Hoje não fiz greve

abandonado

Hoje não fiz greve porque não me deixaram.

Hoje não fiz greve porque, para este governo, eu sou desnecessária. Sou uma «não-professora». Sou um número. Sou gordura. Sou dispensável. Sou lixo.

Ao longo deste ano lectivo fui-me sentindo cada vez mais triste, inútil e desesperançada.

Tenho-me agarrado à vida como posso. Tenho embarcado em inúmeros projectos de voluntariado que, de outra forma, talvez não abraçasse. Tenho tentado obstinadamente esquecer a frustração de não conseguir trabalhar. Infelizmente, já tenho tido que explicar às minhas filhas, demasiado pequenas para perceberem o que se passa, que não lhes podemos dar algumas coisas que elas gostariam de ter porque a mãe não trabalha.

Já há muito que não tenho a veleidade de insistir em trabalhar na área em que me especializei. Quero lá saber disso! Preciso é de alimentar as minhas filhas e todos os dependentes a meu cargo. Preciso de pagar contas. E para isso, sinceramente, estou-me a borrifar se trabalho como professora ou como sapateira.

O problema é que não tenho conhecimentos para ser sapateira ou muitas outras profissões.

O facto de me ter especializado no ensino atirou-me para um desemprego forçado, involuntário e injusto. Embora até concorra a vagas para actividades de área totalmente diferentes, chegando a omitir a licenciatura, que fiz com algum mérito (ah, sacanas, isso não me podem tirar!) e da qual, muitas vezes tenho que me envergonhar, não consigo trabalho.

Não adianta eu ter muito boa vontade e saber que sou capaz de aprender muitas coisas muito diferentes do ensino. Quem dá trabalho, quem contrata, não quer saber disso. Quer jovens, quer velhos, quer trabalhadores inexperientes, quer trabalhadores experientes, quer todos e não quer ninguém. Não me quer a mim.

E eu quero trabalhar. Sei que posso trabalhar. Toda a vida fui uma excelente trabalhadora. Sempre me dediquei. Quem comigo trabalhou que o diga. Não consigo estar a meio gás. Trabalhar porque tem que ser. Não. Eu dedico-me ao que faço, tenho a sorte de ter trabalhado em áreas diferentes, de ter exercido funções diferentes e de, em quase todas elas, me ter agarrado. De ter trabalhado com afinco. De ter feito greve, quando achava que a devia fazer e de ter recusado fazê-la, às vezes por receio de perder o trabalho, às vezes por não concordar com os motivos. Mas sempre, sempre de forma dedicada.

Por isso preciso de voltar a trabalhar. Quero voltar a poder ter direito a fazer greve. Quero ter o direito de decidir se faço ou não greve, seja por ideologia, seja por receio.

Em Setembro de 2012 tiraram-me o direito a fazer greve. Quem mo restitui? Receio que ninguém…

Comments

  1. Espero que esteja enganada no que toca à resposta à sua última pergunta. Completamente enganada reforço.

    Desejo-lhe força, e não desista.

  2. Joaquim Amado Lopes says:

    Noémia,
    Lamento sinceramente que não consiga arranjar trabalho mas não vejo de que forma a Noémia se distingue dos outros desempregados que já somam muitas centenas de milhar.
    .
    Por acaso a Noémia acha que o Estado devia ser obrigado a dar-lhe trabalho? Certamente não pretende ser uma privilegiada e, portanto, não defenderá para si algo que não defenda também para os outros.
    Não acredito que a Noémia defenda que o Estado deve dar emprego a TODOS os desempregados (já agora, qual o salário?) porque isso significaria que não sabe fazer contas nem tem a noção de onde vem o dinheiro que o Estado gasta. Assim, não percebo o que pretende com o seu desabafo.
    .
    Quanto à pergunta que faz no último parágrafo, quem lhe tirou o direito de fazer greve é quem tem a obrigação de lhe dar trabalho.
    Pergunto-lhe: quem é que está obrigado a dar-lhe trabalho?

