Ó Maria João, se eu mandasse, nunca me passaria pela cabeça retirar-lhe o direito a ser fútil e a julgar-se engraçada e educada, actividades que consegue praticar com grande autonomia. Já percebi, de qualquer modo, que, para si, discutir Política e Educação corresponde a comentar o verniz das unhas ou as camisolas da Catarina Martins e a fazer associações simplistas entre partidos e regimes políticos ou a chamar políticas socialistas à corrupção do Estado. Diante de si, estarei sempre em desvantagem, porque não tenho competências de “fashion adviser” que me permitam debater consigo, por exemplo, a Educação, esse tema que passa, sobretudo, pelo comentário à barba de três dias ou ao corte dos fatos de Nuno Crato. Ainda me lembrei de voltar a falar do conteúdo do texto da Inês Gonçalves, mas – lá está – não estou apto a escrever sobre as tendências da moda para este ano.
Também eu, Maria João, sou um ferocíssimo defensor do direito de todos nós à futilidade. É graças a essa prática continuada da futilidade que sou capaz de me divertir a ler o que escreve, porque é importante, também, lermos textos que não nos ensinem nada de importante, tal como é fundamental para o meu equilíbrio emocional ouvir os dislates de personagens como uma Paula Bobone ou um Cláudio Ramos. A Maria João é, no fundo, o gloss com que me mimo para não estar sempre sisudo a pensar em coisas importantes.
Aconselho-a veementemente a transformar o seu texto em serviço público, enviando-o ao Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tendo em conta os conselhos que dá a Catarina Martins e o facto de que há comunistas elegantíssimas a ultrapassá-la, com destaque para as “muito visíveis” Rita Rato e Raquel Varela. Depreende-se, aliás, face a estas duas top models do comunismo, Catarina Martins se tenha tornado bastante invisível, mais uma expressão que, atropelando a lógica, faz a língua pular e avançar.
A Maria João declara, ainda, que já não precisa de se vestir de forma sóbria para ser levada a sério. Mais uma vez, concordo consigo: não a levo a sério, independentemente daquilo que vestir. Pode, portanto, contar sempre comigo para me continuar a rir daquilo que vier a escrever.
Como vê, Maria João, não posso estar zangado consigo e é com a mesma bonomia de sempre que aproveito para lhe dizer que não me chamo Fernandes e que não sou militante do Bloco de Esquerda. Sei que foi um risco ter-lhe chamado a atenção para estes dois pormenores, porque, com certeza, irá cilindrar-me com uma qualquer referência relampejante à importância de usar pullovers sobre os ombros.
Nabais. Mais uma merda. com orgasmos aqui ? ?
Ela que vá até ao Bairro Alto.
Orgasmo a esta hora ….passo.
A rapariga pode-se vestir como quiser….ninguém a leva sério.Ela é que está a fazer pela vidinha
A rapariga pode-se vestir como quiser….ninguém a leva sério.Ela é que está a fazer pela vidinha…
ohohohoho. é sempre bom quando alguém põe os desmiolados de direita no seu lugar!
por lapso vi isto. Não percebi mas devem ser “dislates” de V. Exa.
Muito obrigado, caríssima senhora. Não quis deixar-lhe o exclusivo dos “dislates”.