A realidade da política portuguesa ultrapassa qualquer ficção

Com comportamentos dignos de bobos da corte, Passos Coelho, Paulo Portas e Vítor Gaspar são os protagonistas de uma ópera bufa de terceira categoria.

Gaspar saí sem surpresa mas com estrondo e não se roga a deixar uma carta ao país onde diz que Passos é incompetente para liderar o Governo. Passos volta a não consultar o seu parceiro de coligação sobre o novo nome para a fundamental pasta das Finanças. Portas esquece-se de dizer que se o caminho for esse, então não terá outra opção que não seja a demissão. Nada diz e demite-se a 30 minutos da tomada de posse da nova ministra.

Gaspar, Passos, Portas

Passos diz que não aceita a demissão e que quer ouvir o parceiro de coligação. Agora.

Nesta história há ainda outra personagem principal. Atrás dos arbustos mas sem agitar qualquer mão, Cavaco Silva está como os macacos sábios: não vê, não ouve, não fala. Ou se fala, ninguém o ouve.

Eis um excelente enredo para uma ópera, que está a caminho de se transformar numa tragédia. E com os bobos da corte a passarmos a ser todos nós, os portugueses. Aqueles que estão sempre no pensamento dos nossos brilhantes líderes.

A realidade da política portuguesa ultrapassa qualquer ficção. É um espectáculo. E nós – o povo – somos espectadores e fugurantes.

Comments

  1. penicela says:

    A situacao portuguesa nao e isolada, ela espelha os problemas estruturais nao atacados a nivel da zona euro. “Quando o adversario e concentrado, procura distrai-lo e atrai-lo para um terreno fertil”, a fim de dar lhe o golpe final. Na minha hulmide opiniao, desde a partida da coligacao houve sempre tais sinais, e parece me que o PS e outros acham se aptos para tomarem o Poder. Se se acham como tal, como e que no governo Socratico, nao se conseguiram sair do amarrasmo da TROIKA? Tenham humildade necessaria para ultrapassarem todos diferendos, e nao digam que a terra esta torta. Mesmo com o governo de PS, PSD, PCP, CDS-PP e outros, se continuarem com a ganancia pelo Poder, vao, efectivamente, fazer rotatividades inuteis.

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