    • Joaquim Amado Lopes says:

      Seria interessante saber o que os (até agora) 13 “thumbs down” contestam no que escrevi.

      • Sílvia says:

        Se calhar nada. Se calhar os”thumbs down” só não gostaram que se tivesse pronunciado. Quando não se tem algo de positivo para dizer, às vezes é melhor não dizer nada. Deixe lá a senhora desabafar e carpir.

      • Já são catorze, Joaquim Amado Lopes!

      • Joana Braga says:

        se calhar não sabe o que é uma situação de desespero. ou também acha que Deus só dá a cada um aquilo que merece? há pessoas de muito valor e que representam a (cada vez mais escassa) pequena parte de portugueses não conformistas e iludidos. se o país e o mundo estão como estão é em grande parte porque as coisas, acções e pessoas que merecem ser valorizadas e dignificadas não o são.

    • Noémia Pinto says:

      Joaquim Lopes,
      Não vale a pena lamentar o que não lamenta. E eu não escrevi para que ninguém me lamentasse.
      Evidentemente, não me considero com mais direitos do que um milhão de desempregados. Obviamente, não acho que todos os desempregados devessem ser «absorvidos» pelo Estado. Simplesmente, sinto-me lesada, tal como os outros desempregados, num direito fundamental: o direito ao trabalho. Numa sociedade justa e equitativa, TODOS os que querem trabalhar, podem fazê-lo, salvo muito raras excepções. Não é o que acontece actualmente em Portugal. As sucessivas políticas de empobrecimento retiram todos e quaisquer direitos aos cidadãos, por muito básicos que esses direitos sejam. O que se está a fazer à escola pública (de que muitos professores são representantes) é também retirar um direito fundamental aos futuros cidadãos: o direito a uma escola pública de qualidade. Fiz a minha esocla primária num colégio porque a minha mãe, operária, não tinha forma de me ir buscar à escola a meio do dia para tomar conta de mim. Fez um tremendo sacrifício, privando-se de muitas coisas, inclusivamente de alimentos, para que os filhos frequentassem o colégio. Não quero que o mesmo aconteça às minhas filhas, Quero que elas possam ter direito a uma boa escola pública.
      Ninguém está obrigado a dar-me trabalho, sou eu que tenho que o procurar e encontrar, o que, aliás, tenho feito. Como deve compreender, não se pagam contas com subsídios de desemprego de trezentos euros… O problema é a injustiça social e a clivagem que se estão a criar. Eu vivo, contra minha vontade, à custa do Estado. À custa de todos os cidadãos pagadores de impostos, portanto. Como outros sempre viveram à custa dos meus impostos. Não é isso que eu pretendo. Sei que tenho capacidades, energias e vontades que não estão a ser aproveitadas para benefício do país. Tão-somente isso.

      • José Afonso says:

        tal como não se pode viver de forma decente com o subsídio de desemprego, é fácil ver que o estado não tem dinheiro para contratar todos os desempregados… e mesmo que o tivesse para que trabalhos?

        • Arranja um emprego aqui como o anónimo que insulta o José Afonso, Noémia.
          Pega de manhã a comentar no Aventar, e não despega. O partido paga-lhe em assessorias. Assim uns 4000 já obtiveram emprego, no estado. Mas disso eles não se queixam.

          • Ultimate Bexigaman says:

            E ele não tem razão? É suposto o Estado pegar em milhares e milhares e empregá-los a todos? Com que dinheiro? E a fazer o quê? A situação actual está longe da aceitável, mas empregar toda a gente parece, no mínimo, utópico. Ah, e para quem reclama tanto de quem vai trolar, parece-me você que persegue os outros e comenta sem conteúdo.

          • É o Dupont e Dupond. Mas vocês pensam que se instalaram no Aventar e não levam resposta? foram convidados por quem? começo a desconfiar que não é bem a JSSD, e que os meninos já estão instalados num tacho qualquer… cheira a Relvas, ou a Maduro.

