Greve dos professores

Como registo inicial de interesses, devo afirmar, desde já, que não compreendo que, nos dias de hoje, se continue a considerar a greve como um direito. Não entendo e, dificilmente, entenderei que se tenha por legítima uma acção cujo único propósito é causar prejuízo em grau tão elevado que leve o interlocutor a ceder e a acatar as reivindicações dos grevistas. Para mais, normalmente, os danos sobram, não para a contraparte negocial, mas para o público em geral.

No caso desta “luta” dos professores, por tudo o que se tem lido, ouvido ou visto, parece indesmentível que se consegue ir mais além na iniquidade que a greve só por si representa. É claro que toda e qualquer verdade acerca desta greve vai ser completamente pervertida quer pela parcialidade da comunicação social dominante quer pela avassaladora intervenção dos professores junto dos “media”, principalmente, junto das “redes sociais”. Aliás, e passando ao lado do evidente facciosismo da maior parte dos jornalistas, é essa capacidade dos professores de aparecerem e, principalmente, de aparecerem em massa e organizados que lhes confere, tacitamente, um poder muito superior ao de outras profissões. Daí à impunidade e à sobranceria, é um passo muito curto.

Mas, voltando à greve dos professores, comece-se pelos directamente prejudicados: os alunos e os seus pais. Podiam os professores fazer greve noutra altura? Podiam, mas o tal prejuízo era muito menor. E quem sofre muito mais com a greve marcada para a época de exames? É o Ministério da Educação? Não. São os alunos e os seus pais. Ou seja, os professores estão, completamente, a marimbar-se para os alunos e para os pais dos alunos quando estão em causa os seus próprios interesses. Aliás, é por esta e por outras que quem quiser, consegue perceber que a defesa da denominada “escola pública” se fundamenta, na verdade, menos nos seus méritos e muito mais na manutenção de direitos dos professores.

Já em relação aos motivos da greve, pude ler um comunicado que circula na “net” emitido pelos docentes de um agrupamento de escolas, e, tirando o habitual “blá, blá, blá”, constatei que haviam 3 argumentos principais para a greve: rejeição do horário de 40 horas semanais, rejeição da desvalorização do cargo direcção de turma e rejeição da integração dos professores no “regime de mobilidade especial da função pública”. Quanto à direcção de turma nem vale a pena perder tempo porque não me parece que seja motivo que possa determinar uma greve, muito menos, esta greve. Quanto ao horário de 40 horas semanais, alega aquele comunicado que as exigências do trabalho de um docente são incompatíveis com semelhante carga horária. Pois! O facto de a maior parte dos trabalhadores deste País terem 40 ou mais horas de trabalho semanais, é, completamente, irrelevante. Mais uma vez se compreende a defesa da “escola pública”!

Portanto, resta a “mobilidade especial”. Passando, para já, por cima do facto de ser evidente e claro que existe um enorme problema com a quantidade de professores existentes e que tem de ser resolvido a bem do País, tanto quanto foi possível ler e ouvir, o Ministério ofereceu desde o adiamento do projecto à inclusão de garantias jurídicas que impedissem a colocação imediata dos professores na “mobilidade especial”. Deveriam ser propostas suficientes para que não se avançasse já para a greve e, principalmente, para esta greve. Mas não foram! Porquê? Os alunos e os pais dos alunos poderiam começar as suas perguntas por aí.

Aliás, se outras razões faltassem, bastaria atentar nos métodos empregues nesta greve. Uma das “ratices” que, publica e assumidamente, está a ser utilizada passa pela ausência, por greve, de um docente nas reuniões de avaliação. Como, segundo parece, é necessária a presença de todos, basta um fazer greve para que se inutilize o trabalho dos outros. Ou seja, já não chegava o desrespeito pelos alunos e pelos pais dos alunos, os professores grevistas não só desprezam o trabalho dos colegas que não concordam com eles e que preferem, legitimamente, trabalhar, como também, unilateral e ditatorialmente, impõem o seu comportamento aos colegas. Claro que irão surgir, depois, os comunicados a dizer que a percentagem de reuniões de avaliação não realizadas foi elevadíssima e que a greve foi um sucesso. É o tal prejuízo, custe a quem custar e às cavalitas de quem tiver que ser. Mais uma demonstração da tolerância, democracia e ponderação dos defensores da “escola pública”.

Porque, e não tenham dúvidas do seguinte, quem está a levar a tal “escola pública” para o total descrédito é esta percentagem de professores que age desta forma. Porque pode-se enganar uns quantos, durante algum tempo, mas não é possível enganar todos o tempo todo. E torna-se óbvio que a defesa “intransigente” que fazem da “escola pública” não tem a ver com as suas qualidades ou com os seus méritos. Quem tão apaixonadamente fala da necessidade de manter a “escola pública” tal como está, na verdade está tentar manter um conjunto de direitos que além de injustos perante os demais trabalhadores portugueses, são completamente insustentáveis na actual situação do País.

