Agora somos nós ou eles

Passos+Coelho+e+Nuno+Crato
«Quantas artes quantas manhas que sabe fazer nosso amo» – a frase de Gil Vicente, recordada numa caixa de comentários do Umbigo, aplica-se por inteiro à última façanha do Ministério.
Não há serviços mínimos nem hipótese de requisição civil? Não há problema, passam a existir serviços máximos. Convocam-se todos os professores do agrupamento e, mesmo que a adesão à greve seja de 90%, os 10% que comparecerem hão-de ser suficientes para garantir a sua realização. Não interessa que sejam professores da disciplina em exame, ou que tenham filhos a fazer exame, ou que não tenham tido sequer a formação habitual para vigilantes, ou que sejam educadores de infância a vigiar 12.º ano. O que interessa é que, no fim, o ministro possa dizer que tudo decorreu dentro da normalidade e que parta para a fase seguinte, a da vingança contra os que ousaram afrontar o seu poder. Tem sido sempre assim com este Governo.
Tudo o que agora se pede é um dia de greve. Apenas um. Se para alguns dois dias já serão demais, então pede-se apenas um. E esse dia é na segunda-feira, dia 17. É essa a nossa luta.
É por isso que chegou a hora da decisão. Um falhanço na greve de dia 17 irá pôr em causa as restantes greves às avaliações e daí à desmobilização geral será um pequeno passo. Uma vitória do ministro no dia 17 irá significar para milhares de professores a mobilidade, ou seja, o despedimento já no próximo ano lectivo.
Ao invés, uma vitória dos professores é o princípio do fim de um ministro e de um Governo arrogante que teima em ignorar a lei e fazer tábua-rasa de todo e qualquer princípio ético.
Agora somos nós ou eles.

Comments

  1. marisa vicente says:

    Isto é tudo muito triste. Vocês sabem todos do que falo ..daqueles e daquelas colegas que lambem as canelas dos Diretores como os colaboracionitas fizeram ao Nazis qd invadiram a França! Depois chegamos a esta miséria e dizem que estamos todos unidos! É falso! Uns continuam a ter tudo porque vendem a sua dignidade enquanto outros são vexados com a cumplicidade dos primeiros. No dia do Juízo final têm de rolar cabeças.

    • António Nelson says:

      È isso mesmo colega! Para já não falar do papel pidesco de muitos diretores que eu escrevo com letra minúscula de propósito, autênticos capangas do ministério. Alguns eram pessoas normais, mas agora com o poder que detêm estão uns srs feudais. Exemplo o diretor do agrupamento da Raul Proença nas Caldas da Rainha: o tipo é mesmo do pior. Como terá sido a infância daquele tipo? Um coitado a fazer-se de SS nazi.

  2. carlos santso says:

    Não queriam a avaliação! Depois de anos de escola onde (conheço alguns) iam fazer uma pós graduação DUECE, passavam de escalão e eram aumentados em cerca de 50 contos (moeda antiga), onde professores primários no último escalão ganham mais de 3000 euros, depois de décadas de ministros da educação inúteis, os professores nunca aceitaram que uma Milú qualquer viesse impor o que querer que fosse.
    Sou contra este bando de malfeitores que tomou o poder, com a conivência dos que votaram neles. Eu não fui, eles nunca esconderam ao que vinham, mas o povão é assim o ódio a uns faz com que se deitem nos braços do outro, isto está a correr mal para muitos de nós.
    Desejo que entre os docentes exista a solidariedade necessária para que e a greve do dia 17 tenha uma adesão plena, que faça com que a convocatória de todos os docentes para a vigilância seja um fracasso para Nuno Crato e este governo de marginais.
    Se tal não acontecer os professores, sindicatos e principalmente Mário Nogueira, fizeram ao longo dos anos a cama onde vão deitar.

    • Vitor Ferreira says:

      Carlos Santos, onde se põe o “like” ao seu comentário? Resumindo, durante anos os professores andaram a ” mamar”.Quando pensaram que o Sócrates lhes ia cortar a mama votaram passos coelho (as minúsculas são propositadas) a pensar que que a mama se ia prolongar. Parece que não foi o caso. Esse mário nogueira (idem) que tanto contribuiu para o surgimento de um governo de direita, só tenho pena é que não vá para o desemprego e sinta na pele o resultado das poiticas que ele promoveu.

      • Ermelinda Lopes says:

        O comentário deste Vitor Ferreira deu-me volta ao estomago, é um nojo, enem se quer sou professora, imaginem se fosse

        • Maria martins says:

          CONCORDO CONSIGO , Ermelinda, um perfeito idiota…e eu sou professora imagine como fiquei…

  3. Magda says:

    Depois de ler alguns comentários cada vez me convenço mais que vivo num Pais onde o bom senso não existe e onde usamos a cabeça dos outros para pensar ou deixamos que pensem por nós. O governo de débeis mentais que nos (des)governa quer é que fiquem uns contra os outros, povo contra povo, trabalhadores contra desempregados, privados contra públicos, trabalhadores contra sindicatos, pais contra professores, continuem a fazer-lhe a vontade…dividam-se e um dia quando acordarem será tarde demais, dividir para reinar é uma forma de dominar mais velha que Matusalém. Hesitem no dia da greve, vacilem e pais alunos e professores pagarão caro esse erro…uma vez na vida pensem no futuro e ultrapassem divisões e diferenças de opinião…por vós, por todos nós no dia da chamada digam Não e façam greve.

  4. Carlos says:

    Concordo, Magda! A estratégia é mesmo esta, o (des)governo quer dividir para reinar e parece que está a resultar, infelizmente. Neste momento, a união dos professores é fundamental para existir mudança nas politicas criadas por estes (des)governantes ou criminosos. Sinceramente, nem sei como classificar estas pessoas que têm feito tanto mal ao nosso país e que, por isso, deveriam estar presas.

  5. Maria martins says:

    A Greve às avaliações e aos exames é o único caminho…não podemos recuar!

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