          • Ultimate Bexigaman says:

            Peço desculpa se julguei que este blog era livre; a democracia deve estar ali à esquina… Instalei-me aqui por causa de um assunto actual no qual quis deixar a minha opinião, o resto têm sido as suas provocações fanáticas a exigir resposta (e mais descidas de nível do que eu gostaria, mas enfim.) Continue a insinuar que sou de Direita, a ver se me importo, mas o único tacho que tenho é o que está na cozinha, tenho também uma mentalidade e uma opinião e essa você não apaga, por muito ditador que queira ser.

          • Com que dinheiro? Com o dinheiro das Swap e das PPP… Chegava bem e sobrava. Ah pois, esquecia-me e com o dinheiro que tem ido para as escolas privadas e que devia ir para as escolas públicas.

          • Ultimate Bexigaman says:

            Isso só responde a metade da pergunta…

          • Tenho um pequeno problema, JJC, sou girl apenas do meu marido. Não sirvo e não tenho interesses «cunhistas». Ainda tenho valores superiores ao dinheiro fácil, arrebatado o todo o custo. Tenho, como todos terão, o meu preço, mas não me vendo e espero nunca me vender ou vender os meus valores. Defendo sempre aquilo em que acredito. E aquilo em que acredito não é a mentira de outros, usada vezes sem conta para confundir e roubar. Isso não!

          • José Afonso says:

            Infelizmente não me cheira que esse dinheiro volte…

      • Joaquim Amado Lopes says:

        A Noémia Pinto não me conhece portanto não sabe o que lamento ou deixo de lamentar.
        Quanto ao resto da sua resposta, apesar de escrever “Ninguém está obrigado a dar-me trabalho”, tudo o resto aponta precisamente para a convicção oposta.

    • Puro bom senso, o seu comentário, caro Joaquim Lopes!

  3. maria says:

    Força Noémia! Um grandeb abraço!

  4. José António says:

    CARTA AOS 19%
    (Ricardo Araújo Pereira)

    Caro desempregado,
    Em nome de Portugal, gostaria de agradecer o teu contributo para o sucesso económico do nosso país. Portugal tem tido um desempenho exemplar, e o ajustamento está a ser muito bem-sucedido, o que não seria possível sem a tua presença permanente na fila para o centro de emprego. Está a ser feito um enorme esforço para que Portugal recupere a confiança dos mercados e, pelos vistos, os mercados só confiam em Portugal se tu não puderes trabalhar. O teu desemprego, embora possa ser ligeiramente desagradável para ti, é medicinal para a nossa economia. Os investidores não apostam no nosso país se souberem que tu arranjaste emprego. Preferem emprestar dinheiro a pessoas desempregadas.
    Antigamente, estávamos todos a viver acima das nossas possibilidades. Agora estamos só a viver, o que aparentemente continua a estar acima das nossas possibilidades. Começamos a perceber que as nossas necessidades estão acima das nossas possibilidades. A tua necessidade de arranjar um emprego está muito acima das tuas possibilidades. É possível que a tua necessidade de comer também esteja. Tens de pagar impostos acima das tuas possibilidades para poderes viver abaixo das tuas necessidades. Viver mal é caríssimo.
    Não estás sozinho. O governo prepara-se para propor rescisões amigáveis a milhares de funcionários públicos. Vais ter companhia. Segundo o primeiro-ministro, as rescisões não são despedimentos, são janelas de oportunidade. O melhor é agasalhares-te bem, porque o governo tem aberto tantas janelas de oportunidade que se torna difícil evitar as correntes de ar de oportunidade. Há quem sinta a tentação de se abeirar de uma destas janelas de oportunidade e de se atirar cá para baixo. É mal pensado. Temos uma dívida enorme para pagar, e a melhor maneira de conseguir pagá-la é impedir que um quinto dos trabalhadores possa produzir. Aceita a tua função neste processo e não esperneies.
    Tem calma. E não te preocupes. O teu desemprego está dentro das previsões do governo. Que diabo, isso tem de te tranquilizar de algum modo. Felizmente, a tua miséria não apanhou ninguém de surpresa, o que é excelente. A miséria previsível é a preferida de toda a gente. Repara como o governo te preparou para a crise. Se acontecer a Portugal o mesmo que ao Chipre, é deixá-los ir à tua conta bancária confiscar uma parcela dos teus depósitos. Já não tens lá nada para ser confiscado. Podes ficar tranquilo. E não tens nada que agradecer.