Sei, exactamente, o que vão dizer. Principalmente nesta área onde a presença de professores organizados, é gigantesca. Mas também chega de impunidade. Tenho o maior respeito pelos verdadeiros docentes. Para quem o magistério é uma vocação e uma razão de vida. Nem poderia ser de outra forma. A minha própria Mãe foi, até à sua reforma, professora e só conheceu essa profissão. Mas, repugna-me esta percentagem de pessoas que trabalham como professores que só pretendem manter um estado de coisas que não tem razão de ser e, completamente, injusto perante a situação que os restantes portugueses atravessam. E a coberto do legítimo estatuto que os professores adquiriram durante muitos anos, procuram colocar-se acima dos outros nem percebendo que nesse desrespeito pelos restantes portugueses, estilhaçam todo o prestígio que os que os precederam e muitos dos que ali se mantêm, conseguiram angariar. Mais, utilizam tácticas intimidatórias para impingirem uma unanimidade que não corresponde à realidade. Vejam este caso: uma Mãe decidiu abrir uma página no facebook chamada “Pais inconformados com a greve aos exames e às avaliações”. Quando tentei falar com a autora da iniciativa, foi-me solicitado o seu anonimato porque temia represálias para com os seus filhos. Foi a este ponto que chegaram os professores. Ou melhor foi neste ponto que alguns, que trabalham como professores, colocaram a classe.

Comments

  1. Caramba, q contente fico por te ver de volta ao Aventar – não há nada como haver uma Greve. É sempre um texto motivador para quem tiver algumas dúvidas sobre fazer ou não Greve…
    E, já agora, como vês a possibilidade dos professores (ou outro qualquer trabalhador) lutarem contra os seus despedimentos? Ou aceitam e ponto?
    Obrigado
    JP

  2. Muito pertinente! Penso da mesma maneira.

    Infelizmente, nos dias de hoje, é o egoísmo que dá forma ao pensamento e à acção, e não o altruísmo, o espírito de comunidade, de entreajuda.

    Toda a gente – ou pelo menos a maioria – diz ser contra a existência de classes sociais e berra pela igualdade, mas, na realidade,revê-se integralmente na existência de classes profissionais.

    A igualdade, para mim, só tem uma forma: a rectilínea. Todas as protuberâncias, por mais ínfimas que sejam, que transfigurem, que distorçam essa linha recta são actos de desigualdade, são actos de egoísmo.

  3. Amadeu says:
  4. Maria says:

    Acho que Salazar pensava o mesmo a respeito da greve.

  5. Tanta patetice junta é indigna do aventar e já foi rebatida antes da posta de pescada. Há gente que quer é respeitinho e adorará que a reforma do estado dê em estado novo, como aponta o João Cardoso.

  6. Maria Pereira says:

    O PSD tem tantos professores, alguns no parlamento, porque não se chegam à frente e pedem já a requalificação, só lhes ficava bem e davam o exemplo. Quanto à greve, se os governos democraticamente eleitos com base em programas amplamente defendidos em público cumprissem a sua palavra não deveria ser necessária. Esta conversa faria todo o sentido se nos últimos 6 anos a erosão e a perda salarial da profissão docente não tivesse sido exaustiva, com o despedimento a premiar o tão proclamado sacrifício justo.

  7. Paulo Inácio says:

    “Não entendo e, dificilmente, entenderei que se tenha por legítima uma acção cujo único propósito é causar prejuízo em grau tão elevado que leve o interlocutor a ceder e a acatar as reivindicações dos grevistas. Para mais, normalmente, os danos sobram, não para a contraparte negocial, mas para o público em geral.”

    A alternativa é fácil: altere–se a Constituição da República e acabe–se com o direito à greve e o regabofe!

    Como alguém escreveu aí ao cimo:passamos a aceitar todas as medidas políticas e baixemos as orelhas!

    Quem tal defende parece ignorar algo muito simples: diálogo. Democracia é isso.

    Ó Isabel G, por essa ordem de ideias, as mamas são protuberâncias que transfiguram e distorcem essa tal linha recta, logo contribuem para a desigualdade?

    As mulheres são egoístas?
    Não seja patusca e tente imaginar uma sociedade amordaçada, sem capacidade de protesto.

    Cada vez que leio certas pessoas mais chocado fico com o rumo que o meu país está a levar.

    • “Cada vez que leio certas pessoas mais chocado fico com o rumo que o meu país está a levar.”

      Também eu, caro Paulo Inácio, também eu! Chocada, principalmente, com a mentalidade comezinha, com a ignorância e com a falta inquestionável de massa cinzenta demonstrada por pessoas assim como V. Exa.!

    • nightwishpt says:

      “Cada vez que leio certas pessoas mais chocado fico com o rumo que o meu país está a levar.”
      Só o país?

  8. Expliquem-me por favor de que mal sofrem determinadas pessoas para as quais não existe o chamado meio termo!? Se alguém discorda delas, automaticamente esse alguém tem de ser fascista ou salazarista ou neo-liberal!

    Seria bom que se pensasse nas opiniões de cada um como se de uma escala de temperatura se tratasse: é que entre o quente e o frio há uma imensidade de “mornos” e de “tépidos”!

