Da Mastigação de Primeiros-Ministros

Eleições já? Não. Não é medo. É pragmatismo. Baralhar e tornar a dar para quê? Para a ingovernabilidade, a perda de tempo e a tonteria?! Parece absolutamente claro que assim como Passos Coelho não é, nem poderia ser, a melhor solução segregada por um Regime há muito posto em causa, e mais recentemente posto em causa pela Máquina de Fazer Bancarrotas-PS, Seguro não o será certamente e é tudo menos líquido que vença as próximas eleições, a menos que a garagem dr. Soares esteja a postos para fazer dinheiro, para evitar os cortes nas pensões e os despedimentos na Função Pública, conforme a Troyka pressiona o Estado Português, matéria assustadiça Espanta-Portas.

A constante mastigação mediática e comentadeira de cada Primeiro-ministro, uns por serem fracos, outros por debandarem a meio dos mandatos, outros por serem corruptos, despóticos e completamente desvairados pela própria imagem, e agora Passos, por ter tido no próprio Governo duas linhas opostas e um só saco de gatos, tem de ter um basta. Nada mais absurdo que considerar que, para liderar Portugal, há credibilidade na actual classe política, no espectro político em geral, num Regime onde o único sucesso é a corrupção política impune, as bancarrotas com os media a ajudar e a encobrir, a falta de lata dos Sócrates a comentar, a incompetência e malícia em larga escala. Gaspar compreendeu bem que teria demasiados entraves à magna tarefa de conferir credibilidade externa a Portugal e algum reformismo radical.

Por isso quis demitir-se em Outubro: Portas, para todos os efeitos, representa o ranço instalado no Regime, representa a sua resistência, o statu quo e a aspiração a ascensão dos quadros do CDS-PP pela mesma escada por onde subiram os competentíssimos quadros políticos do PS e do PSD. Passos deve continuar a resistir o mais possível: que resista um dia, dois dias, uma semana, um mês, um trimestre, um semestre, até à evacuação da puta da Troyka, com o Governo adestrado e remodelado e capaz de uma mensagem esperançosa e mobilizadora. O principal entrave para sairmos desta crise política não é, não pode ser, uma pessoa. O Regime apodrece: não confio nos políticos, não confio nos partidos, não confio nos sindicatos. Confio somente nos que trabalham. Nos que empreendem. Nos que emigram. Nos que lutam mantendo-se civicamente vivos e activos apesar do seu desemprego e da calamitosa falta de dinheiro para comer. Passos deve resistir. Que resista por boas razões lá, onde o Mega-Burlão resistiu por más e ronhosas. Alguém faça um desenho aos que pedem eleições: o PCP, o BE, sempre pediram eleições, um mês após quaisquer eleições. Agora o PS pede eleições, mas fala sempre do PEC IV como a bóia que deveria ter impedido umas, em 2011. Ao contrário da rua turca, da rua brasileira e da rua egípicia, a rua portuguesa não tem nada por que clamar: sair Passos para entrar outro Passos-Seguro?! Sair Passos para passar meses, como em Itália, à espera de um acordo entre partidos nivelados, nenhuma maioria, nada senão a execração do sistema político-corrupto-partidário? Dificilmente Passos será vítima da revolta popular. A revolta popular está toda na cabeça dos cromos anacrónicos do BE, do PCP-PEV, e do PS amigo das deflagrações na bolsa e dos incêndios das yields. Não há rua, cromos. Não há rua, imbecis. A rua quer é sossego, não montras partidas. A rua está a emigrar. A rua não faz greves gerais. A rua vive na casa dos pais. A rua não embarca na treta dos comentadores pançudos da SIC, dos proença, dos ricardo-costa, dos caramelos que riem disto.

A polícia de choque não tem manifestantes revoltados por razões regimentais e de organização política. A polícia de choque está de férias: ninguém sai à rua por causa da falta de legitimidade de quem quer gerar confiança e estabilidade aos olhos do exterior a todo o custo, por quem recusa incendiar a Zona Euro, conforme ontem se viu. Senhor Primeiro-Ministro, aguente firme. A Grécia está na cabeça oca dos incendiários, das minorias esquerdizantes e ociosas. É humano falhar. A única humilhação é fazer birras e colocar a hecatombe eleitoral autárquica em primeiro lugar, e não o País. Deus perdoe a Portas por isso. Evitemos engonhar e prolongar a agonia de uma Troyka em Portugal: sejamos lúcidos, nada de eleições já. Não, agora que a economia privada e exportadora foi fortemente espevitada pela morte-colapso da procura interna; não, agora que um novo ciclo, a ser aberto, deve ser aberto por quem comprometeu nas soluções mais duras a própria sobrevivencia eleitora nas próximas autárquicas. Não brinquemos sob a Troyka. Até Setembro de 2014 procuremos não engonhar nem inventar nem perseguir a própria cauda como os cães com sarna. O PS não serve nem merece, tão pouco tempo depois, uma vitória minoritária num putativo escrutínio. Não brinquemos às eleições lá porque há liquidez nos cofres do Estado para aguentar as contas até ao fim do ano. Num Regime em pré-colapso, não há estratégia, senão sobreviver e evitar o 2.º resgate.

