Fecha uma escola pública em Coimbra

rede escolar margem esquerda
Os professores do Agrupamento de Escolas Coimbra Centro foram ontem informados do encerramento da EB 2,3 Silva Gaio.  Ao que parece a câmara, proprietária do terreno onde se encontra a escola, vê o assunto com bons olhos (a entrega do edifício à Universidade para ali instalar a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física é há muito falada).

Não tenho grandes dúvidas de que este Agrupamento (completamente absurdo e sem qualquer ligação geográfica entre as escolas que o compõem) é uma espécie de comissão liquidatária de escolas, o encerramento da Secundária Jaime Cortesão, colocando no mercado um apetecível espaço no centro da cidade.

Como também me parece óbvio que a rede escolar da margem esquerda de Mondego, que vos deixo na imagem, sofre as consequências de conter o Colégio de S. Martinho, que tem contrato de associação com o Ministério da Educação. Enfim, mais umas dezenas de professores para o desemprego.

Comments

  1. Marilia Costa says:

    Vergonha é o que nos sobra para sentirmos pelo que os políticos deste País conseguiram fazer para enterrar tudo o que de bom Portugal representava…. Cansaço é o que sobra por se ter noção de que não adianta mais dar murros em ponta de faca…. e tristeza por ver que cada dia que passa o futuro fica cada vez mais enterrado e sem esperança…..

    • Todos os políticos como é óbvio. Vá repita comigo, todos os políticos são maus, vá repita de novo, pronto, faça isso várias vezes. E juízo, não?! O que é que os deputados fora das governações têm a ver com o facto dos partidos e apoiantes dos governos de alternância venderem tudo ao desbarato? Já viu as propostas que têm sido feitas para que isso não aconteça, já viu o trabalho que se tem feito para que isso não aconteça. Ah pois é mais fácil engolir o todos iguais e pensar que isso é mesmo verdade.

      • Pedro Marques.
        O problema é que todos e quando digo todos é todos mesmo deixam andar o barco e não fazem nada em concreto, as propostas não valem de nada se não forem implementadas, o arremesso de pedras é identico, seja qual for a força politica na oposição. O que fazem tantos deputados na AR? para fazerem o que fazem metade chegava e sobrava, fora os secretarios motoristas, acessores e afins, como está o pais as mordomias politicas e associados é no minimo, ridicula e criminal.

  2. Cila Flor says:

    E vamos deixar? Não está na hora de começarmos a fazer qualquer coisa? E que tal pedirmos aos colegas para nos avisarem para que dia está agendado o dia do “despejo” e irmos todos para lá???? É que se não formos nós a lutar ninguém o fará por nós…

  3. Sebastião Coelho says:

    E mesmo má fé quando termina com a ideia de que uma escola privada que está a 10km pode ser beneficiada.

    Quando, na verdade existe uma escola publica a 1 km desta escola.

    • Má fé? e construí-la com contrato de associação garantido, foi o quê?
      Quanto às distâncias ainda há transportes públicos e não são 10km. E bem podia ter acrescentado o colégio de Cernache, esse sim, a uns 15km.

      • Margarida Az says:

        Nem o colégio de Cernache é tão longe. De qquer modo, há quem já diga que os alunos da Silva Gaio vão para o D. Duarte. Nomeadamente alguns docentes da mesma. Há quem tente que vão para a Jaime Cortesão. Vejo poucos a tentar manter a escola. Que por sinal está num dos locais mais apetecíveis da cidade.
        A Jaime Cortesão vai em seguida, mas tb não vejo muitas pessoas incomodadas … Enfim, depois, será tarde.

    • CSantos says:

      Só que a escola pública a menos de 1 Km é uma escla secundária,. não esquecer!…

  4. Deviamos aumentar os impostos para manter todas as escolas publicas abertas e acabar com a mania de avaliacoes. O direito a educacao e ao emprego de todos mesmo os que nao tem aulas para dar e sagrado .E a Merkl so tem e que pagar porque somos europeus – escurinhos mas europeus.

    • Impostos? realmente, era de acabar com os impostos. Que estude quem tem dinheiro, os pobres que vão trabalhar, cambada de moinantes.

      • Nina Sousa says:

        Não chego a entender correctamente o seu comentário, e espero que tenha existido ironia no mesmo.
        Não sou contra que se paguem impostos, bem pelo contrário. A questão não está nos impostos que pagamos mas no facto deles não reverterem em qualidade de vida, pois foi para isso que os mesmo foram criados. Os impostos servem para criar espaços, actividades e serviços públicos, que garantam condições de vida dignas para todos. Como tal, não temos de lutar pela extinção dos impostos. Temos, sim, que lutar pelos bens que eles nos deveriam proporcionar.

  5. Andreia Marques says:

    Eu sou antiga aluna e quero impedir isto!! Há já alguém a tomar alguma medida para me juntar e ajudar?

  6. Citizen of Coimbra says:

    Profundamente lamentável, o planeamento escolar levou mais uma machadada.