    Além do mais, nunca se viu que o senso comum, a sensatez, caísse em extremos, pois não? Costuma andar lá pelo meio, pelo ponto de equilíbrio, não é?

    Indignos do Aventar deveriam ser os insultos, a má educação, os preconceitos e os extremismos, não os comentários sinceros e educados das pessoas que participam com seriedade no pluralista Aventar, não acham?

    • Maria Teresa says:

      Não posso estar mais de acordo, Isabel.

    • Nascimento says:

      Vou ouvir umas ” boas”, e “bem ditas”, do Mário Viegas… esse ordinário.Ai gosto tanto….fo…mas muiiito “educadinho” á la Gaspar…ou Portas…ui que bom.

    • nightwishpt says:

      E que meio termo é que há em haver greve ou não haver greve? Greve ao fim de semana?
      Ou se é contra ou se é a favor de uma greve que ponha os trabalhadores em pé de igualdade negocial.

  9. Maria Pereira says:

    O que é preciso perceber é que em democracia há direitos que são inalienáveis e o direito à greve é um deles. Se em vez da democracia as pessoas querem uma “espécie de democracia”, quando dá jeito, têm que ser coerentes e assumi-lo. A mim também me chateia muito ser prejudicada por uma greve, mas prefiro esse prejuízo do que viver num país onde os cidadãos não têm voz para reivindicar os seus direitos. Já vivi num país desses.

  10. Maria João says:

    Uma coisa é termos uma opinião diferente, outra é querermos impô-la a quem pensa de outro modo.
    O que mais me custa nisto tudo é não ver estes pais, que tanto se preocupam com os exames, preocuparem-se mais com as aprendizagens efectivas que os seus filhos podem fazer em turmas enormes, com professores que PAGAM a sua formação, que é obrigatória, com professores que desde 2005 estão com a carreira congelada. O que me custa é vê-los CALADOS quantos os currículos e as políticas educativas mudam ao sabor das mudanças governativas. Custa-me o silêncio de quem não vê que as 40 horas são sinónimo de menos qualidade no ensino.
    Dizer que há professores a mais depois de terem sido dispensados 19 000 docentes contratados é uma falsidade. O que há a mais são entidades privadas que querem sugar do estado e dos impostos que todos pagamos a maior fatia possível.
    Para além disso os professores também são pais, quem defende os filhos deles de um salário que de há 8 anos para cá só emagreceu, nesta profissão onde não há ajudas de custo para nada? Quem os defende da miséria quando os pais estiverem desempregados? Num ano estamos a 20 km, no outro a 200. Pagamos para trabalhar… Quantas profissões há assim? Onde estariam muitos licenciados que agora o são porque há uma escola pública?
    Um dos serviços cujo valor mais aumentou nos últimos anos nos EUA foi o do ensino secundário. O outro foi a saúde. Pensem nisso quando quiserem destruir mais ainda o que este país tem de bom, quando quiserem pagar uma boa escola e não houver dinheiro. Isto também serve para quem tem muito. As grandes fortunas também desaparecem!

    • Maria Teresa says:

      Como encarregada de educação de dois filhos preocupa-me, muito mais, a incompetência que vejo por parte de alguns senhores professores, a falta de pedagogia e a falta de educação do que turmas de 30 alunos. Também eu, no meu tempo de secundário, estive inserida numa turma de 31 alunos e não foi por isso que fui vítima de insucesso escolar.
      Mais afirmo que a maior injustiça está a ser cometida com os bons professores, com os competentes e responsáveis.
      É bom que ninguém se esqueça que desemprego no ensino existe há muitos anos. É bom que também ninguém esqueça que o número de miúdos está a decrescer de ano para ano. E então? Que culpa temos que centenas continuem a caminhar, todos os anos, para a via de ensino, muitas das vezes porque as médias que têm não lhes permite entrada noutro lado?
      Isto também não é verdade? A vocação, dirá. Pois, a vocação ou a falta dela é o que verifico muitas vezes com professores dos meus filhos.
      Ressalvo os professores competentes. Muito competentes, que felizmente ainda os há! A esses, tiro-lhes o meu chapéu!
      Vamos falar de mobilidade. Sabe quantos kilómetros faz o pai do meu filho, do meu filho que está a ser prejudicado por esta greve, a tal, todos os dias para trabalhar? Não sabe, mas eu digo-lhe: 180 Kilómetros sem ajudas de custo. Sabe qual é a diferença? Não trabalha para o Estado!
      Vamos falar de horas de trabalho? Sabe quantas horas trabalhamos por dia? Nós, os pais do meu filho que está a ser prejudicado por esta greve. Não sabe, mas eu digo-lhe. As horas que forem necessárias para terminar o trabalho que temos em mão! Mas posso adiantar-lhe que 40 horas de trabalho por semana na nossa vida seria um óasis!
      E agora, venha o último argumento: a remuneração.
      Bem, quanto a este, só me resta dizer-lhe: toda a minha vida, até porque sou filha de professora, ouvi dizer que ganham mal. Então e os outros? Ganhamos todos bem???

