associada a um prognóstico de resultado positivo que, uma vez falhado, conduz à reformulação terapêutica. Como é evidente, nestes austeros processos de tratamento, as terapias do Gaspar e da ‘troika’, enfim desses e de outros ‘brufens’, estão a causar para já um estado de elevada morbilidade do doente, e porque de se trata de um País e não de um paciente humano, é demasiado evidente para ser ignorado ou simplesmente desvalorizado por milhões de portugueses.

A terminar, e para mais consistente cultura de ignorância por parte de alguns, recomendo a leitura de ‘Roteiros VII, do preclaro Prof. Cavaco Silva. Tem o efeito de os conduzir ao Nirvana e ai ficam em contemplação, sem sentir o efeito da dor ou conhecer a verdade. Meditem, meus filhos, meditem.

Comments

  1. Carlos Inácio Guerreiro says:

    Será que toda a gente vê o que se está a passar menos os economistas que estão no governo e outros da mesma cor.

  2. Carlos Fonseca says:

    Carlos Guerreiro,
    Eles ver até vêem. O pior é que estão apostados neste admirável mundo de atraso, pobreza e miséria.

  3. Bufarinheiro says:

    O Gaspar é mais estricnina.

  4. Joel says:

    No ano passado a oposição deste governo andavam a repetir-se em avisos que o céu estava a cair enquanto se queixavam que Portugal e a Grécia eram iguais.

    Passados uns meses, a oposição deste governo andava a repetir-se que afinal Portugal não era igual à Grécia, mas era quase. Segundo esta oposição, estava apenas a uns meses.

    Passados mais uns meses, a oposição deste governo andava a repetir-se que afinal Portugal não era nada como a Grécia, mas havia um risco muito sério de algures no futuro poder vir a sê-lo caso o governo não mudasse as políticas.

    E agora vemos onde estamos. A oposição deste governo a filtrar desesperadamente os livros de economia para tentar encontrar alguma referência que talvez algures no futuro as políticas que estão a ser implementadas agora, apesar dos alguns efeitos positivos a curto prazo que lhes é reconhecido, poderão algum dia talvez poder vir a ser algo que traga consequências negativas. Talvez.

    E depois criticam que os economistas do regime, ou apenas aqueles de quem não gostam por terem uma opinião inconveniente, não acertam uma. Isto apesar da oposiçaõ a este governo insistir desesperadamente em variantes da mesma profecia da desgraça que teima em estar sempre errada e que eles repetidamente são forçados a dar o braço a torcer, para voltarem a inventar mais profecias da desgraça completamente descabidas.

    Reconheçam: os economistas deste regime tem errado mas os da oposição erram repetida e sistematicamente, insistem no erro, põem os pés pelas mãos com as suas previsões descabidas e não fazem a mínima ideia do que estão a dizer. E ainda tem o descaramento de apontar o dedo a outros.

    • Carlos Fonseca says:

      Não é a oposição ao governo. É a Economia e são os dados publicados pelo INE – claro, por educação, não uso o epíteto mercecido.

  5. ONDE HOUVER CAVACO ESTÁ TUDO ESTRAGADO . POR ISSO É QUE O PAÍS ESTÁ COMO ESTÁ . FUI O MILITANTE DO PSD QUE
    MAIS APOIOU O CAVACO NO TEMPO DO FAMIGERADO CAVA –
    QUISMO , QUE CAUSOU A NOSSA DESTRUIÇÃO POR CAUSA
    DA CORRUPÇÃO . CAVACO É O PAI DA CORRUPÇÃO BANCÁRIA

    DEIXEI DE VOTAR HÁ MAIS DE 30 ANOS PORQUE DEIXEI DE ACREDITAR NA POLÍTICA .

  6. eduardo soares says:

    Dizia que no aventar não se ia falar nos dados recentes da economia e enganei-me. Para mim é pena que este texto chegue depois daquele nojo inserido/escrito por alguém cujo nome é um conjunto de letras criptografadas de imbecil e indecente sobre Chavez.
    Nem bruffen nem melhoral derrotam o nojo que salta daquele texto !!

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