Nuno Crato parece um zombie de si mesmo: contava com os serviços mínimos para anular uma luta dos professores que segue em crescendo, passando à agora completamente ilegal requisição civil. Azar, o óbvio foi decidido pela comissão arbitral. A margem de manobra que lhe resta é menor que a possibilidade de Vítor Gaspar acertar numa previsão económica: embora certamente em menor número na 2ª feira, a greve às avaliações tem sido um sucesso e assim será, apenas perturbada aqui e ali por um director mais capataz e envolvendo muitos professores que até são apoiantes deste desgoverno que conseguiu o imprevisível: voltar a unir uma profissão, depois das malfeitorias de Maria de Lurdes Rodrigues e sua cuidadosa preparação de uma escola pública pronta a privatizar. Ao não adiar os exames optou por esticar a corda, nem percebendo que com isso o ónus das consequências lhe bate à porta.
Sonhará certamente hoje Nuno Crato com uma escola em que um director tivesse o poder discricionário de seleccionar os seus professores. Esses certamente que não arriscariam uma greve aos exames, tal como vai suceder nos colégios. A ideia é precisamente essa: reduzir a função pública aos abusos empresariais do costume, e na impossibilidade de proibir greves assegurar que só sejam feitas ao Domingo, mais uma peça do golpe de estado que tenta dissolver a Constituição sem os 2/3 de votos necessários. Vai-lhes rebentar na cara, e que doa muito.
Prometo que amanhã Nuno Crato vai ter um dia muito mais difícil. Vai colher os frutos do veneno que tem andado a semear.
Até amanhã.
Acabam de contratar o JP Morgan para a privatização dos CTT, o mesmo que iam levar a tribunal por causa dos swaps…
É só coincidências…
Não há pachorra. Isto não vai lá com conversas e tretas.
“Sonhará certamente hoje Nuno Crato com uma escola em que um director tivesse o poder discricionário de seleccionar os seus professores. ” Chamam-lhe “autonomia”
Exacto. Chamam-lhe “autonomia” ou projecto “implosão” do MEC- no fundo, tornar tudo muito “simplificado”.