      • Sr. Maria Teresa
        antes de dizer uma série de disparates, informe.se. Perca um bocadinho e já que sabe vir a um blog também saberá pesquisar no Google e verá o rol de mentiras que tem na sua cabeça. Acha então a Sra. que é indiferente ter uma turma de 20 ou de 30? Quem lhe disse que menos miudos significa menos alunos? Qual a injustiça que está a ser cometida com os bons professores competentes e responsáveis? O serem despedidos? o baixarem-lhe os vencimentos? O aumentarem as horas de trabalho? Pois é por tudo isto a greve. Já agora o qual a actividade da Sra. do seu marido para fazer 180Km e afinal tem filhos(“verifico muitas vezes com professores dos meus filhos”.ou filho( “pai do meu filho”)? e em que escola? Publica ou privada? Sabe quanto ganha agora com todos os cortes que os sujeuitaram, um professor para ensinar e talvez aturar o seu filho/filhos? Que dirá a Sra. se os tais malandros quando fizerem as 40h não fizerem mais nada? Não revejam testes, não façam reuniões de turma, de escola com os pais, não preparem as aulas seguintes , etc. etc. etc. porque já atingiram as 40H. Concordará com eles com certeza? Tristes que somos quando, além da ignorância acerca do que se passa á nossa volta, só olhamos para o nosso umbigo

        • Maria Teresa says:

          Caro senhor, tenho dois filhos sim. Sendo que apenas um está em ano de exame.
          Nem sequer lhe admito que diga que estou a mentir pois estou identificada, o que não acontece com o senhor!
          Mais, não tenho que lhe dizer qual é a minha profissão ou a do meu marido. Basta-lhe que saiba que trabalhamos ambos no privado.
          Ignorante, será pois, o senhor que nem sequer conseguiu perceber o que eu disse.
          Acrescento-lhe que estou a falar de escola pública. E, se tivesse lido com atenção, teria percebido que sei quanto ganham pois também disse que sou filha de uma professora. Acrescento-lhe o seguinte: ganham muito mal uns e bem demais outros!

          • Nascimento says:

            Com que então um professor trabalha “só”, 40 horas né???Lindo.
            Pois cá em casa vou já dizer á mulher, que se acabaram os tinteiros, papel, gastos com luz, computador pessoal etc ,aos anos e á borla, prós meninos da sua escola???E sim senhor, só deve trabalhar 40 horas!!
            !Olha, então queria comprar, e logo ao fim de semana, material didatico ,ir a uma feira não sei de quê;acho que é uma das tais dedicadas ao ensino especilaissimo, e eu ainda tInha de carregar o material, na minha velha carripana?E a gasosa quem PAGA???Vai lá, vai…

          • Sra. Maria Teresa, será por isto que diz estar identificada? Que a sra. falava da escola pública já todos tinhamos percebido.Continuo curioso em saber a sua profissão e do seu marido e em que escola anda ou andam os seus filhos? Talvez se compreendesse esse seu ódio ao público seja escola ou funcionário.Curioso não contestou nenhuma das coisas que lhe mostrei que a Sra. mentia ou desconhecia. Como a Sra.só conhece o seu umbigo e está um pouco limitada em termos de conhecimento do assunto, talvez já tenha ido consultar o Google e assim volto a e numerar aquilo que não contestou, caso queira ou saiba responder: 1-Diferença de ensino entre turma de 20 ou 30? 2- Diferença entre menos miúdos e menos alunos 3- Qual a injustiça?4-Quanto ganha o professor que ensina e atura o seu filho? 5-Que pensa se os professores após as 40h não fizerem mais nada? Nota: Veja lá a Sra que acabo de ouvir a noticia que esses “malandros” do colégio arbitral acabam de dar razão aos professores. Malandros de funcionários públicos, não é Sra Maria Teresa?

      • Exactamente, Maria Teresa.

        Eu trabalho no privado há 33 anos. As 40 horas de trabalho quase sempre foram simples palavras num contrato de trabalho sem qualquer realidade no dia-a-dia. Trabalhei, como muito bem diz a Maria Teresa, até terminar o que tinha em mãos, e isso chegou a significar 10 e 11 horas por dia!

        E também, tal como diz a Maria Teresa, enquanto o meu filho estudou, conheci-lhe professores dignos de todo o respeito a quem tirei o chapéu, e conheci-lhe professores que não eram de todo dignos da profissão.

        A greve que não seja dirigida, única e exclusivamente, ao objecto do descontentamento, e que prejudique terceiros inocentes é, inquestionavelmente, uma forma de luta egoísta e desprovida de qualquer sentido de solidariedade e espírito comunitário!

        • Sílvia Neves says:

          Penso que tantas horas de trabalho lhe perturbaram a inteligência (se é que nasceu com alguma). Dê-me um exemplo de uma profissão que, fazendo greve, não prejudique terceiros. As greves ideais seriam as que não fazem mossa a ninguém, certo? Tenha juízo!

