Ou há eleições no país ou há eleições no PS

Não é meu costume concordar com o João Galamba, mas desta vez parece-me que tem toda a razão. Assinar um entendimento com PSD e CDS-PP, neste momento, seria o suicídio político de António José Seguro. Seja qual for o entendimento de que estamos a falar.
A verdade é que neste momento não há grandes sinais sobre a decisão a tomar por Seguro, que neste momento está a comportar-se como uma verdadeira puta política. Deita-se com o PSD e com o CDS-PP, deita-se com o Bloco de Esquerda e, na 5ª Feira, vai deitar-se com Heloísa Apolónia.
Uma coisa é certa: Seguro só não será o próximo primeiro-ministro se não quiser. E outra coisa: se não houver eleições no país por Seguro decidir assinar seja o que for, vai haver de certeza eleições no Partido.
Pelas afirmações de hoje do João Galamba, parece que já encontrámos o Marco António do PS…

A Quem Interessa o Caos e o Tumulto?

Faz caminho uma retórica negativista e negrejante em muita da bloga afecta ao socratismo conspirativo. Sem nunca situar e especificar os porquês e as causas próximas e remotas, diz-se da dívida soberana que continua a aumentar a um ritmo mais acelerado, diz-se das empresas que continuam a ir à falência; diz-se dos banqueiros a verdade e o que não precisamos que nos digam: parecem viver noutro país; diz-se do desemprego que aumenta, mesmo quando diminui; diz-se dos investidores estrangeiros que fogem, mesmo quando afluem como de há muito o não faziam.

A quem interessa pregar o discurso da morte e espetar a retórica mais desanimadora que se possa pregar?! A quem interessa fundamentalmente apoucar os resultados das políticas, mesmo quando são bons e necessitam da paciência e de extremo cuidado para que se não comprometam, os sinais, ténues que sejam, de que alguma coisa de bom está a emergir em Portugal?! Fundamentalmente aos socratistas. Move-os uma insaciável sede de vingança. Se os portugueses perderem a paciência e a capacidade de aguardarem pelo melhor, perante a disputa reles que a ala socratista promove contra a liderança segurista, presa por ter cão e por não ter, obviamente que isto não vai acabar bem. Isto não vai acabar bem para quem deseje que isto não acabe bem e possa tirar daí dividendos políticos óbvios. [Read more…]

Boa viagem

E o Capital a esvair-se para mais longe.

Deixa-o ir Joaquim. Esse capital só rouba, não trabalha.

Pluralidade Unitária, Salada de Esquerda

Pega-se no Partido Comunista, no PEV e no Bloco; pega-se noutros Partidos e movimentos, miríade de siglas e acrónimos, recordam-se por momentos os genomas de PSR, UDP e Política XXI; faz-se memória do MDP/CDE, um minuto de silêncio chega, e do PCTP/MRPP, com os seus cromos e fósseis redivivos e a salada plural de Esquerda está pronta a mostrar a perna suculenta, nua, ao PS. Será que vão todos para a cama?!

E um dia, Governo.

Recomeçaria, então, a segunda parte do PRECoito Interrompido: uma Democracia do Povo e para o Povo. E o Capital a esvair-se para mais longe.

A unidade de esquerda chega?

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Parece que foi precisa uma vaga de calor para PCP e BE avançarem com propostas de encontros, visando, supõe-se, a construção de uma programa comum de esquerda em Portugal. Que o tempo não arrefeça.

Ainda antes de a direita entrar em histeria, como é hábito nestas ocasiões (não é muito difícil de fazer as contas: BE e PCP podem facilmente obter o segundo resultado eleitoral em próximas eleições, relegando o PSD para o velório e fazendo de Passos Coelho o seu cangalheiro), e abençoando a máxima de que o caminho é complicado e ainda bem, que de coisas fáceis está a troika cheia, registe-se uma primeira reacção radical de base em modo pequeno-burguês: vá de retro porque o BE também convidou o PS.

Convém perceber duas coisas. A primeira é simples: é no PS que se concentram os votos dos que estão fartos da troika, e os votos fazem falta. Não alinhando o PS numa coligação disfarçada com a direita é limpinho que assim será. Imaginemos que as conversações de 2ª, 3ª 4º e 6ª eram encabeçadas por Francisco Assis, teríamos este cenário muito bem traçado pelo Pedro Magalhães, referindo-se a um hipotético acordo: [Read more…]

Um governo com lepra

Mais alguma coisa que caiu, com laivos de protecção à insólita ministra.

Derivações

Ontem o PCP convida o BE para um diálogo à esquerda. Hoje o BE estraga tudo e convida o PS.

Quem vê Dilma, vê Dilema

A matéria política brasileira, hoje tão incandescente, deveria interessar-nos mais, a nós portugueses. Quer pelo que dela possamos aprender e colher para o momento crítico que vivemos, quer por simples instinto de quem se olha ao espelho a confirmar que é mesmo do tamanho daquilo que vê.

Contra o que o populismo-socialista praticado por Lula deixaria antever, a Presidente Dilma movimenta-se hoje sob o pesadelo de um pesado e impiedoso criticismo. Das redes sociais às manifestações na rua, milhões sibilam ou vociferam o seu nome e apresentam uma dura agenda de exigências, cujo gatilho, já se sabe, foi a construção perdulária de novos Estádios de Futebol, ilhas sumptuosas-luxuosas com pobreza à volta. É como se, de repente, todo o populismo possível do passado redundasse agora em aguda impopularidade, transbordado o copo da festiva paciência popular. A Dilma sobram vaias, embaraços em eventos públicos, cobrindo, à uma e por azar, essa mulher, ex-guerrilheira, que ousou assumir as rédeas do Gigante Sul-Americano. Em política, como na bloga, é preciso ter estofo. É preciso ter estômago. E um instinto de fuzileiro, tipo «Eles que venham. Todos.» [Read more…]

Deputados europeus contra a austeridade

hands_off_Euro_parliament_april_2013© Reuters (Estraburgo, 17 Abril 2013)

O arco do poder

arco do poder

Desenho de António Jorge Gonçalves, com a devida vénia