Despedir professores é preciso, ensinar não é preciso

Os concursos dos professores para o próximo ano lectivo servirão para dar continuidade ao processo de desmantelamento das escolas, actividade que implica a continuação de despedimento de professores.

O Ministério continua a dizer que foram as escolas a indicar de quantos professores necessitarão, procurando passar a ideia de que se limita a receber informação, decidindo em conformidade. A verdade é que as informações dadas pelas escolas dependem de instruções vindas do Ministério, para além de resultarem de outras decisões da tutela.

Nuno Crato tem mentido descaradamente, quando refere como causas para o desemprego docente a baixa de natalidade, como se isso, só por si, pudesse justificar o despedimento maciço de professores ocorrido nos últimos anos. A verdade é que o número de alunos não diminuiu a ponto de justificar o que tem acontecido. O problema está no aumento do número de alunos por turma ou na redução brutal do currículo, entre outras medidas anti-pedagógicas.

Como se isso não bastasse, ficamos a saber que as necessidades comunicadas pelas escolas escolas terão sido ignoradas ou alteradas, o que vai de encontro a muitas informações que se vão sabendo, como a que nos dá o João Paulo.

O futuro das escolas públicas, segundo Nuno Crato, inclui o afastamento de professores mais experientes e o aumento do número de horas lectivas para cada professor, de maneira a que tudo fique muito baratinho ao Estado ou aos privados que estão à espreita para alargar o negócio à custa da exploração de professores em regime de precariedade.

Entretanto, sabe quem é o verdadeiro mexilhão? O seu filho, o seu neto, o seu sobrinho ou o filho do seu amigo.

Quem estiver verdadeiramente preocupado com os problemas educativos do país, deverá estar ao lado dos professores, que não se deverão limitar a lutar pelos seus problemas laborais. Quem estiver preocupado em achincalhar ou em invejar os professores, não está preocupado com o mexilhão.

Comments

  1. Dora says:

    A CS começa por publicitar que a interrupção de Natal para de 2 para 3 semanas.

    Depois fala de despedimentos.

    Estratégia velha , mas que continua a surtir efeitos para o pessoal distraído – Malandros! com que então mais férias!

    De educação, propriamente dita, a CS não fala. Não sabe.

  2. Reblogged this on primeiro ciclo.

  3. Não empurrem. Não me empurrem daqui para fora, porra.

Trackbacks

  1. […] Depois de tomar posse, Crato começou a colocar em prática uma série de medidas que tinha chegado a criticar quando era comentador televisivo, como foi, por exemplo, o caso da criação de mega-agrupamentos. Entretanto, a sua prática governativa caracterizou-se por ir sempre ao arrepio das declarações públicas, anunciando, por exemplo, uma defesa do rigor, da exigência e da autonomia, quando, na realidade, todas as suas decisões contribuíam para o caos do sistema educativo, ao mesmo tempo que retirava poderes de decisão aos profissionais da educação, tendo, ainda, como verdadeiro objectivo o despedimento do maior número possível de professores. […]

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading