António Borges, economista de puro sangue lusitano, portuense com raízes em Alter do Chão, é figura de que os jornais se servem, ao mesmo ritmo, que a capa da ‘Playboy’ nos lança as provocações corporais das Irinas, Alines, Vanessas, Tamaras, e de outras frutas, oriundas dos quatro cantos do mundo. Há, todavia, uma diferença de tratamento . Elas variam, ao passo que o Borges é único e insubstituível.
A ideia com que fico é de, à míngua de acontecimentos para noticiar e ao excesso de espaço disponível, Borges é um daqueles que está sempre à mão e dá jeito usar a qualquer redacção e editor. Hoje, foi a vez do ‘Público’ que, entre outras qualificações, lhe chama ‘economista controverso’. Ignoro se se trata de linguagem codificada e controverso, neste caso, significa ‘cretino, descarado e bem na vida’.
Traga-se à memória este artigo, na coluna ‘É preciso topete’, de Paulo Gaião, no ‘Expresso’, criticando declarações controversas (ou cretinas), das quais damos os seguintes exemplos:
Há que estender a passadeira vermelha aos dislates do Borges, conselheiro do governo de Passos Coelho, em acumulação com a função de vendedor das jóias da coroa (TAP, Correios e Águas de Portugal). Quando tudo estiver vendido, entraremos no paraíso montados num puro sangue lusitano. Cretinos mesmo!
Há 100 anos, perante um impasse, Husserl afirmou; “É necessário voltar ás coisas mesmas”. Fez então uma viagem à raiz do problema, foi até Descartes e a partir da sua brilhante mas velhinha tese, da matéria pensante, chegou à fenomenologia do espírito e à teoria da relatividade do conhecimento. Foi um avanço civilizacional.
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Einstein fez o mesmo em Newton e daí resultou a teoria da relatividade. Foi um avanço civilizacional.
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Quando o impasse surge ” É NECESSÁRIO VOLTAR ÁS COISAS MESMAS”.
O sr Borges sabe que é assim, resta saber se não quer, ou se o não deixam querer.
Respeito a opinião, mas duvido que saiba. Em geral, as sociedades humanas, se dominadas por conservadores, neoconservadores ou mesmo populistas de esquerda, são conduzidas por tecnocratas ou demagogos, distantes ou alheados do pensamento filosófico.