Para acabar de vez com o Porto

foto: ionline

Reconheçamos-lhe a coerência.

O homem destruiu a Avenida dos Aliados, impondo um projecto arquitectónico sobre o qual os portuenses não foram consultados. Arrasou com os bairros de S. João de Deus e do Aleixo ainda antes de ter uma solução alternativa para os moradores. Hostilizou instituições da cidade, não apenas o F. C. Porto, mas igualmente as companhias de teatro TEP e Seiva Trupe, a quem quis impor a lei da rolha. Trocou uma política cultural pelo patrocínio de eventos desportivos como a Corrida da Boavista.

Concedeu a privados o mercado do Bom Sucesso, que fizeram o favor de gourmetizá-lo e transformá-lo em hotel, coisa que pouca falta fazia à cidade. Votou a um escandaloso abandono o mercado do Bolhão. Laferizou o teatro Rivoli, naquilo que foi um mau negócio financeiro, e um insulto do ponto de vista cultural. Quis impor a censura prévia nas relações com a imprensa.

Espezinhou projectos como o do Es.col.a e o da reabertura da biblioteca infantil Pedro Ivo por pirraça e autoritarismo. Ao longo dos seus mandatos, a população da cidade tem descido continuamente, embora ele tente disfarçar o óbvio dizendo que apenas “não dormem no Porto”. Abriu uma guerra condenada ao ridículo contra os grafitos. Acabou com a Feira do Livro no Porto.

Logicamente, a cereja em cima do bolo haveria de ser acabar com o feriado de S. João, a grande festa da cidade, anárquica, caótica, livre. Gostar, gostar, provavelmente gostaria de proibir os festejos mas já não lhe resta tempo.  Como imagem de despedida da ruinosa gestão PSD/ CDS não poderia haver melhor metáfora.

Comments

  1. coimbrão says:

    Podes ter razão em tudo. No entanto, Rui Rio tem também razão, relativamente ao feriado. Se o nosso “bendito” 1ºMinistro exige que seja o Conselho de Ministros a permitir esse benesse, desautorizando e achincalhando o Poder Local, acho que Rui Rio faz muito bem. Então o Governo todo poderoso que conceda o feriado. Porém, os funcionários municipais têm autorização para a folia, pois é-lhes dada tolerância de ponto. O gesto de Rio é uma afronta ao Governo, dito incompetente e desumano…

    • vegetavermelho says:

      O Governo, através da legislação, (ainda) permite que o feriado municipal seja gozado.

    • nightwishpt says:

      Patetice, é mais uma desculpa para ser um filho da puta com os seus eleitores.

      • Francisco Ravachol says:

        que ele seja filho da puta com os seus eleitores não me incomoda nada; incomoda-me é que ele seja filho da puta com quem não o elegeu …

    • Mario Teixeira says:

      Que estupidez é essa, o caro tem palas nos olhos? Esse Rio não é do mesmo partido de quem nos governa??’

  2. nightwishpt says:

    Estes cabrões continuam a acabar com tudo o que é identidade cultural do país.

  3. subcarvalho! says:

    Ó meu rico S. João
    Que te querem tirar o feriado
    Se não metermos nisto a mão
    Não tarda acabas em finado

    Quem assim tentou matar-te
    Não conhece o cheiro do manjerico
    Pois nasceu numa certa parte
    Onde é rei o odor do penico

    Mas descansa meu rico santo
    Que nesta terra de matinal orvalho
    Há vozes que num simples canto
    Mandam o Rio pó caralho

  4. nascimento says:

    Tudo é possível com um chamado povo do norte que alarvemente adora um filho. da puta corrupto de um clube….onde está a coerência?,,Estão-se a queixar de quê?

  5. Ao menos não deixou a Camara mais endividada do que estava. Mas reconhecer isso está quieto.

  6. A governo não pode acabar com os feriados municipais sem alterar a leia das autarquias, que determina que a marcação de feriados municipais é da competência das assembleias municipais, sob proposta do executivo camarário

  7. celesteramos.36@gmail.com, says:

    À agonia do PS segue a do PSD – e que mais se verá ?’ Primavera árabe e brasileira – e que mais se seguirá ?? o cansaço invade o mundo – desmascaram-se os palhaços “ricos”

  8. MJoão says:

    A história dos Aliados não foi bem assim, foi uma infelicíssima “prenda” do Porto 2001. Quanto ao S. João, foi uma boa estocada à AR.

  9. Os homens das colheres em riste(a espera dos tachos publicos) devem invocar a democracia, só por descargo de consciencia. Nao sentem a coerencia-consciencia pesada quando clamam por subsidios e não respondem: e quem paga? o povo portugues? os ricos? a merkl? os que ganham mais?
    O Rui bate-vos na V. arena : paleio brilhante.

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