          • Cara Sílvia, conhece-me de algum lado? Não, pois não? E então com que direito me insulta? É assim que a cara Sílvia passa pela vida, insultando a torto e a direito quem não conhece, apenas porque expressa uma opinião diferente da sua?
            Não é uma atitude muito inteligente, pois não?

        • Maria says:

          Se o ministro, fizesse o seu trabalho e defendesse a qualidade do ensino, como lhe compete……nada disto seria necessário.

      • Maria João says:

        Maria Teresa, querida

        O número de jovens está a decrescer, mas a escolaridade obrigatória aumentou. Lamento que desconheça os factos.
        E já agora, com o número de jovens casais que as políticas que parece defender atiram para a emigração fica-lhe muito, muito mal utilizar esse argumento. É quase estultícia.
        Outro conselho: vá à página do ME e verifique as nomeações feitas pelo mesmo. Vai encontrar um motorista de 34 anos, a ganhar o mesmo que um professor com 20 anos de carreira, um mestrado e excelentes classificações…. Não foca indignada? E já agora, eu sou filha de operários, com a quarta classe, que nunca viram o mar, trabalharam desde os dez anos e lutaram por um futuro melhor. O futuro chegou, é melhor e vai continuar a ser. Na sua escola só escapam os filhos dos professores. Na escola que eu ajudo a construir qualquer um pode ter sucesso.
        E já agora não quer dizer quantas horas e como os cirurgiões devem operar?

        • Não será pedir de mais a uma Sra. com uma névoa na vista?

        • Maria Teresa says:

          Maria João, não a trato por querida, porque sem dúvida, o respeito que tenho por si e bem maior do que o que tem por mim.
          Na minha escola? O que quer dizer com isso? A minha escola de há 30 anos atrás? Ah, sim! Felizmente, filhos de professores ou de operários foram bem sucedidos! Muitos!
          Se fico indignada por um motorista de 34 anos ganhar o mesmo que um professor com 20 anos de carreira, um mestrado e excelentes classificações, fico! Já o disse atrás: penso que alguns professores são muito mal pagos e outros pagos em demasia. Portanto, se o caso deste (a) professor(a) é o seu, claro que fico. Mas também como sabe, não é o caso de todos.
          Se quero dizer quantas horas e como os cirurgiões devem operar, não, por acaso não quero. Sabe porquê? Porque também não estou a querer dizer-lhe quantas horas deve levar a ver testes ou a preparar aulas.
          É filha de operários com sucesso? Ainda bem! Fico muito satisfeita em saber. Felizmente, não é caso raro em Portugal!

  11. M João says:

    Convinha olhar a floresta e não apenas a árvore mesmo à frente dos olhos.

  12. Não se compreende como este Sr. Carlos Osório depois de tudo o que já foi dito, redito e demonstrado acerca da greve dos professores, ainda venha com esta conversa da treta. A não ser que viva na Lua e venha cá abaixo de vez em quando, e mesmo não fazendo ideia de nada , manda uns bitaites. Só assim se compreende que também tenha escrito isto: “Nunca um Governo permitiu como este permitiu o seu próprio escrutínio.
    Nunca um Governo tentou ser tão transparente nas suas medidas e acções.
    Nunca um Governo recrutou os seus Membros com base em critérios de competência e mérito tão restritos.
    Nunca um Governo teve tão poucos filiados e militantes nas suas fileiras.”
    Enfim

  13. Sou professor de TIC… contratado… vai fazer 10 anos que ando a «passear» pelo país (de norte a sul)… e cada vez mais vão-se construíndo curvas e contracurvas…
    Horário de 40 horas? Rebaldaria total! Por mim muito bem… Metam é dispositivos em todas as escolas de picar o ponto de entradas e saídas. Assim ao sair da escola, esqueço o trabalho e vou descansado para casa ter com a família sem levar atrás o malfadado TPC que me acompanha diariamente. Se tiver a meio de uma correção de testes, preparação de aula, contato com os Encarregados de Educação, construção de grelhas, etc etc etc, que se lixe, fica assim mesmo que está na minha hora de sair…
    Não me vou alongar, que tenho uma ata para fazer (a sério…), mas quem não percebe a greve dos professores ou, não a quer perceber ou então desconhece o que é ser professor!

  14. Prometo que, quando puder ficar mais tempo à frente do computador (há acidentes caseiros que podem inibir-nos de ler e escrever, sobretudo se uma farpa de qualquer coisa decide entrar-nos no olho esquerdo – o que vê melhor), se ainda se mantiver este estado de coisas, leia-se as greves dos professores, voltarei a este assunto.
    Por agora, resta-me a “curta” do Fernando
    http://aventar.eu/2013/06/10/vergonha-grevistas-desprezam-direitos-de-passageiros/

    • Para registo de interesses: não sou professor, mas podia estar para viajar para Paris, com o mesmo grau de exigência das excelências que se sentem incomodadas com (in)oportunidades da práxis democrática. Cruel?! Que chatice, tenho pena. Ninguém barafustou por mim e pelos meus direitos quando precisei de solidariedade!