  5. José António says:

    Cara colega desempregada!
    O que custa mais na sua situação (e na de muitos outros que enchem os números das estatísticas do desemprego em Portugal) , é saber-se e sentir-se que isso é o preço da factura que estamos a pagar pela corrupção instalada no estado e nos partidos do arco da governação, que alternadamente vêm comandando essa orquestra em benefício próprio, enganando com mestria os portugueses em eleições sucessivas, para se governarem e protegerem os interesses da alta finança.
    Certamente que há momentos difíceis de suportar, mas na posse desta consciência crítica, tente armar-se e defender-se, não se deixando ir abaixo.
    O meu abraço solidário.

  6. José António says:

    O espião reintegrado e o triunfo dos porcos

    Há coisas que me têm de explicar muito devagarinho, a ver se eu entendo. Parece que há uma lei de 2007 (de Sócrates, o magnífico) que diz que um espião com mais de seis anos de casa tem emprego assegurado o resto da vida. Faça o que fizer? Perguntar-se-á – parece que sim.

    Em função dessa lei, o espião Jorge Silva Carvalho foi agora reintegrado na presidência do Conselho de Ministros, com direito a assinatura de Passos Coelho e Vítor Gaspar e com o salário base que auferia quando era diretor do SIS. Para fazer o quê? Ah! Bom isso não sabemos, porque ainda ninguém sabe o que pode lá fazer o espião (embora ideias não me faltem).

    Pronto a notícia está arrumada. A Lei é lei que se há de fazer? Etc. e tal.

    Mas espera aí! Não foi este Governo que anunciou que vão uma série de funcionários para a rua?

    Mas espera aí: Não é este o funcionário exemplar que está acusado de abuso de poder, violação de segredo de Estado e acesso indevido a dados pessoais? O tal que espiou um jornalista, deu informações privilegiadas a uma empresa e chegou a mandar espiar a ex-mulher de um amigo?

    Mas espera aí! Não foi este mesmo Jorge Silva Carvalho que se demitiu das secretas em Novembro de 2010, nas vésperas de uma cimeira da NATO em Portugal, por discordar do corte de verbas?

    Mas espera aí! Não foi este o espião que depois arranjou emprego no Conselho de Administração de uma, então prospérrima empresa privada que ia comprar meio mundo (e ao serviço da qual, suspeita-se, colocou os seus dotes de espião)?

    Não deve ser. Deve ser outro Jorge Silva Carvalho. Porque se fosse o mesmo – e estando o Governo a meter funcionários na rua – começaria por este. Que já se demitiu! Que quis mudar de vida. Que passou do Estado para a privada por vontade própria! Que é arguido por ter prejudicado o próprio Estado.

    Deve ser outro, porque o Governo não é assim tão escrupuloso na lei, quando se trata de pensionistas, reformados, assalariados, desempregados, pessoas – digamos – normais.

    Deve ser outro, porque este era amigo do dr. Relvas e o dr. Passos Coelho, como se sabe, não beneficia os amigos nem os amigos dos amigos, nem sequer os amigos dos amigos dos amigos.