  7. Mas não esquecer que os colégios privados com contrato de associação são escolas públicas, criadas há muitos e muitos anos para colmatar a falta de escolas na região. Podiam ter optado por fazer escolas públicas mas os contratos de associação tornavam-se muito mais baratos para o estado, com a condição de que seria garantido um serviço público. É o caso. Fizeram-se escolas a mais depois disso, é o que se pode concluir. Os meus filhos estão numa e pago exactamente o mesmo que numa escola com gestão pública. Se a fecharem não é só aos meus filhos que privam de poder escolher entre uma escola pública com gestão privada de outra com gestão pública – é a todos!

    • Sucede que em Coimbra nenhum dos contratos de associação teve essa função. Todos, desde sempre, retiraram alunos das escolas públicas e nenhum colmatou “a falta de escolas na região”.

  8. Sinceramente, acho que criticar a decisão só porque “andei lá não sei quantos anos” é um bocado parvo. Há tanta escola em Coimbra, ninguém vai ficar sem escola. Coimbra é uma cidade pequena, fica tudo a um autocarro de distância. O número de crianças hoje não é o mesmo de há 20 anos, tenham isso em atenção. O ser humano é tão averso à mudança… mesmo quando é para melhor (e a verdade é que a Silva Gaio sempre teve condições más.. tal como a Jaime Cortesão, duas das piores escolas do concelho).

    • Há tanta escola com contrato de associação em Coimbra que ninguém vai ficar sem escola mesmo que fechem as públicas, parece-me mais próximo da realidade.

    • A Silva Gaio tem melhores instalações do que muitas escolas da cidade. E está muito bem equipada. Não sei de onde lhe veio essa ideia mas não foi certamente por conhecimento próprio.

  9. carlos says:

    sr. joão josé, pedia-lhe que não colocasse as escolas com contrato associação todas no mesmo saco. não é correto, nem justo. o colégio da Imaculada Conceição, em Cernache, tem CA desde 1978, celebrado a pedido do estado português. os outros colégios não sei da sua história, mas chega de confundir a opinião pública.

    • Confundir? o que diz é verdade, o contrato de associação é antigo. Mas a distância de Cernache a Coimbra e a Condeixa torna-o numa gordura do estado.

  10. carlos says:

    porque não o contrário? acha que a silva gaio cumpre o n.º minimo de alunos por turma? onde está a coragem politica para alterar a situação? escola pública, tem que ser escola do estado? hospital público, tem que ser hospital do estado? unidades de cuidados públicas, têm que ser do estado? penso que nenhum de nós quer um país todo “amarelo”. o “pensamento único” é uma amarra para o povo. vamos avaliar seriamente o que é bome o que é mau, quanto custa e decidir seriamente, coisa que nuncaaconteceu no nosso país.

    • Coragem política para o estado dar rendas a privados? eu chamo-lhe cobardia. É preciso ter uma grande lata: o privado é mais caro, porque visa o lucro, e não a qualidade. Pensamento único é o seu: fartar vilanagem, é o que temos tido.

  11. carlos says:

    … cuidsados continuados….

  12. carlos says:

    o que me diz das gorduras do estado em relação às 3 escolas intervencionadas pela parque escolar que distam “meia dúzia de metros” umas das outras? Será que era necessário uma remodelação tão grande? e a derrapagem das suas contas? todos nós estamos a pagar esses excessos descontrolados. primeiro faz-se, depois avalia-se. veja o que se passa no ramal da lousã, por exemplo (milhões gastos e agora não temos nada, nem metro nem comboio).

  13. carlos says:

    Mais uma vez separa não separa o trigo do joio.
    Proponho o seguinte exercício:
    Um pai, residente em condeixa tem o seu filho com 13 anos, prestes a freqüentar o 7 ano. Por diferentes motivos -projeto educativo, estabilidade do corpo docente, infraestruturas, etc. – pretende que ele frequente a escola José falcão, em Coimbra. O sistema não permite, como bem sabe. Acho correto? Não deverão os pais poder escolher a escola para os seus filhos? Mão interessa quem gere, aquilo que os pais querem. Será que a concorrência, com fiscalização apertada não traria um aumento da qualidade, com benefícios para alunos, pais, e para o país? Eu acredito que sim. Defendo verdadeira autonomia para todas as escolas que passe pela contratação dos professores. Qualquer diretor gostaria de ter os melhores professores e não aqueles que o sistema impõe.reflexões…..
    Gostaria de ver este outros temas discutidos abertamente… que lhe
    Parece?

    • Está enganado: neste momento o encarregado de educação inscreve o aluno onde bem entende. Desde que haja vaga, tratando-se de escolas públicas, fica.
      Gosto muito da teoria da “liberdade de escolha”, mas o problema deve ser visto ao contrário: se o mesmo EE inscrever o aluno num dos muitos colégios com contrato de associação, sujeita-se aos seus critérios de selecção de alunos. Bastaria que isso fosse impossível, seleccionar alunos, para vermos quantos colégios desistiam logo do contrato de associação.