  15. JORJE says:

    neste país não ha vergonha!
    Aqui não ha lugar para elites altamente remuneradas (comparadas com outros funcionarios publicos licenciados) e com direito a reforma com 32 anos de serviço.
    Vão trabalhar que o povo é quem mais ordena e neste momento graças a Deus se ha trabalho é para trabalhar!!!!!!

    • Maria João says:

      Impressionante! Comentário bem fundamentado e extremamente bem redigido. Revela um espirito acutilante Elites altamente remuneradas? Só se for a comparar com o salário médio da Bulgária. Reforma com 32 anos de serviço? Onde? Como? A mentir dessa maneira ainda vai a primeiro-ministro. Bela prosa, sim senhor!

    • nightwishpt says:

      O trabalho faz a liberdade!

  16. Se as pessoas não fizerem grave , como é que podem
    defender os seus direitos ?

  17. Os encarregados de educação que se sintam prejudicados devem protestar junto ao Ministério. Os exames são elaborados e criados pelo ME. Não são os professores que os gerem. Logo, devem apresentar as vossas queixas aos responsáveis máximos, os quais são os principais instigadores desta situação.
    Se eu tivesse um filho em exames e com a greve a pairar nunca iria protestar junto dos professores. O protesto será sempre junto do ME e dos respectivos energúmenos que por lá pululam.
    Aliás, como em qualquer greve. Que me importa que exista um confronto laboral entre patrão e trabalhadores. O que me importa é ser compensado pela entidade patronal pelo mau serviço prestado

  18. Ana Lourenço says:

    Existem muitos equívocos quanto à natureza do trabalho docente. Os pais entregam diária e por um enorme espaço de tempo os filhos a pessoas sobre as quais, posteriormente, criam um juízo infundado baseado em incidentes que não configuram o conjunto da classe.
    É urgente a clarificação sobre o peso emocional e o desgaste mental (e físico) que é dar aulas, preparar aulas, controlar turmas enormes, um amálgama de tensões e energia que é preciso conduzir ano após ano, sem cafézinhos regulares ( a campainha), sem desanuviamento, “sem tirar o pé do pedal” , sem tempo, acreditem, para comer entre o aperto de uma aula e outra e solicitações sem fim.
    Esta esquizofrenia horária e de trabalho a que estamos chegando vai-nos, literalmente, rebentar, a novos e velhos.
    Isto é que deve preocupar os pais e não uma greve que se faz, e com toda a legitimidade, na defesa dos docentes, da escola, dos filhos dos outros pais e dos nossos próprios filhos de quem gostamos acima de tudo, mais que dos nossos alunos como é óbvio e a quem precisamos de garantir “o pão nosso de cada dia”.

    CALCEM OS NOSSOS SAPATOS E DIGAM SE NÂO VOS DÓI

  19. Nascimento says:

    “Não entendo e, dificilmente, entenderei que se tenha por legítima uma acção cujo único propósito é causar prejuízo em grau tão elevado que leve o interlocutor a ceder e a acatar as reivindicações dos grevistas”
    Pois é pá, é muito difiiiciil +as vezes a gennnte entederre.
    Que chatice,a dialetica.bom mesmo, é um tipo “acatar”, e comer tudinho,…assim já se “entende”, né?mé, mé,mé, mé…..

  20. Paulo Inácio says:

    “A greve que não seja dirigida, única e exclusivamente, ao objecto do descontentamento, e que prejudique terceiros inocentes é, inquestionavelmente, uma forma de luta egoísta e desprovida de qualquer sentido de solidariedade e espírito comunitário!”

    Quanto mais leio esta senhora Isabel G, mais perplexo fico! Será uma pessoa de verdade, ou um daqueles robots da net que servem de “lebre” para discussões?
    Depois ainda se ofendem se tentamos desmontar os disparates.

    Greve dos transportes, por exemplo.
    Olha, neste momento as companhias aéreas francesas estão em greve! Egoístas, sem sentido de solidariedade e espírito comunitário!

    40 horas de trabalho???? Quase 40 anos professor do ensino secundário e sem centenas e centenas de sábados e domingos, fazia cerca de 60 horas por sermana!

    Estou reformado, felizmente! As crianças não têm culpa, mas aturar algumas filhas de certas mães! Livra!

    Descansem, pois mais cedo do que se espera, o ensino será, na sua maioria privatizado e depois só aprende quem tiver dinheiro.

  21. Ainda vivemos num país democrático? E que tal se suspendêssemos esta constituição, que pelos visto também já não é muito respeitada? E que tal se suspendêssemos também todos os direitos dos trabalhadores, garantidos desde a 1.ª república, como o direito à greve? Quem assim escreve tem obviamente direito à sua opinião, porém deixo aqui uma nota.
    Gostava de ver alguém a responsabilizar o governo pelo dano que está a causar aos alunos e suas famílias, A culpa agora é dos mauzinhos professores. Tudo esta campanha anti-profs que grassa nos media me parece fortemente manipulada. Foram os funcionários públicos, os professores ou a escola pública que levaram o país a esta situação, ou as erradas decisões políticas tomadas, pelo menos, nos últimos 20 anos? Acompanhadas obviamente pelos muitos lobbies que continuam a grassar e em que não há coragem para mexer. Não acreditem em tudo o que vos dizem meus caros.