Comportemo-nos bem. Não demos abébias aos mercados nem pretextos para que as taxas de juro sobre a dívida portuguesa ou as bolsas subam hoje. Não sabemos se descerão amanhã. Não é possível um Governo com outra visão, senão a missão urgente de sobreviver e evitar pretextos para um 2.º resgate. Precisamos de resistir à mensagem golpista das televisões, da rádio e dos jornais que não vendem jornais por ser isentos, frios, e movidos pelo interesse nacional imediato. Teremos de encontrar investimento e confiança, apesar do Regime, da fraqueza das instituições, da fragilidade da Oposição Golpista e do Governo de Emergência. Quando sairmos da Emergência, falemos de eleições. Preservemos a estabilidade, façamos o que nos pedem, fala cada qual o que puder pelo crescimento e pelo emprego. Não desbaratemos o que sofremos até agora. As eleições servem para escolher os melhores. Só temos medíocres e clones infinitos do que assaquem a Passos Coelho. A rua não faz a vontade ao BE, ao PCP-PEV e ao PS? Deixem em Paz o Presidente da República que não dissolveu o Parlamento em contexto nenhum e não vai inovar agora. O Presidente teria a obrigação de ouvir os portugueses na rua, se a rua falasse para lá de quaisquer dúvidas, como no Brasil, na Turquia ou no Egipto. A rua portuguesa está em silêncio.

O caos social mora na cabeça nefelibata dos soares, dos pachecos, e de quantos em vez de irem trabalhar para o Algarve ou para Londres, andam a enfastiar os Comités Centrais da Decadência e da Esperança Nula. Temos Governo. Temos alguma recuperação da economia, do emprego, das exportações. Temos uma eficácia na tributação como nunca se viu, teremos números macroeconómicos muito mais lisonjeiros em breve. Passos deve resistir. Por paradoxal que pareça, a austeridade implica que se viva do trabalho e da riqueza e não de dívida. Isso é doloroso e leva o seu tempo. O crescimento ou a confiança não se decretam: as palavras crescimento e confiança ditas trinta mil vezes por Seguro, os semedos, as catarinas e os jerónimos não geram um só parafuso. Passos deve permanecer e resistir, não por ser excelente, mas por jamais vir a dar lugar a qualquer coisa melhor que ele, por nada de brilhante ser esperável em Seguro e nada de nada haver que as Esquerdas nos possam dar, especialmente condições de permanência no Euro, crescimento e emprego. Prefiro o desastre total do PSD nos próximos actos eleitorais e um País a crescer, dentro do Euro, sem 2.º Resgate que a salvação eleitoral do CDS-PP ou do PSD e o vórtice de descrédito e incerteza a marinar por três meses nas bolsas e nos mercados para depois aparecer um Passos diferente, Seguro, violentamente incompetente e populista.

De Gaspar, o homem que foi cuspido no supermercado por ter sido demasiado independente e a-político na pasta, ainda se falará com saudade e gratidão. Quem é o dono da vontade dos portugueses?! Naturalmente a Esquerda, o BE, o PCP e o PS. Eles tutelam e apascentam a nossa vontade. São bonzinhos e nossos amigos. Pois não tutelam a minha. A minha vontade é que me desamparem a loja. Este é um tempo para resistir. É o tempo para ficar.

Este Governo vai sobreviver e remodelar-se. Quando houver uma rua portuguesa que saiba o que quer e se manifeste convicta pela saída do Euro, avisem-me. O Regime está morto. Se os seguros, os jerónimos, os alegres, os soares, toda a tralha que comenta e já se sabe o que vai dizer, acha que pode demagogizar à vontadinha e fazer jogos de favor ao PS com o olho do cu nas sondagens e pensa que não irá na enxurrada de condenação que nos ferve nas vísceras, pense duas vezes. Se não pensar a bem, vai pensar a mal.

Comments

  1. Pedro Carrasco says:

    “O Regime apodrece: não confio nos políticos, não confio nos partidos, não confio nos sindicatos.”, no entanto protege este governo e estes partidos perigosos.

    “A rua não embarca na treta dos comentadores pançudos(…)”, e você decerto comentou isto com a barriga para dentro, em pé e utilizando um lápis. Fala de barriga cheia é o que é, o seu pecado é o mesmo que o deles.

    Fala muito em rua mas acho que já não sai de casa há muito tempo. Em vez de nos martirizar com textos verborreicos e pseudo-reaccionários – de quem julga que ainda vive em 1828 – dê uma volta por Lisboa ou pelo Porto à noite e veja a desgraça com olhos de ver.

