Linha de Sintra. A pé, ao longo dela, do Cacém a Vale Abraão, há flores na berma, campestres, de todas as cores e para todos os gostos. O variegado delas embriaga, paraíso de abelhas que não vemos, promessa de néctar, âmbar ou luz que nem sabemos.
Humildes, airosas, pisáveis, misturam-se a marginar o férreo caminho, iluminando a grande e metálica certeza de haver por onde ir e regressar às pobres moles. Estão desempregadas, coitadas, as flores na berma do caminho, sem prado, esquecidas, encharcadas de efémero e eternas porque as vemos. Dir-se-ia que é só por elas que ali há linha e a nossa azáfama, meu amigo!
Estás, palavrossaurius, a bucoliconizar a linha de Sintra, ao longo dela, do Cacém a Vale Abraão.
Há flores na berma para todos os gostos, mas estão no meio de ervas secas de todas as cores e para todos os gostos, no meio de descampados abandonados, pródigos em carrapatos e carraças que também são eternos.
Isso e mais a bosta pisável dos cães e os sacos de plástico esquecidos e eternos provenientes de um qualquer PD próximo numa promoção do 1º de Maio.
Deves, portanto, estar a referir-te a outros lugares aqui em Sintra, que não nas zonas mencionadas.
Andaste, neste feriado, a ler o Lord Byron?
Ou foste visitar o Passos Coelho a Massamá?
Aceito, contudo, a “azáfama” da linha.
A IC19 continua linda!
E o Seabra não tem feito nada por esta região tão populosa e tão carente de limpeza, de transportes e de tantas outras facilidades para quem cá vive.
E Sintra, toda a Sintra, merece.