  22. miguel dias says:

    Tudo o Garcez Osório pudesse dizer acerca desta greve está condensado no primeiro parágrafo. O resto é palha…

  23. É óbvio que não vale a pena responder a comentários que demonstram uma total falta de respeito pela opinião dos seus semelhantes.
    É óbvio que o baixo nível dos comentários é indicador de uma mentalidade condicionada que fomenta o egoísmo e a divisão.
    É óbvio que quem assim está condicionado jamais sairá dos parâmetros dessa programação e será sempre um instrumento a ser usado pela engrenagem política.
    E é óbvio que a mentalidade demonstrada é totalmente facciosa.
    Porque, se assim não fosse, se nessas cabeças limitadas e egoístas houvesse uma centelha que fosse de verdadeira humanidade, um desejo genuíno de igualdade, as lutas seriam outras…
    Assim de repente, não me lembro de ver ninguém fazer greve para diminuir as 40 horas semanais de tanta, tanta gente no privado, durante décadas. Os que puderam desfrutar das 35 estavam demasiadamente ofuscados com os “seus” direitos para pensar sequer nos outros!
    E assim de repente, também não me lembro de ver ninguém fazer greve para que os desgraçados que, durante décadas, têm vindo a ganhar o salário mínimo, pudessem vê-lo aumentado de forma a poderem ter uma vida condigna! A minoria que ganhava mais estava demasiado ocupada em ganhar ainda mais!
    Resta-me concluir, e para tal bastam aqueles dois exemplos, que a igualdade, os direitos e uma vida condigna são, para uma minoria egocêntrica, limitada e infelizmente inculta e mal educada, conceitos puramente particulares!

    • nightwishpt says:

      2 exemplos de treta… os professores já trabalham mais de 40h por semana, porque este tempo não inclui preparação de aulas, exames, direções de turma…
      Quanto à greve, não consta que os professores não vão a greves gerais, mas continue lá a fazer de conta, a baixar a bolinha e aceitar a troika pelo rabinho adentro.

  24. Maria Teresa says:

    Caríssimo Ray, comece por rever o seu primeiro comentário porque o Google não ensina tudo. Há coisas que se aprendem na escola primária e não no Google.
    Depois, quero-lhe dizer também, que está redondamente enganado. Não nutro qualquer tipo de ódio, nem pela escola pública e, muito menos, por funcionários públicos. Se assim fosse, os meus filhos estariam ambos em colégios particulares, o que não acontece.
    Respondendo directamente às suas questões:
    – Quanto ao ensino entre uma turma de 20 ou 30 alunos o senhor deve estar com algum problema de compreensão: não lhe disse que é o ideal; disse-lhe que também eu estive incluída em turmas com 31 alunos e não fui vítima de insucesso escolar, o que são coisas diferentes. Aliás, como sabe, a maior parte das turmas de 10, 11º e 12º ano chegam, progressivamente, a meio do ano com muito menos alunos.
    – Quanto à diferença entre menos miúdos e mais alunos penso que sabe tão bem, quanto eu, a resposta. Deve saber o número de escolas que têm vindo a ser fechadas, ou não?
    – Quanto ganha um professor para aturar o meu filho? Bem, olhe, os professores dele não se queixam. Está na mesma escola desde o sétimo ano de escolaridade, nunca chumbou, nunca teve faltas disciplinares, não tem faltas de presença para além das estritamente necessárias e vai acabar a avaliação contínua com 18 valores. Não me parece que o aturem muito!
    – Quanto ao Tribunal Arbitral, está muito enganado. Também já sei qual foi a decisão. Como deve saber, houve uma alteração legislativa ao RCTFP,. aprovado pela Lei n.º 59/2008, de 11 de Setembro. A decisão do Colégio Arbitral foi nesse sentido. Muito bem. O que não me impede de estar em desacordo não com a decisão que se configura no quadro da legislação vigente, mas sim no âmbito em que se desenvolve esta greve.

  25. Cristina says:
  26. Pedro Dias says:

    Cara Maria Teresa, Isso da qualidade do privado é outro mito que deve ser desmontado: as escolas privadas não têm melhores professores, têm sim os professores que não conseguiram entrar ou manter-se no público, conheço alguns, coitados, autênticos escravos trabalham bem mais de 40 horas, para “patrões implacáveis” que têm por único objectivo o «lucro». O governo devia deixar de subsidiar o privado, isso sim, mas esse é outro dos lobbies, não pode ser.

  27. Paulo Inácio says:

    “É óbvio que não vale a pena responder a comentários que demonstram uma total falta de respeito pela opinião dos seus semelhantes.”

    A excelsa senhora Isabel G ( a tal que está identificada…vai lá vai!) acabou de fazer o quê? Estribada numa pesporrência que só ilude tolos, a senhora acaba por ser bem mais agressiva . Conversa de encher chouriços.