    Há quem queira um futuro melhor, você não é um deles.

    “Temos alguma recuperação da economia, do emprego, das exportações.”

    Mas quem é que no seu perfeito juízo acredita numa mentira destas?

    • palavrossavrvs says:

      Tenha lá respeito por quem pensa diferente de si. Não seja pidesco. Quanto aos números, esteja atento.

      • Pedro Carrasco says:

        Claro que estou atento, há muito. Muito do que se exporta em peso, legal e ilegalmente, são medicamentos (http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/portugal_jaacute_exporta_mais_sauacutede_que_vinhos_e_corticcedila.html) e intelecto (algo que precisamos mais do que nunca).

        Como é que quer que eu respeite o seu moralismo imoral? Acha que os bancos alimentares como única rede de suporte social que existe são a resposta adequada para a pobreza, quando ao mesmo tempo pagamos a uma gestora do Banif (banco nacionalizado) um milhão de euros? Em que país vive você?

        Pensar foi coisa que você não fez nos últimos tempos. Pense nos putos a desmaiar nas escolas porque não comeram pequeno almoço. Se há que existir um estado interventivo o momento é agora!

      • nightwishpt says:

        >130% Dívida, >8% défice, >20% desemprego.

        O resto são balelas e indicadores tirados do rabo.

        • palavrossavrvs says:

          Até ao lavar dos cestos há vindima, no défice e na dívida. 17, 6% de desemprego. Vamos ser rigorosos.

  2. Amadeu says:

    O meu amigo representa a imbecilidade fossilizada em estado delirante.
    Pseudo perfeccionista pela certa, só acreditas em ti próprio. Não passas de um monárquico envergolhado, daqueles bem encagalhados de fascizante ódio anti regime.
    Que o senhor te acompanhe.

  3. Ontem assisti – não muito atento- a um debate numa trampa de nome RTPN. Naquele “lixo televisivo”, que chegou a ser muito gabado pelo intelectual dótor Relvas, intreveio uma mulherzinha padecente de obesidade de nome Inês Serras Lopes – Senhores, que mulher feia!
    Ontem, parecia uma vaca estacionada.

    Quanto a esta tua arenga, vou ser sincero, Joaquim:
    – Não li e NÃO gostei

    • palavrossavrvs says:

      Não sabe o que perde. Eu sou o lado sexy da escrita. O Ze Maria o lado manada-ganadaria da leitura.

  4. fernando says:

    o sr “palavross” deve ser a pessoa mais esclarecida que eu já vi e todos os restantes portugueses que tenham opinião diferente são uns mal intencionados irresponsáveis.

    não acredito que este governo, cada vez menos legítimo, para me fazer cortes no meu salário, tenha condições para fazer seja o que fôr a bem de portugal. esta cambada de incompetentes incluído o seu querido ex ministro das finanças, que não acertou uma e teimoso porque toda a gente lhe dizia para não aumentar o iva da restauração, que ía ser um desastre, fê-lo, agora salta fora, o outro também e foram milhões de euros à vida, que a muitos portugueses a passar mal faz toda a diferença, quantos meses de austeridade se perdeu devido a esses boys que o sr. defende, mais uma vez ninguém é responsabilizado, paga zé povinho.

    toda a gente sabe que tem que se fazer reformas, mas não com chantagem económica, não se consegue equilibrar contas desta maneira, não há país nenhum que consiga reduzir a dívida, reduzir o défice em 3 anos ou 4, tem que ser no mínimo mais de 10 e isso é que deveria ser feito, fazer ver aos credores que não pode ser desta maneira absurda. se houvesse mais tempo, as reformas eram feitas mais suavemente, de maneira a que a economia interna não sofresse como até aqui e para mim se continuar o mote de mais austeridade, vamos colapsar. o desemprego não vai parar de aumentar.

    gostaria de saber como é que se diminui o desemprego, como pode haver investimento sem haver poder de compra, porque a economia ajusta-se automáticamente ao poder de compra actual, é simples. as exportações sempre estiveram bem, aumentaram, mas já atingiram o pico e agora estagnam, já não é uma solução.

    desta vez estou mais de acordo com algumas coisas que escreve, mas não pode atacar sempre os mesmos e defender quem não tem defesa possível.

    não sei o que faz, mas não consigo entender como se pode defender políticas que levam à destruição do país, ao desemprego, à letargia económica e também ao aumento da dívida. afinal de contas este governo mentiroso que sabia onde ía cortar, não fez nada, pelo contrário, tem sido para os amigalhaços e para os boys do partido um verdadeiro pote de mel. afinal ppps, observatórios, fundações, banca, bpn, justiça, continua tudo na mesma.