    Mas nem vale a pena fazer comentários. George Orwell, no seu magnífico livro ‘O Triunfo dos Porcos’ (em inglês Animal’s Farm) escreve a célebre frase: “Todos somos iguais, mas alguns são mais iguais do que outros”. Parece que os porcos não triunfaram só na quinta imaginada por Orwell.
    http://expresso.sapo.pt/o-espiao-reintegrado-e-o-triunfo-dos-porcos=f796574

  7. Noémia, compreendo o seu drama pessoal mas imagine que tem uma empresa e deixe-me perguntar-lhe: você contratava alguém cujo ambição profissional fosse poder fazer greves?

    • Não é ambição, é necessidade.

    • Luís, contrataria com certeza alguém cuja ambição pessoal fosse trabalhar tendo, com isso, todos os direitos e deveres dos trabalhadores. Nunca nenhum patrão se queixou do meu trabalho. E acredite que tive muitos. Das poucas vezes em que fiz greve, nunca nenhum trabalho ficou por fazer. Digo-lhe mais: estando a trabalhar numa escola e leccionando cursos profissionais, no ano en que engravidei pela segunda vez, tive o cuidado de trabalhar durante as férias de Natal e de Páscoa para avançar nas aulas. Fu trabalhar, de forma ilegal e sem ganhar mais por isso, quando estava com baixa por gravidez de risco, arriscando a saúde do bebé,porque devia estar em repouso. Tive que sumariar as aulas em datas totalmente diferentes daquelas em que dava as aulas.Tudo para não prejudicar os alunos e permitir, assim, que entrassem em estágio.E sabe o que me aconteceu a seguir? Tinha contrato até final de Agosto. Pediram-me a minha cópia do contrato para rever um ponto que não estaria correcto. De boa-fé entreguei-a. De seguida, disseram-me que afinal o contrato terminava em Julho porque o Ministério tinha decidido alterar as regras. Acha isto normal? Acha que um patrão normal faria isto? Quem é o patrão que o Luís conhece que despede anualmente todos os empregados, depois de eles conhecerem bem o trabalho e o público com quem trabalham, depois de eles serem competentes, para contratar outros empregados passados
      um ou dois meses?

      • Tem razão e tem também o meu respeito. Não obstante, o “pormenor” que critiquei resulta da interpretação directa da sua afirmação, a qual, como agora explicou, nada tem a ver com o seu empenho e histórico profissional.

    • J Alvarado says:

      Luís FA.

      Julga que os trabalhadores fazem greve por carolice?

      Ainda ninguém lhe explicou que a greve também sai cara aos trabalhadores?

      Portanto o bom era no tempo de Salazar não haviam greves, ninguém era prejudicado.

      Que os herdeiros do Salazarismo estavam de volta já sabíamos, mas com tanto descaramento é razão para ficar-mos de com um pé atrás.

  8. Sílvia says:

    Desculpe! Não era minha intenção.

  9. Cara Noémia
    Sinto que tem uma grande revolta , estou solidário
    consigo e com todos os que estão na mesma situa-
    ção , pois eu não estou melhor e sei bem compre-
    ender quem está no desemprego , no desespero .
    Digo isto sem paternalismo , continue a lutar e a ba-
    ter o pé , por si , por sua família e por todos os que
    estão em grandes doficuldades , explorados por um
    Estado e Políticos sem escrúpulos e desumanos .
    Isto está precisar de uma Brasinilização e de uma
    REVOLTA MUNDIAL , para combater todas as injus-
    tiças e todos os malandros corruptos .
    Continue a lutar e não ligue às más críticas .

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  1. […] em curso. Creio que a resposta é simples. Tremendamente simples: derrota é, em Setembro, a Noémia continuar desempregada e muitos mais colegas se lhe acrescentarem no desemprego. Não é preciso um desenho, pois […]

  2. […] em curso. Creio que a resposta é simples. Tremendamente simples: derrota é, em Setembro, a Noémia continuar desempregada e muitos mais colegas se lhe acrescentarem no desemprego. Não é preciso um desenho, pois […]

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