    Exemplos:

    “falta de respeito pela opinião dos seus semelhantes.”
    “o baixo nível dos comentários ”

    “É óbvio que quem assim está condicionado jamais sairá dos parâmetros dessa programação e será sempre um instrumento a ser usado pela engrenagem política.” ( o determinismo no seu esplendor anacrónico!)

    “E é óbvio que a mentalidade demonstrada é totalmente facciosa.”

    “se nessas cabeças limitadas e egoístas ”

    “Assim de repente, não me lembro de ver ninguém fazer greve para diminuir as 40 horas semanais de tanta, tanta gente no privado, durante décadas. Os que puderam desfrutar das 35 estavam demasiadamente ofuscados com os “seus” direitos para pensar sequer nos outros!” ( Falácia pura ou, em última instância, ignorância cristalizada. Andei eu a fazer 50/60 horas semanais para ler isto! Confesso, lido muito mal com gente burra.)

    “para uma minoria egocêntrica, limitada e infelizmente inculta e mal educada, conceitos puramente particulares!”

    Você é uma espécie de pessoa que tenta fazer dos que se lhe opõem uns incultos, uns indignos, ou afavelados intelectuais. A sua verborreia não me impressiona, criatura
    Enfim, desconhece com quem se está a meter, ou seja, topo—la à légua, palradora, enrodilha-se nas palavras de alto coturno que esprimidas nada acrescentam.

    Tome juizinho e não aja como Frei Tomás. Seja corente e consequente. Se quer parecer muito fina, desenrugue a linguagem, respire e respeite, igualmente, quem, por experiência de décadas, tem muito mais autoridade para opinar sobre o que é uma escola de exigência.

    Antes de se deitar, não se esqueça de tirar o espartilho e as anquinhas.

  28. Não tem vergonha de escrever tão mal o Português? E diz-se professor? Pobres dos seus alunos…

    Pelo tom abespinhado desta amálgama de palavras, parece-me que enfiou a carapuça bem enfiada!

  29. Luis Miguel Santos says:

    Caro autor deste texto,
    Por tudo aquilo que escreve relativamente aos professores, devo depreender que desconhece por completo o trabalho destes profissionais, os quais têm sido nos últimos anos, muito mal vistos pela opinião pública. Só devo recordar que o trabalho dos docentes ultrapassa em muito o número de horas estipulado como máximo para cada funcionário, dando, muitos deles, várias horas a escolas a título gratuito. Isto já para não falar no tempo dispendido com a preparação de aulas, com a elaboração e correção de testes ou com a avaliação dos seus alunos.
    Quanto à greve, gostava de saber se tem a mesma opinião relativamente a outras greves feitas por outros setores da atividade profissional no nosso país. Pois este foi uma das conquistas mais importantes da revolução que trouxe a democracia a Portugal. Se uma greve não prejudicar alguém não faz sentido fazê-la, pois ela é uma forma de luta que é usada pelos trabalhadores como forma de reivinidicar os seus direitos.

  30. Paulo B. says:

    Algumas senhoras que aqui escrevem podiam pensar no direito ao voto, na igualdade de género, na liberdade de expressão… enfim conquistas que outros fizeram por nós.
    LUTARAM, protestaram, reivindicaram direitos que não tinham… como o direito à greve…
    Mais que não seja, respeitem os que muitas vezes perderam a vida para conseguirem o que agora alguns de vocês desprezam.
    A nossa liberdade acaba quando pomos em causa a dos outros.

    Cumprimentos.

  31. Filipa says:

    Sempre fui uma daquelas alunas que não dá trabalho. Aparecia a horas, não faltava, tinha boas notas, era bem-educada. Mas foram raros aqueles professores que considerei bons. Poucos foram aqueles que me inspiraram, que me ensinaram a ver o mundo de oura forma, a ser crítica, a ser apaixonada.
    Foram muitos mais aqueles que me fizeram sentir mal na minha pele, por ser introvertida e me prejudicaram nas avaliações por isso. Quando eles deviam entender que não falar não é sinal de lentidão mental. Quando eles deviam, para além de debitar matéria, ajudar os alunos a crescer emocionalmente.
    Eu acredito que o ensino tem de mudar. Eu acredito que ser professor não é para todos, e é só para alguns daqueles que estão a dar aulas neste momento.
    Gostava de, ao invés desta greve, assistir a uma reestruturação interna da classe de professores. Vê-los a entender os próprios erros, a compreender a má reputação que têm. A limpar-se daqueles que não têm o talento ou a paixão para a profissão.
    Gostava que, no futuro, os meus filhos tivessem a qualidade de ensino que eu não tive, numa escola mais humana, em constante desafio mental e ebulição de ideias.

    • Excelente comentário. Estou plenamente de acordo consigo cara Filipa.

      • Maria says:

        Isabel G, anda há cinco dias aqui neste espaço, a postar comentários e a exprimir opiniões completamente inúteis. Tanta desocupação. Se não tem nada que fazer, eu arranjo-lhe.

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