    • palavrossavrvs says:

      Não defendo ninguém. Não quero é que se estrague. Não falo em nome da rua, dos portugueses. Só em meu nome. Digo o que penso. E não, nem tudo está na mesma.

  5. nightwishpt says:

    “Baralhar e tornar a dar para quê?”

    É simples. Porque o roubo e a incompetência já ultrapassaram o governo de Santana Lopes.
    E porque outros poderão vir a mudar a política quando a Europa perceber a merda gigantesca que está a fazer, enquanto estes filhos da puta acha que lá estão para cumprir uma missão divina do filho da puta Friedman, que nunca disse nada aplicável à realidade.

    • palavrossavrvs says:

      Mas fazer e estar a fazer o que diz é altamente impopular e certamente punível nas urnas. Por que não esperar por eleições normais?! Sem o cio socialista, sem o tesão do Bloco para voltar a ter 6% ou 7% e ser uma grande vitória do Povo?!

  6. edgar says:

    Quem ouve os “papagaios” fica com a certeza de que se estão nas tintas para os portugueses: que se lixem os que passam fome, desempregados, as famílias à rasca, as empresas em falência, os jovens e os menos jovens, ou seja, que se lixe o povo.
    Importante é tranquilizar os mercados, ou seja, os especuladores e parasitas, distribuir os lugares de mando de acordo com os interesses em jogo, continuar a apoiar a banca e os grandes grupos económicos, continuar a vender a preço de saldo o que ainda resta etc, etc, etc. Défice, dívida, recessão …? São pretextos!
    Mas nota-se o medo de que acorda já esteja demasiado esticada e possa partir…
    E vai partir!

    • palavrossavrvs says:

      Tenho medo de ainda mais fome, ainda mais desemprego e ainda mais famílias, como a minha, à rasca. Por isso, tal como a maioria que vota nos “fora” [o fórum da TSF, o fórum da SICN, o fórum da TVI24], não quero eleições já. A pressa do PS é gémea da pressa do PSD, em 2011. Em 2011 o PS achou mal essa pressa. Hoje acha bem o mesmo tipo de pressa. Nada mais cínico, falso, putrescente que a Política tal como ainda é feita em Portugal: primitiva, mesquinha, maldosa, ávida de desgraças, invejosa, vingativa.

  7. Luís Santos says:

    Honestemente? Chapeau para que tem paciência para o ler.

    • Lê-se na diagonal e advinha-se o resto.

      • Pedro Sousa says:

        eu já nem isso consigo fazer. é diarreia escrita, e a diarreia não se distingue.

      • palavrossavrvs says:

        Não perdes é ponto de exclamação, nem vírgula, nem outros sinais. Compreendo-te. Também adoro o que escrevo.

    • palavrossavrvs says:

      Chapeau para quem, como o Pedro, faz de conta que não lê.

  8. Concordo de um modo geral com o seu ponto de vista , que me parece ser de pessoa bem esclarecida e não comprrendo que haja pessoas que lhe façam atqaues duros e
    ofensivos , demonstrando uma grande falat de democracia .

    Todavia entendo que este governo por falta de seriedade e incompetência deve ser
    substituído , com ou sem eleições . Porém creio que talvez as eleições fossem uma boa forma de encontramos novo caminho , embora eu não acredite nos actuais políticos , sejam de que partido forem .

    Estou á vontade com eleições porque eu não voto , mas deixar as coisas como estão é que não ..

    • palavrossavrvs says:

      Obrigado pela simpatia, Fernando. Estou em plena sintonia com o seu sofrimento. Abraço.

  9. Já disse e repito: chupa tóino!

  10. Preparar agora eleições é dar mais uns mesitos de férias e de ladronice os que têm o rabinho pegado à cadeira e ao topo de gama – mandem-nos trabalhar e se eles não têm programa “sijiram-lhe” um porque talvez precisem

  11. palavrossavrvs says:

    Nada mais trágico que abrir caminho à Máquina de Fazer Bancarrotas, o PS. Vamos aguardar pelo que a execução orçamental nos dará no final do ano. Não se pode ter recessão todo o tempo do mundo, para mais com elogios constantes da UE, BCE e FMI. Algures terá de haver luz. Aposto todas as minhas fichas no segundo, terceiro e último trimestres.

  12. fernando says:

    sr “palavross” enumere o que mudou.
    diga la´de sua justiça o que de bom tem feito este governo.

    baixou o défice? sim é verdade, um pouco. mas à custa de quê? de quem? e a dívida?

    passe lá aos pontos positivos, que o faz defender tanto este ex ministro das finanças.

    para mim é um falhado, não acertou uma e não venha dizer que errar é humano. se é para um, então é para todos, sejamos coerentes.

  13. fernando says:

    na carta que nos deixou, (desta vez) assumiu todo o seu falhanço e das politicas seguidas.

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