  14. carlos says:

    Está enganado. Os pais inscrever os filhos na escola da area de residência ou do local de trabalho. Só aí têm garantia de entrada. Para outra escola têm que saber se existe vaga.
    Escolas públicas com contrato de associação regem-se pelas mesmas regras que as estatais. Se não cumprem que sejam penalizadas. A que eu conheço – CAIC – cumpre-as à risca. Já foi inspecionada nas matrículas do 5ano e recebeu um “louvor” da DREC pelo rigoroso cumprimento do que está estipulado na lei. Mais uma vez lhe digo que uma inspeção séria resolvia muita coisa e todos saberiamos de que forma os nossos impostos São usados.
    Mais uma vez lhe digo quero tema da liberdade de escolha deveria estar na agenda, independentemente da gestão publica ou privada. Este espaço poderia promover uma discussão seria sobre este tema.
    Eu, enquanto cidadão deste pais gostaria de poder decidir o considero melhor para mim e para a minha família e não ser o estado a fazê-lo. Levando ao exagero, quero poder comprar pão na padaria que mais gosto não naquela que o estado me indica.

    • As matrículas estão reguladas assim:
      http://dre.pt/pdfdia2s/07202.pdf
      Claro que a residência/local de trabalho funciona como critério, nas escolas que têm mais procura que vagas (não é o caso do José Falcão).
      O que eu ali não encontro, e posso ter visto mal, é que as matrículas via net abarquem os colégios com contrato de associação. E era isso que queria ver, tal como uma seriação automática pelas prioridades legais, seguida de sorteio em caso de empate. Queria, porque aí veríamos quantos colégios não fugiam a bom fugir (não é o caso do CAIC, que tanto quanto sei nunca seleccionou alunos, razão pela qual serve de exemplo de como os rankings são falseados à partida).

  15. Carlos says:

    Se as matrículas não são eletrónicas em todas as escolas, penso que será por nunca ter sido criada uma rede pública de ensino (estatal e privado), pois o contrato de associação é considerado, na legislação supletivo.
    Mais do que questionar a pertinência de alguns CA (eu também o faço), deveríamos discutir serviço público de ensino/liberdade de escolha, deixando de lado o que existe atualmente (CA e escolas do estado). Discussão meramente política/filosófica sobre o tema.
    Uma discussão deste tipo seria enriquecedora para o país e para quem se interessa pela educação. Há muito tempo que gostava de ver este tema discutido abertamente, sem preconceitos, mas ainda não encontrei quem o quisesse fazer. Daí o repto que lhe lancei.
    Na minha modesta opinião seria um tema que interessaria a todos os portugueses, se não estiver “viciado” à partida. Não seria discutir se o estatal ou privado fica ou não mais barato, mas sim ideias concretas de vantagens e inconvenientes de uma liberdade de escolha.

  16. InêsE says:

    Acho um absurdo. Cresci nesta escola , e ao contrario da escola que frequento agora, ali sentia que estava em familia. A silva gaio nao é para nós, alunos, apenas uma escola. É a nossa “segunda casa”!
    Os professores são fantásticos, faziamos atividades espetaculares [ teatros, grupos de dança, espetaculos, festas, bailes, viagens inesqueciveis. Momentos de aprendizagem diferentes].
    Por favor, vamos lutar para manter a escola aberta.
    Foi a minha casa do 5º ao 9º ano, e quero que outras pessoas tenham a oportunidade !

    • Inês, sou professora, estou na Silva Gaio desde Setembro e é, sem dúvidas, a melhor escola onde estive (desde 1995). Compreendo-a lindamente.
      Os alunos, são muito menos, hoje em dia. Mas, o ambiente da CASA é raro, apesar dos dias que correm e das dificuldades e dos esforços de sobrevivência.
      Acho que alguma coisa de errado se tem passado para se ter desinvestido nesta apetitosa escola … Se não fosse boa, tão boa, não se estaria neste impasse entre Universidade, Câmara, (des)Governo …

  17. carlos says:

    boa noite sr. josé joão,
    Aguardo uma resposta positiva da sua parte para que, finalmente, se possa discutir “liberdade de escolha”. Penso que esta discussão seri verdadeiro “serviço público”

  18. Margarida Az says:

    Então, aproveito para informar que a Silva Gaio não vai fechar este ano. Mas muito MESMO provavelmente, não reabre para o ano lectivo 2014/2015. Isto, se as pessoas continuarem a permitir e coadjuvar este encerramento. Quanto a mim, ainda vão a tempo. Mas não querem … OK.

    Pormenor: os exames do 4º ano deveriam decorrer nas escolas sede dos agrupamentos, certo? Pois em Coimbra, a escola que todos querem ver encerrada foi a sede dos mesmos. Contou com a presença da Presidente do Agrupamento e da Inspecção.

    Tendo estado presente, parece-me que tudo correu bem. Menos a escola sede, que não é resposta para os seus alunos. Já a Silva Gaio, portou-se lindamente.

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