Terminada que está a Final da Liga Europa, sinto um enorme orgulho pela prestação do Benfica e pela forma como se superiorizou claramente ao Chelsea durante todo o jogo. Perder assim custa muito e desta vez ninguém pode assacar culpas ao treinador ou à postura da equipa. O Benfica não jogou para empatar, como no Dragão, jogou para ganhar, dominou e atacou. Atacou quase sempre. E só não ganhou porque lhe faltou uma ponta de sorte. A tal que se conquista, é verdade, quando se marca um golo no último minuto, ou quando, em sentido contrário, se deixa um adversário cabecear à vontade dentro da área.
Como portista, sei exactamente aquilo que os benfiquistas estão a passar. Era um jovem adolescente quando vi o meu Porto a sofrer em Basileia a mais injusta das derrotas contra a Juventus, numa Final da Taça das Taças que foi roubadinha por um tal de Prokop.
O grande Benfica foi hoje o maior Benfica das últimas décadas. Fez jus aos seus pergaminhos e honrou o nome de Portugal. Nada que interesse muito aos benfiquistas, suspeito. Perderam e isso é que fica para a história. As vitórias morais são muito bonitas mas é para os outros.
No Domingo há mais, na semana seguinte também e depois vem aí o defeso, que é onde se prepara a próxima época. É esta a magia do futebol. Há sempre novas vitórias para conquistar.
Obrigado, Benfica.
Concordo com a análise, mas a partir de agora só vejo jogos até ao minuto 90.
O desportivismo é isso, é aqui em casa o tipo que mais berrou com os golos do Benfica contra os turcos ter sido um portista, como eu já havia berrado os golos do Porto na final contra o Celtic por exemplo.
O futebol do Chelsea não enche os olhos a ninguém, como também não enche o jogo do Barcelona, mas o futebol não é jogar bonito ou ter muita posse de bola como o Benfica teve, o objetivo do jogo é meter a bola lá dentro seja no primeiro, seja no último minuto.
E não existe o “fomos superiores” assim como não existem as vitórias morais desde que claro, o tipo de preto não não comece a roubar e nesse particular apesar do golo invalidado ao Cardozo o árbitro fez um excelente trabalho.
O Benfica fez o empate e a sensação que eu tinha é que iria perder. Dois momentos me transportaram no tempo, os jogadores do Benfica todos a escorregar como na final contra o PSV (se n estou em erro) e o golo do Torres, isolado, a fazer lembrar o golo do Rickard na final contra o Milão.
Em nenhuma final o Benfica nos deixou a nós portugueses ficar mal, e também as podia ter ganho todas, e contra históricos clubes europeus, mas a verdade, é que já são sete finais perdidas mais duas taças intercontinentais, e será quase de certeza a equipa europeia que mais finais perde.
De qualquer das formas só o simples facto de se chegar à final é um orgulho, e não venceu mas poderia ter vencido, até porque acabou por vulgarizar o campeão europeu, e para se vencer é preciso estar lá.
Para o ano há mais e a final é na Luz.
… aqueles músculos (ou a cabeça que os comanda) estavam mesmo estoiradinhos, só por isso ninguém chegou aos dois metros e tal, altura que sérvio de má memória atingiu no instante fatal. O comentador afirmou que a defesa do Benfica tinha mais centímetros com o Jardel, mas eu quase aposto que com o argentino lá, ainda que mais baixo, aquele golo não entrava. É que o Jardel pode ser grande, mas não é grande coisa, a altura até atrapalha.
Outra verdade, minha só: Para o sistema desenfreado do Jorge Jesus, espectacular, tenho que reconhecer, esta preparação física dos jogadores do Benfica não chega. Sobretudo com a pressão constante na Europa e na Liga. A equipa, ou dispara o resultado, ou, se tem que jogar até final por ele, falta sempre algo. Mas, como dizia, é uma verdade minha. Só.
Perguntar-me-ão: tiveste pena, “andrade”?! Por acaso, tive. Até daria de barato o espalhafato que teria de aguentar nos média e na rua, no autocarro, nas redes sociais, no jantar de logo à noite em que estarão alguns benfiquistas, daqueles amigos do coração.
Às tantas, foi melhor assim. O país parece um imenso velório. Mas lá perdi, em casa de alguém que muito prezo, uma moët et chandon, reservada para comemorar a vitória.
É, nestas coisas, perde-se sempre qualquer coisa, mesmo estando do outro lado.
Se não me engano, na final com o PSV eram as chteiras que saiam dos pés ou qualquer coisa do género.
De resto, ganhando ou perdendo, as equipas portuguesas costumam exibir-se em grande nas finais europeias. Digo do Benfica o que disse no último Sábado do Porto: não interessa muito ter posse de bola se não se criam oportunidades.
As chuteiras saíam dos pés porque as meias eram novas, não testadas, e tinham um componente que levava a que escorregassem antes de serem lavadas. Na altura, andava pelos jornais, e lembro ainda qualquer coisa sobre isso. Ninguém se lembrou de lavar as meias…
Estiveste bem.
Melhor dito, estiveste muito bem.
Foi limpinho, limpinho.